Eduardo Cunha diz que não vai mais sair com Aécio, só quer “discutir a relação”. Ah, Cabral, Cabral…

Tocou o telefone no Palácio…

Cabral, mal refeito dos eflúvios momescos, recebe o aparelho, que lhe é levado por um assessor de olhos assustados: é…é…é ele!

–  Fala, Serginho, como é que você está?

E Cabral, suando ao ouvir a voz rouca das ruas do ABC, gagueja: tutututudo bem, chefe…

– Que bom, Serginho, é que eu estou com um problema, é que hoje eu vou me encontrar com a chefa, lá no Palácio, e eu tenho o de acalmar ela, que está querendo torcer o pescoço do Eduardo Cunha, com essa palhaçada de dizer que  vai romper a aliança e se passar para o Aécio…

– É, chefe, eu li e fiquei preocupado, quem sabe ele não está querendo um espaçozinho no Governo…

– Mais espaço, Serginho? Ah, pára com isso, porque esse Cunha anda pelos ministérios para baixo e para cima, sempre com um projeto de empresário amigo dele… Tem gente que chama ele de “Minha Obra, Minha Vida”…Tem tem aqueles caras da confiança dele, um aqui, outro ali, nem digo que não sejam competentes, mas estão sempre vendo onde meter uma cunha…

– É, eu sei, ele é fogo, né?

-E você acha que um cara que passa a perna no Garotinho é algum bobo, Serginho…Você sabe como isso é difícil, não sabe?

– É…

– Bom, então eu te liguei para saber de você se eu posso dizer a ela que o Cunha vai sossegar…Nem todo mundo é paciente feito a gente, não é? Olha que ela espana e eu deixo a coisa andar, pra ver quem tem garrafa pra vender nessa bagunça…

– Eu vou ver se ligo pra ele.

– Liga. Aliás, liga pro Pezão também e diz para ele que tô com saudade dele, ando querendo trocar umas ideias…

A cena, claro, é imaginada.

O que não quer dizer que não tenha acontecido.

O fato é que  a manhã ainda não havia terminado e lá estava Eduardo Cunha, no Twitter, dizendo que não havia ameaçado romper,  mas que queria “rediscutir a aliança”.

O que uma candidatura ao Senado não faz…