Eu vou melhorar, mas o país vai ficar pior. Ou como a imagem briga com a realidade

O Miguel do Rosário já destacou em seu artigo, mas creio que vale a pena refletir sobre um dado muito significativo desta pesquisa Datafolha: a percepção dos brasileiros sobre sua própria situação econômica e a situação econômica do país.

Embora dois em cada quatro brasileiros ache que sua situação pessoal vai melhorar, um deles acha que a situação do país vai piorar.

E mesmo que só um entre 20 brasileiros que  têm um trabalho ou buscam um trabalho esteja desempregado, quase metade da população tem medo do desemprego.

Que, afinal, é o menor já registrado na história do país.

O que, afinal, pode justificar esta espécie de esquizofrenia entre a percepção da situação e a própria situação pessoal, real?

Não parece difícil entender que é um dos mais poderosos ingredientes de formação do pensamento coletivo: a mídia.

Os teóricos do “controle remoto” não parecem entender o que significa um bombardeio de mais de um ano, apresentando o Brasil como uma estrutura mambembe, prestes a ruir, insustentável.

Um país que tem um governo inepto e uma burocracia corrupta.

Uma presidenta, como disse o Aécio, “proba, do bem, mas despreparada”.

Bobinha… Logo alguém que tem uma vida provada nas dificuldades…

A minha vida vai bem, ou razoavelmente bem porque eu, que virei classe média, desgarrei da manada, que vai pro brejo.

Não tem aboio, não tem berrante.

Não tem “boi sinuelo”, como se diz no Sul, com aquele sino a bater, no pescoço.

O som que se ouve é só o som da mídia.

Um espécie de “mito da caverna” contemporâneo, onde tomamos as sombras da mídia – tenebrosas sombras – como realidade e, mesmo diante dela, de tão acostumados à projetada distorção, não a cremos real.

Não vivemos o mundo ou o Brasil de trinta anos atrás, mas o mundo da comunicação.

É certo que a realidade resiste ao fogo distorcido com que o sistema de comunicação a contorce.

Mais fraca, porém, como um fio resistente que, dobrado e torcido muitas vezes, se faz frágil pela fadiga.

Fernando Brito:

View Comments (12)

  • Vocacao para sofrimento. Dilma tem que reagir, nao esta nos porroes do DOI/CODI.

    • TODOS TEMOS QUE REAGIR. TODOS TEMOS UM PAPEL NESSA HORA. TEMOS QUE CRITICAR O PIG EM SEU PRÓPRIO TERRITORIO. ESCREVER INCANSALVELMENTE PARA ELES MOSTRANDO A DISCORDÂNCIA. TEMOS QUE MANISFESTAR ISSO NAS RUAS, NAS FAIXAS DOS CAMPOS DE FUTEBOL. NOS ADESIVOS DOS CARROS.

      VAMOS REPETIR EM TODOS OS LUGARES: A PETROBRAS É NOSSA !

  • Mais uma razão para concordar com o papa Francisco. A mídia global é insidiosa.

  • No mínimos os dois institutos deveriam dizer em quais hospícios fizeram as pesquisas.

    Ibope apontou 9% de intenção de votos para Marina semana passada.

    Hoje, Datafolha aponta 27%, para a mesma Marina. 7 dias depois.

    A margem de erro das 2 pesquisas é de 2%.

    18% de votos a mais no Datafolha.

    Ganhou o tripo de eleitor em duas semanas, coisa de maluco.

    9% IBOPE e 27% Datafolha para cenários idênticos.

    Coisa de louco.

    Ou pensam que estão a lidar apenas com idiotas consumados coxinhas.

  • É isso a esquizofrenia esta disseminada.
    EM 2996, um em cada 1000 brasileiros conseguia viajar de turismo a Europa e USA. Muitos não saiam nem do bairro onde residiam para não gastar com ônibus.

    Hoje, costumeiramente viajam de ferias para USA e Europa, ao ponto de se depararem com a Danuza Leão( vade-retro) nas ruas de New York, alem de possuírem um carrinho para locomoção.

    Carrinho que diga-se de passagem está engarrafando o transito e contrariando a classe merdia alta e os 1%, sendo que estes últimos resolveram se locomover de helicóptero para não ser atrapalhado pela mundiça.

    Mas a vida esta de mal a pior para a classe merdia presa com grilhões na caverna do PiG e o Brasil está prestes a quebrar. Não obstante o Brasil ter atingido reservas internacionais de US$ 377,8 bi em 14 de março.

  • Esse domínio da mídia criando esse mito da caverna contemporâneo é a comprovação do mito que o governo tem que investir em propaganda institucional na grande imprensa. É dinheiro jogado fora. O leitor é massacrado pelas chamadas repetidas ad nauseum, que o pais está uma m...

  • Datafolha sempre mostrou índices menores para os candidatos do PT do que os demais institutos, seguida pelo Ibope.

    Não sei onde está a surpresa.

  • Piada pronta do UOL:

    "Pesquisa eleitoral
    Dilma tem alta rejeição de eleitores que votam em Campos e Aécio"

  • A mídia (PIG) está jogando pesado contra vocês (esquerda) vocês não se unem e disseminam uníssono o que realmente está em jogo, é cada vez mais a queda da Dilma, e... conseguirão se não houver uma reação maciça. o JOGO É PASSADENA (um mal negócio prório do capitalismo) abafando A SECA PAULISTA, O TRENSALÃO PAULISTA, O MENSALÃO MINEIRO, enfim... conseguiram por na vitrine uma negociação de 2005, e as esquerdas brasileira não se unem para combater o que está aí... VOC~ES TEM QUE PEDIR RELEASE DE OBRAS FEDERAIS E ENTUPIR OS BLOGUES COM MATÉRIA BEM FEITAS DAS REALIZAÇÕES DO GOVERNO. Por exemplo um estádio e propaganda do estádi. Um minha casa minha vida e o benefício... enfim...

  • Um silogismo hipotético pode sintetizar esta pesquisa:

    Prelúdio:
    Isto me lembra a estória do "cara" que passava pela jaula do leão e com este desapercebido, lhe dava um tapa. Depois de tantas tentativas o leão esperou e comeu a mão dele. Não faltaram quem chamasse o leão de assassino.
    O argumento:
    O Lula é o preferido. Na disputa tem três de seus ministros. O que representa tudo o que não se quer é Aécio.
    O radical de direita não vota em ministro do Lula, mas vota em Aécio.
    A tendencia é que os votos dos ministros de Lula no mínimo se dividam quando seus representantes estiverem fora.
    Epílogo:
    Conclusão: Qualquer um pode ganhar menos Aécio.

    A folha fez algo parecido, criou o seu silogismo hipotético com o objetivo de definir um valor lógico.
    Meu argumento acima pode representar um inverossimilhança mas com certeza vai influir em uma parte do modo de pensar de qual quer um que "lhe de ouvidos". O que pode criar um benefício para um dos lados.

    Isto é lógica formal. Os advogados e jornalistas usam muito disto para "emplacar" seus argumentos.
    Isto é matemática. É fácil conclui que existe uma cabeça pensante com indução proposital.

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