É psicológico? Sem renda, não há consumo; sem consumo…

O professor Fernando Nogueira da Costa chama atenção para reportagem publicada há dias no Valor (aqui, a matéria  reproduzida), onde um estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que a perda de renda dos brasileiros terá perdido, entre 2014 e 2016, 9,4% de sua renda, segunda maior queda em 116 anos. Só perde, diz Nogueira da Costa, para ” o triênio 1981-1983 [sob o comando do decano dos neoliberais, Delfim Neto] teve diminuição mais forte na renda: 12,3%, a preços de 2015 e em moeda nacional”.

Não ficamos muito distantes do quadro registrado naqueles três anos que o professor lembra. Política contracionista, desagregação política e contração (agora, estagnação) da economia mundial. Mas há duas diferenças, ambas dignas de menção e de reflexão.

A primeira, registrada  na reportagem a partir da observação de  Silvia Matos, economista responsável pelo estudo: “A renda não está despencando tanto por causa dos benefícios sociais e dos programas de redistribuição”.

Mas isso, lembra Nogueira, não é o suficiente. Citando números do sistema bancário, ele registra que, do final de 2014 até agora, o número de pessoas nas classes D e E  aumentou em  quase 7 milhões: de  65,5 milhões para 72 milhões. Um crescimento de 10%, quando o incremento populacional não chega a 1% ao ano.

Um processo de exclusão com essa magnitude tem evidente e persistente impacto na atividade econômica.  Em exemplo sobre um produto que se tornou o “sonho de consumo da classe C, as motocicletas: de 2 milhões de unidades em 2011, estima-se que a produção  será, este ano, da metade do número de unidades.

Tanto que o estudo da FGV prevê um PIB estagnado em 2017, o que representa a continuidade da queda no PIB per capita, considerado os quase 1% de crescimento populacional.

A segunda diferença importante entre as duas crises mencionadas é que a ruptura política, no início dos anos 80, apontava num sentido inverso ao de hoje. As ditaduras, sobretudo na América Latina, desmanchavam-se, os processos de descolonização iam se concluindo e democracia era um valor em afirmação.

Agora, não é exagero dizer que a tendência é o contrário.

Este é o “psicológico” – ao qual Michel Temer referiu-se para “explicar” a crise, outro dia – que realmente preocupa.

Fernando Brito:

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  • Gugu Mello, bom dia! Qual a receita para transformar asco (ao ver o mesmo matinal) em diversão??? Por favor, conte-me!

  • Crise engendrada artificialmente e que se tornou real, diga-se de passagem...mas o Temeroso dará jeito!

  • Euhenio alati coce é um doente mental obnubilado pela palavra "petista". Você é um zumbi mental. Para de encher o saco das pessoas com sua idéia fixa. Vai ver se consegue tratamento psiquiatrico. Sua paranoia é sintoma de esquizofrenia. Vai te tratar maluco.

    • Mais um perfil facebook de escroque. Os preferidos citados lá o grau irrecuperável da doença mental não tratada. Prova mais uma vez que todos estes indivíduos doentios de direita são fracassados incompetentes que se julgavam muito inteligentes e deram com a burrice deles n'água. Ai prgam um individuo como Lula sem formação acadêmica que se tornou uma personalidade internacional pela enorme inteligência que tem e está ai o motivo do ódio desses fracassados que continuam se achando injustiçados pela sociedade wuando, na realidade são injustiçados pela natureza. Você fracassado porque é burro alati por causa dos teus genes. Para de culpar os outros e vai te tratar. Talvez assim ainda consiga fazer algo de útil pela humanidade. Por exemplo, costumo sempre recomendar para doentes mentais de direita o exercício de plantar batatas. É útil para a humanidade pois ajuda a reduzir a fome no mundo e mantém os doentes ocupados com outra coisa que não o mundo mental doentio em que vivem por falta do que fazer.

  • Mas o plano golpista é exatamente esse: Fazer o país deixar de ser a sétima economia do mundo e retroagir até os idos de Fernando Henrique, no décimo sexto lugar entre os PIBs mundiais, abaixo do México, suprema humilhação. Deste modo, não seremos mais uma potência competitiva por mercados e ameaçadora de hegemonias decadentes, e nem sequer falaremos mais em BRICS, que estavam (ainda estão, mesmo sem Brasil) destinados a assumirem a liderança mundial da economia em breve. Estamos vivendo um pesadelo, uma ocupação branca, uma destruição nacional que se baseia na aliança entre entreguistas e corruptos.

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