EUA votam na ONU contra o “combate à glorificação do nazismo”

Enquanto se multiplicam os protestos nos Estados Unidos contra a decisão do júri que livrou de julgamento o policial que matou o jovem  negro Michael Brown, que já levou mais de 400 pessoas à cadeia na cidade de  Ferguson, no estado sulista do Missouri, e em outras regiões dos Estados Unidos por protestar a diplomacia -acaba de marcar um “golaço” contra o racismo.

Gol contra, fique claro.

É que na sexta-feira a Assembléia Geral da ONU votou uma declaração “contrária à glorificação do nazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância”.

O resultado, claro, foi de aprovação esmagadora: 126 votos a favor e três contrários, com 50 abstenções.

Os três votos contrários?

Estados Unidos, Canadá (que sempre o acompanha) e o pequeno arquipélago de Palau, na Oceania, que se declarou “estado associado” aos EUA, embora 99% dos americanos nem saibam da existência daquelas ilhotas paradisíacas, que só viraram notícia por causa de um relatório que a apontou como maior consumidora de maconha per capita do mundo.

Para quem duvidar, está aqui a folha de votação, no site das Nações Unidas.

É bom saber, para quem duvidou da matéria da BBC de que por lá se pagam pensões a acusados de crimes de guerra na Alemanha.

É impressionante como o isolacionismo diplomático dos Estados Unidos só é comparável ao seu intervencionismo bélico.

Um país que deu milhares de vidas ao enfrentar a Alemanha nazista, que é presidido por um negro, que se constituiu com imigrantes do mundo inteiro  e que tem décadas de avanço em reconhecimento dos direitos de orientação sexual votar contra uma resolução destas?

É, nada para desagradar a cada vez mais forte direita interna e que atrapalhe o flerte com os movimentos neonazistas no Leste Europeu (Albânia, Bósnia, Bulgária, Ucrânia, República Checa, Eslovênia e Hungria, entre outros, se abstiveram).

Parece o PSDB com os “pró-ditadura” da Paulista.

Fernando Brito:

View Comments (42)

  • Essa turma é muito útil na desestabilização de nações mundo afora, principalmente quando defendem interesses geopolíticos americanos, vide Ucrânia.

    • Só acrescentar um detalhe: como em outras ações dos EUA deram em água, Iraque, Líbia, Síria, etc, estas também se voltarão contra eles próprios. Alimentarão e armarão o inimigo.

      • Então Mz, na Líbia,no Iraque e outros são países que vivem em plena democracia implantada pelos estadunidenses,isso é o qe propaga nossa grande imprensa,só que nunca mais deram um pingo de informação aa quanto estão vivendo aquelas populações. É o que eu sempre digo esse pessoal ainda pensa que somos idiotas e babacas.

  • Bom dia,

    mas porque a surpresa se eles, os U.S criou nas catacumbas de Manhattan os príncipes do dinheiro (os judeus americanos) que patrocina o ódio, guerra americana e morte de palestinos. Isso aqui que os U.S fez na ONU e brincadeira de criança.

    • E por falar nisso, como é que votou o estado de Israel?

      Bandeira, bandeira, bandeira. Pode ser que não conviesse dar mais bandeira. Bandeira, por enquanto, já basta um; o morto-vivo que liderou o golpe de estado na Ucrânia.

        • Loucura mesmo seria se Israel tivesse acompanhado os USA votando não. Aí, sim, estaríamos definitivamente diante do maior nó da História. Um nó, cego, indesatável e historicamente [e logicamente] injustificável.

          Tivesse sido assim, e, a exemplo do que temos visto - especialmente- contra os palestinos... e os acontecimentos que resultaram no golpe de Estado na Ucrânia, aquilo que ainda parece ser, de fato, seria. Aparência e essência em tal circunstância seriam nada mais que mesmíssima coisa.

          _________________
          Na referida votação contra a glorificação [incluída a apologia?] do nazismo e outras práticas anti-humanas ou desumanizantes congêneres, ao que tudo indica, nem o voto pela abstenção seria historicamente possível. Tivesse Israel votado no "A" o resultado seria de absurdos 7 x 0 pra aquela versão apresentada na mesma ONU pelo ex-presidente iraniano. Versão essa tão intensamente questionada e combatida.

  • Hummmmm...!!! Devido ao alto consumo de maconha no arquipélago o nome correto deveria ser "pacau" e não "palau".

  • Deveriam votar também contra a 'glorificação do sionismo'. Por que isto ninguém quer discutir???

    • Assino embaixo.
      E por falar em sionismo, a maçonaria também é um antro de golpistas travestidos de "bons moços".

