O sr. Jair Bolsonaro disse que, como não entende de economia, vai chamar os funcionários da Petrobras para que expliquem porque os preços são altos e ainda precisam subir.
Vamos dar algumas explicações ao “Mito”, para que ele não fique tendo de proclamar seguidamente sua ignorância.
Petróleo é uma commodity, que é como chamamos aquelas mercadorias onde o preço internacional é quem manda. Ou, pelo menos, é assim na ótica do “livre mercado”, aquele que, como Deus, está “acima de tudo”.
Se a soja sobe no mercado internacional, o óleo de soja sobe no Brasil. Idem o açúcar, o café, o minério de ferro….
Ah, mas isso acontece porque somos exportadores destas matérias primas. “Seu” Jair, informe-se: somos exportadores de petróleo, também. Ano passado, foram 1,12 milhões de barris por dia, na média, em exportações, ou 40% de toda a produção nacional.
O preço internacional está muito acima do que estava há três ou quatro anos, entre outras razões porque as sanções econômicas dos EUA à Venezuela – estas que o senhor apóia incondicionalmente – reduziram a exportação de petróleo daquele país e, portanto, fizeram o barril aumentar de preço. Aumentar, não, dobrar, de 2016 para cá.
A outra razão, presidente, é que reduzimos a produção interna de derivados, deixando nossas refinarias com mais de 25% de capacidade, um índice que, poucos anos atrás, era de míseros 2%.
A importação de combustíveis, não sei se o senhor sabe, é livre e o Brasil passou a importar, por agentes privados, cerca de 20% do diesel que consumimos. A preço, claro, de mercado internacional.
A política de preços da Petrobras facilita isso e ela, que quer vender as refinarias, “nem tchum”. Operando a plena capacidade elas valem mais e aí é mais difícil vender.
Há outras razões, várias outras – por exemplo, a necessidade de gerar caixa e liquidar antecipadamente dívidas, reduzindo a alavancagem e melhorando o rating da companhia e a de colocar os lucros da empresa nas alturas – R$ 25,8 bilhoes, ano passado – para encher os bolsos de seus acionistas, o Governo Federal entre eles.
A turma do seu “Posto Ipiranga” quer é vender combustível caro e por isso, em matéria de aumento de preço. não hesitam em impor “quilômetros de desvantagem” aos brasileiros.
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mas nem desenhando esse traste vai entender
Imagino ele na escola: quando a aula era chata (ou acima de sua capacidade intelectual, o mais provável), ficava desenhando no caderno "arminhas".
mas ele tem capacidade pra desenhar arminha?
acho que nem isso
nem einstein e freud, os dois juntos, conseguiriam explicar algo mais complexo para ele.
Então ele passava 100% das aulas desenhando arminhas.
Na cabeça dele só tem um culpado pelo preço alto: o PT. Então, se o diesel vai aumentar é porque Lula mandou lá de sua cela em Curitiba.
Impressionante anta anta anta anta, completa ignorância sobre todos os assuntos!
Brito, explicar qualquer coisa ao Coiso é perder seu precioso tempo. Me permita acrescentar: alguém deve ter dito a ele pra segurar o aumento do diesel porque a inflação está subindo e, como todos sabem, que o abastecimento é feito via transporte rodoviário, fato que impacta no índice. Provavelmente, ele irá dividir o aumento em duas parcelas para diminuir a pressão sobre os preços dos produtos e mercadorias transportadas. Vamos aguardar.
Duro é ouvir Eliane Catanhede falando Merda.
O Bozo é a única pessoa do mundo que tem PhD em burrice!
Seria sensato julgar que o Posto Ypiranga nada teve a ver com a decisão? A Petrobras não o teria consultado, não teria recebido sua aprovação? Já que o Bozo mesmo diz, que nada entende de Economia, outras áreas do Governo não teriam forçado a decisão e o Posto Ypiranga botou a viola no saco, ficando de fora sem se comprometer? Com a economia em queda, o desemprego e o soluço inflacionário que passamos, ao que parece, a realidade está sendo mais dura para manutenção dessa política de preços, que não se justifica em toda a sua inteireza, porque dispomos de petróleo nacional suficiente e de capacidade de refino para atender nossas necessidades, quase tudo produzido em reais, que não significa abandonar de todo o referencial dos preços internacionais do petróleo. Há condições para espaçar os reajustes, como sempre foi feito. Com a inflação mais severa já batendo à porta, e os reflexos da decisão impactar o mercado de diesel, vale dizer de transporte rodoviário, riscos, inclusive, de movimentos dos caminhoneiros, classe que tem apoiado Bolsonaro, que o ajudou a ser eleito, daí a defesa da classe pelo presidente do golpe. Ao que parece, o Bozo foi utilizado para preservar a majestade neoliberal do Posto Ypiranga. A maior saia justa. Essa de perda de valor de mercado é cantilena dos mercadistas, não tarda e passado o período de especulação nas ações das estatais, tudo volta ao normal.
O deus-mercado quer que o preço dos combustíveis vá às alturas, para deixar felizes os acionistas da Petrobras e de outras petroleiras. Os caminhoneiros, por outro lado, precisam de combustíveis baratos, senão podem até perder seus caminhões para os bancos, além de terem sua renda muito achatada. Além disso, combustível caro provoca inflação, pois quase todas as mercadorias, no Brasil, são transportadas por caminhão. E o povo não quer inflação.
O capitão terá que decidir para qual desses dois lados prefere governar: para os caminhoneiros e o povo, ou para satisfazer ao apetite voraz do deus-mercado. Detalhe: essa decisão não pode esperar, tem que ser nos próximos dias.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Vamos lá, capitão, decida!
No entanto esta é a lógica do capitalismo selvagem que não leva em conta o verdadeiro dono da matéria prima petróleo que é o povo.Só vale e está valendo para o mundo atual em franca confusão social. O que vai dar isso ninguém sabe.
BRITO: faltou a palavra "ociosa" no parágrafo que fala que ela era 2% ociosa e que hoje essa ociosidade é de 25%. Favor corrigir, antes que algum bolsominion venha aqui dizer que se subiu de 2% para 25% é muito bom para a Petrobrás.
Prezado Brito. Bom dia a todos. Muito bom o texto. Sugiro completar com os dados da AEPET Associação dos Engenheiros da Petrobras, porque o problema é ainda mais grave e profundo. É tudo muito bem calculado.