Entramos na tempestade sem comandante no barco

Os números, ainda que “capengas” pela falta absurda de testes, começam a desenhar – apenas um esboço, atente – a gravidade do que estamos passando com a epidemia do novo coronavírus.

No entanto, assistimos hoje um espetáculo teatral macabro.

Uma banca de ministro da Saúde e auxiliares que, todos sabem, já “morreram” mas fingem estar vivos.

Os dados demonstram com toda a clareza que os casos de contágio e as mortes estão sendo represados pela incapacidade de testar os pacientes suspeitos, internados e até os mortos.

Nova York, com 20 milhões de habitantes aplicou somente hoje 27 mil testes, dos quais 11,5 mil deram resultado positivo.

O Brasil, com 210 milhões de habitantes, somados todos os testes feitos desde fevereiro não foi além de 63 mil.

Faz-se um evidente jogo político, com Mandetta convidando Jair Bolsonaro a demiti-lo explicitamente, diante da população e torná-lo um herói, muito além do que de fato foi, um gestor equilibrado em meio à crise.

Aliás, é interessante vê-lo defendendo e valorizando o SUS, que nunca foi das flores de seu jardim.

Ao mesmo tempo, limita suas críticas ao “vai para a rua” do presidente a um “é uma diferença de visões”, quando é, claramente, à luz de todo mundo, um convite ao genocídio.

Hoje, na TVT (a seguir posto o vídeo) disse que Bolsonaro e Mandeta fazem um casal que já partiu para brigas irreconciliáveis e se estapeia em praça pública.

O resultado, claro, é a perda de credibilidade de ambos.

E como um país, como um barco, pode ser comandado por gente na qual já não se acredita?

 

Fernando Brito:

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