      • Assino embaixo.
        Maçonaria, Rotarys, Lions, Igrejas e outros metidos a Bildemberg Clubs Tupiniquins, só existem para manter o mundo como sempre foi e perpetuar a ordem criada por eles, que escravizam muitos ao interesse de poucos.

    • Exato, muito bem lembrado. Quando o mundo se levantará contra a máfia anglo-sionista e seus milhões de crimes perpetrados ?

  • E qual é o interesse dos EUA em permitir a glorificação do Nazismo ?!? Espírito Democrático !?! Duvido ... Diz a Lenda que Hitler não morreu ao final da 2GG, e depois de passar pela Argentina, acabou exilado nos EUA, onde se prepara um renascimento do nazismo. Eu, hein ?!?

    "O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES - O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS"

  • Vamos ver o que vai acontecer por lá quando os supremacistas brancos estiverem no poder e começarem a culpar os judeus pelos seus problemas.

    • Fernando Brito,
      não que importe muito... más, você colocou o link de uma votação de 2013, na qual Palau realmente votou contra a resolução, na votação de 2014 (que linkei acima), Palau votou a favor e a Ucrânia contra...

      • Pois é, Fred, obrigado pelo observação.

        Interessante é poder constatar que a Ucrânia saiu de cima do muro. Se em 2013 ela se absteve; dessa vez, não, seguiu pari passu os SPYstates.

        Até aí, nada de novo, apenas a lógica.

    • Fred, bem observado, eu nem tinha visto a data e compartilhei aquela resolução de 2013 como se fosse 2014 e o mais grave nisto é que são duas resoluções em que os americanos e seus aliados "caninos" NÃO QUEREM COMBATER O NAZISMO, ora se não querem, não existe meio termo, ou meia grávida, ou APÓIA OU COMBATE.acho que tá bem entendido!

      • Sob o domínio da burocracia de Bruxelas, os governos dos países da UE se abstiveram em bloco, tudo para proteger o regime neonazista ucraniano...

  • "Um país que deu milhares de vidas ao enfrentar a Alemanha nazista, que é presidido por um negro, que se constituiu com imigrantes do mundo inteiro e que tem décadas de avanço em reconhecimento dos direitos de orientação sexual votar contra uma resolução destas?".

    O "reconhecimento dos direitos de orientação sexual" ou, em outras palavras, a apologia atual à prática de diversas formas de desvios sexuais, não tem nada a ver com as lutas históricas da esquerda, mas tem sido disseminada no Brasil como se fosse algo ligado à ideologia da esquerda, por membros de partidos e organizações de esquerda que simpatizam com essas bandeiras, muitas vezes influenciados pelos modismos e pela lavagem cerebral impostos pela mídia, que detém o poder de confundir e deformar a sociedade. Mas a defesa das práticas de desvios sexuais, que são mais frequentes nas classes sociais mais altas, é desde sempre, capitaneada no Brasil e no mundo pela mídia da direita e pelo poder econômico. Isso não ocorre à toa, há estratégia por trás dessa verdadeira campanha que se faz, por exemplo, aqui no Brasil através das novelas da Globo. O objetivo é desestruturar as famílias cada vez mais, isso se faz juntamente com a campanha pela liberação das drogas, para entre outras coisas, promever o individualismo, a alienação e o consumismo do descartável. Na ideologia do individualismo e do descartável até as pessoas são descartáveis, os fetos, os casamentos, os cônjujes, os filhos, os pobres, os idosos, os valores etc. Aí quem é de esquerda fica sem entender quando vê que seu partido defende a mesma legalização de drogas que FHC, ou quando ouve a propaganda da Folha (http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/2014/08/1493860-drogas-o-que-a-folha-pensa.shtml ) que diz que o jornal direitista é a favor desses mesmos temas controversos, vendidos como bandeiras da esquerda.

    • "Desvios sexuais"??? Não traga preconceito para o campo da esquerda, por favor.
      E, também por favor, não argumente ad hominen. Se FHC defende a bandeira progressista da legalização das drogas, palmas para ele neste ponto. Se você discorda desta bandeira, justifique com argumentos. Ou você prefere a guerra ao narcotráfico? Ou acha que uma, como se diz por aí, "formação nos valores da família saudável" vai fazer o ser humano parar de usar drogas? Homossexualismo é coisa mais de rico? Qual é a base sociológica para essa aberração, digo suposição? Ser de esquerda é reconhecer que a humanidade não se divide em seres humanos de primeira categoria e de segunda categoria. E isso vale para defender não só os pobres e miseráveis, mas todos os que são vítimas de alguma forma de opressão injusta, do ponto de vista material e/ou simbólico: negros, índios, mulheres, favelados, nordestinos, imigrantes, apenados, deficientes físicos, deficientes mentais e também, óbvio, gays, maconheiros e mulheres que fazem aborto.

