É preciso deter o destruidor da pátria

Não se reclame que Jair Bolsonaro esconda suas intenções (e o pior, as ações) ditatoriais e sabujas para o nosso país.

Voltou a fazer, ontem, a sugestão para que opositores de esquerda a seu governo “vão para a Venezuela” a qual só não apoia a invasão militar, por causa das “nossas limitações”, ou seja, a Constituição. Ao menos por enquanto, é claro.

Repetiu o que já fizera seu filho e defendeu a construção do famigerado muro de Trump contra latino-americanos, que não consegue nem apoio dentro dos EUA e que se quer implantar na marra.

Disse que a maioria dos potenciais imigrantes para os EUA – e não excluiu os brasileiros – é mal-intencionada e não quer o bem dos norte-americanos.

Fez tudo aquilo que, em outros tempos, acusava-se de fazerem os “comunistas apátridas”, colocando os intereses do país a serviço de uma ideologia transplantada para cá e à frente de seus interesses comerciais.

Exibe, orgulhosamente, sua proximidade com fanáticos de direita, humilhando publicamente seu vice-presidente. Que, aliás, quase foi substituído pelo filho presidendial nos despachos no Planalto.

Bolsonaro trilha um caminho que exige de nós não apenas resistência, mas lucidez.

Ele já não une a direita, o conservadorismo e os contingentes da classe média que uniu ao final de sua campanha.

Nós é que devemos trabalhar por esta unidade e barrar, no que for possível, a missão destrutiva do Brasil que ele próprio assumiu ontem, ao dizer que é preciso “desconstruir muita coisa”.

E a primeira delas, ao que parece, é a dignidade nacional.

Fernando Brito:

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  • O que eu mais queria nesse momento é que Bolsonaro, filhos e equipe fossem defenestrados do governo.
    Mas não me sinto no direito de lutar por isso, se aqueles que o colocarem lá não tomarem a iniciativa.
    Afinal, foram eles que o elegeram e se eles não quiserem tira-lo de lá, forçar a barra seria fazer o que eles fizeram com a Dilma, ainda que Dilma não merecesse mas bozo merece.
    O Congresso e o Poder Judiciário têm meios legítimos para tirá-los de lá, mas duvido que o façam.

  • A direita brasileira ta acabando com o brasil, o pais nao aguenta mais um governo fraco. Esse papo de socialismo de araque é pra tirar o foco do pib encolhendo, desemprego, laranjas , milicias, desindustrializaçao, menos medicos e por ai vai....

  • E pensar que na minha infância, lá nos anos 70, sob a influência militar, falava-se nas escolas sobre "pavilhão nacional", acompanhadas de coisas (como diria Aracy de Almeida) "xaroposas", como versos de Olavo Bilac.

    A bandeira tinha que ser hasteada com pontualidade britânica, não podia ser jogada no lixo quando estivesse velha, mas após ser substituída por outra, incinerada em cerimônia de 19 de novembro, etc, etc.

    Para quem viu tanta papagaiada, é de ficar pasmo como nossa nação está sendo ultrajada por esse energúmeno, e os milicos com cara de paisagem.

    • ----e os milicos com cara de paisagem.----- desculpe,mas não entendí esta frase .
      Daí NUNCA saiu nada a favor do Brasil,por qué deveríamos esperar alguma reação?

      • Pensava que eles fossem minimamente nacionalistas, ao menos na aparência.

        O que estamos vendo é um escracho.

    • Os milicos estão com medo de chutarem o pau da barraca e o Bozo convocar para as ruas os milhões de malucos seus seguidores e todos com duas armas nas mãos, pois as outras duas vão ser emprestadas para aqueles que ainda com compraram as quatro possíveis. E aí? Quem segura?

      • Pode ser, mas há uma contradição nisto: percentual não desprezível dos que votaram no Bozo tem saudades da ditadura militar.

        Neste caso, a quem essa turba seguiria: um capitão que foi "convidado a sair" do exército, ou todo um generalato com carreira consagrada?

        • É nos detalhes que mora o demônio. A "turba", como você definiu, não tem saudades apenas da ditadura, mas principalmente do seu aspecto mais violento e sombrio. A nostalgia é do tempo em que vozes indesejadas terminavam suas existências nos porões, executadas aos poucos pela "tigrada" mais sanguinária do regime. E, enquanto a mula-sem-cabeça é o mais legítimo representante moderno da tigrada, o generalato, apesar de muitas carreiras brilhantes, está na reserva (aposentado). E soldados não obedecem a oficiais de pijamas. Eis o problema...

          • "(...)A nostalgia é do tempo em que vozes indesejadas terminavam suas existências nos porões(...)"

            Meu palpite: a nostalgia é de um Brasil "idílico" (note as aspas) em que as pessoas saíam à noite sem medo, crianças brincavam na rua, a TV não mostrava "sacanagem", pleno emprego, haviam menos engarrafamentos e praias poluídas - esse discurso parece ter gerado nostalgia até naqueles que nem eram nascidos naquela época.

            "(...)enquanto a mula-sem-cabeça é o mais legítimo representante moderno da tigrada, o generalato, apesar de muitas carreiras brilhantes, está na reserva(...)"

            O Recruta Zero está fazendo o serviço sujo e queimando o próprio filme. No momento certo, vai ser chutado. A grande incógnita é o que os militares de alta patente querem fazer depois, via Mourão: será apenas mero antiesquerdismo? A guerra fria acabou há tempos. Ou será alguma coisa geopolítica, com a ascensão da China? Ou apenas algo menos nobre - corporativismo? Talvez tudo junto. A saber, nas cenas dos próximos capítulos.

  • Quando estou afim de uma "brain storm" leio Umberto Eco.
    Uma Conferência dele em 1995 que chega com o título de
    Fascismo Eterno ( Editora Record ). Para o Brasil de hoje.

  • Mesmo sabendo que a justiça brasileira esta totalmente desvirtuada de razão, se faz necessário a esquerda e principalmente o PT questionar publicamente e não reconhecer a eleição que levou este traste ao poder.Motivos para isto é o que não falta.O processo eleitoral foi todo comprometido, seja com o afastamento ilegal de Lula(reconhecido pela ONU), seja com o impedimento dele apoiar publicamente Haddad, ou seja ainda com a maquina de fake news que foi posta a funcionar para denegrir adversarios e levar o Bozonsauro ao poder. Não podemos esquecer também que da entrevista privilegiada a Record, que afronta as regras eleitorais.Ainda que o TSE não acate o pedido para anular as eleições, é um protesto digno e possível.

  • Melhor ainda é que ele vá para os EEUU, Aí sim ele pode bajular todos os dias a todas as horas, o presidente de lá.
    Se ficasse logo lá não precisaria dar a riqueza do Brasil para os americanos.

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