Eleição presidencial não é uma futrica

Impressionante o nível da tal “sabatina” da Folha – o nome é uma confissão pretensiosa de como o jornal se considera capaz de “ensinar” os governantes – com a Presidenta Dilma Rousseff.

Os assuntos, em geral, se limitaram a futricas, em relação às quais Dilma até se saiu bem, recusando as provocações.

Mas não se discutiu, senão em rara menções, o papel de um presidente e de seu governo naquilo que o país mais precisa dele.

Na construção de seu desenvolvimento econômico e sua afirmação nacional.

Getúlio Vargas ficou na história por uma taxa de inflação 0,2 ou 0,3% maior ou menor, ou por ter criado a siderurgia no Brasil, fundado a Petrobras, estatizado a exploração dos bilhões de toneladas de ferro brasileiros?

JK é lembrado pelas usinas elétricas, pelas estradas, pela mudança da capital, pelas nascentes indústrias naval e automobilísticas ou porque nomeou josé ou joão para um ministério?

Claro que tudo isso tem de estar presente numa entrevista política: a política é feita, também, destas situações.

Mas isso não pode nos privar do debate em torno do essencial: qual é o rumo deste país?

Quem vai cuidar de termos energia, estradas, portos, como o país vai se beneficiar da extraordinária riqueza de petróleo que se descobriu?

A oposição não tem uma ideia, um projeto, um caminho a apresentar.

O discurso é, quase que exclusivamente, o da moralidade que, com o episódio do Aeoporto de Cláudio, vê-se qual é.

O resto é apenas (e mais) desmonte do Estado.

A iniciativa privada vai responder àquelas questões?

O Itaú vai financiar estradas, o Santander arcará com os investimentos do pré-sal, o Bradesco vai empatar dinheiro em hidrelétricas?

Ou será que o Goldman Sachs ou o BNP Paribas vão financiar metrô, corredores de ônibus, casas populares?

Escaramuças à parte, não se pode perder o foco do que é uma eleição presidencial.

É a escolha de um destino para o país.

Não a de um “amigo do mercado”.

Já basta que os jornalistas tenham se tornado isso.

Primeira parte

 

Segunda parte  

 

Fernando Brito:

View Comments (39)

    • O Alckmin agora vai fazer chover em SP?! É a maior seca em 80 anos. Não é culpa de ninguém a falta d'água.

      • Não há qualquer sinal de seca, é pura incompetência. Mesmo que fosse, já se sabe quando vai ter seca com mais de 10 anos de antecedência, só governo imoral é que não toma as providências necessárias

      • A seca não é exclusiva de São Paulo,ela atinge todo o Brasil.No entanto o único estado que esta a beira de uma calamidade pública é SP, ate os estados do nordeste estão em situação melhor.
        A oposição e a mídia fizeram terrorismo contra a sociedade com relação ao apagão(uns 4 anos seguidos pelo menos)e mesmo com seca ele não veio.
        Conclusão, o governo do PT(Dilma) fez os investimentos necessários para minimizar os efeitos da seca no nordeste e aumentar a produção de energia. Enquanto o PSDB, com apoio da mídia, dormia em cima do problema.

        • Se a Marta fosse governadora, em 2009 quando houve o alerta referente á Cantareira, ela teria tomada as providências necessárias. Alckimin preferiu investir o dinheiro da SABESP na bolsa de nova york em vez de investir em reservatórios e sistemas de captação.
          Simples assim.

  • O Kennedy e o Josias são merdais. Um outro da Folha nem o nome sei, insignificante. O José Maria da Jovem Pan, limitado, como a rádio. É a cara da rádio. Limitada, feita para néscios. E no todo, se o PT estava pensando em fazer simulações de debate para melhor preparar sua candidata, não precisa mais. Foi um ótimo ensaio, a Dilma se saiu muito bem e acho que ela se divertiu.....

  • O Noblat em seu blog está divulgando que Dilma falou besteira, ao afirmar que o Brasil foi o primeiro a reconhecer o Estado de Israel. Não vi a sabatina, alguém poderia esclarecer?

    • O chanceler brasileiro, Oswaldo Aranha, presidiu a Assembléia da ONU que criou o Estado de Israel.

      • O Noblat deveria usar sua ignorância e mediocridade na faixa de Gaza. Pinçar uma declaração assim é não conseguir achar defeitos nas falas de Dilma. Ela deu um show. Dilminha aprendeu muito neste 4 anos.

  • Como pode um jornalista que diz que o desemprego está aumentando, quando o desemprego nunca foi tão baixo no Brasil, e que diz que a renda está caindo, quando todo mundo sabe que a renda tem aumentado ano a ano desde 2003, ser um dos escolhidos para entrevistar a presidente da República? O nível desses jornalistas é deplorável.

  • Ficaram com cara de bobo, jornalistas de rabo preso com patrao.

  • Esta entrevista mostrou que a Dilma é uma pessoa polida e educada. Ela não devolveu as tentativas de colocá-la nas cordas. Poderia ter devolvido, com contundência, fajutices praticadas pela mídia familiar várias vezes ao longo da entrevista, mas não o fez. Não criticou as jogadas da imprensa tendenciosa, os factóides criados, as manchetes safadas, as jogadas sujas dos editores e dos donos da "grande" mídia, associados ao financismo e alto empresariado. Dilma se mostrou muito além das pobrezas dos entrevistadores, que tentaram jogar nas futricas fabricadas. Me surpreendeu o Kennedy Alencar, pela postura "ensaboada", tentando colocar umas cascas de banana para a Dilma. Estranhei o comportamento dele, que antes já ví praticar um bom jornalismo. Parece que a postura dele foi para atender o patrão. O Josías de Souza, cabotino, como sempre. Os demais me pareceram fracos. Esta é a nossa "grande" imprensa.

  • Fernando, esses ABESTALHADOS são jornalistas ou JORNALEIROS? Passaram o maior vexame diante da mulher que governa o Brasil com competência, seriedade e independência. A mesma coisa não se pode falar do PSTF, o protetor dos bandidos da imprensa suja. E por falar em sujeira, será que a GLOBOSTA vai mostrar o DARF quitado? E para encerrar quero dizer aos patrões dos jornaleiros que a porrada que DILMA dá em CHICO dá também em FRANCISCO.

    • Não xingue os jornaleiros, estes são trabalhadores honestos!Rs
      Já os primeiros...!

  • Esse jornalismo de empresas privadas, de interesses mesquinhos que passam léguas de distância dos reais interesses nacionais é a tônica da mídia oligopolizada por meia dúzia de famílias, que defendem políticas que vão encontro dos seus interesses, claramente contrários aos reais interesses da sociedade brasileira. O que se praticam é um simulacro de jornalismo porque não reporta, sequer, a expor as ideias em jogo. Tratam dos seus interesses como se fossem a única ideia digna do conhecimento público. Isso não é jornalismo, nem aqui, nem na “conchinchina”.

    • Parabéns, parabéns, aos nove comentários acima, boa analise e crítica!

  • Josias "Frias" de Souza, canastrão cínico e escrachado, é a fusão de Baby Stompanato com Joana Martini, no calunismo rolabostista brasileiro, que, como a jabuticaba, é único no mundo.

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