O que sobrou do PSDB está armando um brete para conduzir João Doria ser vice de Simone Tebet ou desistir de sua candidatura presidencial, o que não é o mesmo, mas é igual.
Em ambos os casos, Doria sai minúsculo do que contava ser sua escalada vitoriosa a ser um líder nacional.
Doria, segundo a pesquisa Quaest divulgada ontem, tem 4% das intenções de voto para presidente em São Paulo, o que é pouquíssimo para quem exercia o governo do Estado, mas representa preciosos votos: 1,5 milhão, aproximadamente.
É o voto da máquina do governo paulista, ainda que sem que Rodrigo Garcia se interesse em fazê-la funcionar em favor do seu agora abandonado padrinho.
Dificilmente este voto vai se transferir para a senadora do MS, que não consegue deixar uma falta de expressão eleitoral maior até do que a de Doria.
O resultado é que a improvável união das duas candidaturas, se ocorrer, talvez venha a ser aquilo que os gaúchos chamam de “crescer como cola (cauda) de cavalo”: para baixo.
Os “medalhões” tucanos, pela porta aberta por Geraldo Alckmin, sinalizam cada vez mais um migração para Lula. O eleitor que resta ao PSDB, certamente, vai migrar, quase todo, para um dos polos da campanha: Lula ou Bolsonaro.
O mesmo tende a acontecer com o eleitor de Ciro, caso este se mantenha, como até agora, estacionado em apenas um dígito nas pesquisas e, neste caso, com uma tendência de migração pró-Lula.
Tudo o que reduz o número de candidatos no primeiro turno, agora, é benéfico a Lula, porque ele está, segundo quase todas as pesquisas, a um ou dois pontos de consolidar uma vitória na rodada inicial.
O tiro da 3ª Via, com muito barulho e pouco chumbo, corre o risco de ainda sair pela culatra.