O resultado de 78% de eficácia total da vacina Coronavac e de 100% para evitar casos moderados e graves da doença é mais que suficiente para, com vacinação em massa, por fim à tragédia de mortes e internações hospitalares com a Covid 19.
Explica-se: raríssimas vacinas, sobretudo as menos perigosas e mais tradicionais, feitas, como a chinesa, com vírus atenuado (como a nossa conhecida anti-pólio), oferecem imunidade total neste grau ou superiores.
Para o bloqueio da transmissão, é mais que suficiente e tem capacidade de transformar o contágio pela doença em algo muito eventual e sem maiores consequências.
É uma bobagem querer comparar vacinas por uma comparação aritmética de sua taxa de eficácia total: a vacina contra a gripe, por exemplo, desempenha um papel importantíssimo na preservação da vida das pessoas de mais idade com meros 60% de eficácia.
A Folha explica em parte este número e a relutância dos chineses com os resultados brasileiros onde os voluntários foram 13 mil profissionais de saúde e trabalhadores hospitalares, todos expostos a alto risco, o que teria provocado taxas menores que as obtidas em ensaios na Turquia (91,25%) e na Indonésia, onde os testes usaram a população em geral como parâmetro.
Como cerca de meio milhão de doses desta vacina já foram aplicados na China, sem notícias de reações adversas graves, não há razão sanitária para que a Anvisa retarde sua aprovação, estando completa a documentação e já tendo sido concedido atestado de conformidade com boas práticas farmacêuticas à sua fábrica, em Pequim.
Razões, se houver, serão políticas. E torpes.