      • Só discordo de um detalhe:

        O que você definiu como sendo de esquerda ou do campo da esquerda é ser de esquerda ou é simplesmente ser educado e/ou politicamente lúcido?

        Ou seja: alguém precisa ser de esquerda para entender e defender seus argumentos, ou o que você acabou de defender?

      • Uma coisa é defender os oprimidos pelas discriminações, outra coisa é defender e fazer apologia de práticas e valores que são, no mínimo, controversos. São coisas distintas, mas a mídia, em geral, e nisso, direita e esquerda se confundem, trata como se fosse uma coisa só. E muitas pessoas fazem o mesmo. Todas as pessoas têm o mesmo valor humano e defender os que são injustamente oprimidos e discriminados é a posição da esquerda, nisso você tem toda razão. Mas a defesa de determinadas práticas, sejam ligadas a sexo, drogas, entre outras, não tem nada a ver com a posição de esquerda, tanto é assim que no Brasil a defesa e apologia dessas práticas é capitaneada pela Globo e pelo oligopólio de mídia. As prostitutas, por exemplo, valem tanto quanto qualquer outra pessoa, mas nem por isso, as necessárias campanhas governamentais visando protegê-las de doenças ou violência precisam incentivar a prostituição. Ao contrário, o governo deve tentar orientá-las e lhes dar oportunidades de encontrar outras formas de trabalho. Já os obesos também são discriminados, sofrem bullying, preconceito. Deve-se combater a discriminação, mas não promovendo a obesidade. É difícil separar as coisas, mas é possível e necessário. E o que a mídia e o capitalismo fazem? Incentivam o consumismo, o desvirtuamento da alimentação. O prazer do paladar, que é uma característica natural do corpo que o leva a buscar o alimento para se nutrir, passa a ser manipulado para levar as pessoas a consumirem mais, e não alimentos que nutrem, mas de função estéril, somente pelo prazer. O que aconteceria se as drogas fossem liberadas? Será que haveria uma multinacional da maconha ganhando bilhões e levando os traficantes a migrarem para outras mercadorias mais pesadas? Será que o consumo das drogas não aumentaria? Quem arcaria com os custos do tratamento dos novos viciados? Questões complexas, mas a Folha é a favor (e FHC também). Uma das causas que levam alguém a usar drogas é a desestruturação familiar. Portanto, evidentemente que com famílias mais estruturadas, menos brigas, traições, divórcios, menos distanciamento dos pais, se reduziria o consumo de drogas. Quanto à opinião de que os desvios sexuais são mais frequentes entre os mais ricos, não especifiquei um desvio, citei de forma genérica, pois as classes mais altas têm mais acesso aos supérfluos, ao descartável, estão mais sujeitas ao individualismo, a frivolidades, a determinados vícios, à luxúria, pelas facilidades e exclusividades que sua condição social lhes proporciona. Se tenho "base sociológica para essa aberração, digo suposição"? Não diria que tenho, pois é somente uma opinião, mas se pegarmos um exemplo da Antiguidade, no tempo do Império Romano ou da Grécia Antiga, sabe-se que os desvios sexuais e a permissividade de todo tipo eram muito comuns nas elites.

  • É que os estados unidos, ao contrário do PT, glorifica mais ainda a liberdade de expressão. Mesmo que seja a expressão mais tola como o nazismo.
    Ja o PT o que pratica? o mesmo que o nazismo, prega que o imigrante europeu é uma raça maligna na forma de "elites brancas" que controlam o país. Tal como no nazismo, onde se diziam "elites judias".

      • Não existe liberdade absoluta, toda liberdade deve ser regulada justamente para não descambar no autoritarismo que a segue.
        Ademais, defender idéias que ceifou milhares de vidas e ainda hoje deixa sicatrizes amargas nas gerações qque se seguiram não pode ser objeto de abrangência da liberdade de expressão.

    • Alex, você é mesmo burro desse jeito ou tá só tentando nos escandalizar?
      Volta pro videogame, animal...

  • "Um país que deu milhares de vidas ao enfrentar a Alemanha nazista, que é presidido por um negro,..."
    ___________________
    Bem observado. No entanto, e o que mais interessante, só é governado - ou melhor, presidido - por um negro em razão direta desse mesmo [referido] isolacionismo. Entendo que após o extremismo do último Bush, Obama foi opção limite. E ele sabe disso.

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