Evo volta à Bolívia dia 9, para não fazer sombra à posse de Arce

Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires da Rádio França Internacional, informa que o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, voltará ao país no dia 9 de novembro, um dia depois da posse de seu ex-ministro Luís Arce na presidência do país.

Chegará, provavelmente, de carro, pela fronteira com a Argentina, e em seguida deve ir a Tarija, Potosi, Sucre e Cochabamba. Sua volta a La Paz ainda não tem data.

É um cuidado, dizem seus partidários, para não fazer sombra à festa de posse do presidente eleito e, certamente, o cuidado de não criar melindres numa relação que será delicada, por conta da imensa ascendência política de Morales na Bolívia. Os meios conservadores bolivianos tem sido pródigos em intrigar os dois, pressionando Arce a todo tempo para que diga que Morales não terá papel administrativo na sua gestão.

Evo tem se mantido discreto, dizendo que voltará às suas bases em Cochabamba – fará um grande ato na sua chegada à cidade, dia 11, quando se completa um ano do inicio de seu exílio e que pretende dedicar-se ao sindicalismo, ao seu partido e, curiosamente, à criação de tambaquis, peixe amazônico que, segundo ele, alguns de seus amigos têm criado em cativeiro com bons lucros.

Parece disposto a não aceitar iscas para que se ponha num conflito de lideranças com Arce, ainda mais depois de escaldado pela experiência de seu amigo Rafael Correa, do Equador, que elegeu Lenín Moreno presidente e este, logo que assumiu, dedicou-se a apunhalar seu antigo líder.

Fernando Brito:
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