Muitas vezes os leitores, talvez levados pelo tom com que a blogosfera – que não é toda igual, também erra e tem como diferencial essencial a sinceridade com que se expressa -, acreditam que se está a exigir uma “radicalização” do Governo Dilma.
É possível que muitos o pretendam.
De minha parte, digo que não.
O que se espera do Governo Dilma é mudança,na política e na economia, sem o que qualquer “ação de comunicação” – daqui a pouco escrevo sobre o tal “documento interno do Planalto” que vazou e sobre o Datafolha – está fadada ao fracasso.
Governo se toca – e nenhum líder de esquerda pode fechar os olhos às experiências históricas – com alianças e, sim, com concessões. Desde que não seja nos princípios e na ideia central que norteia aquele que o voto popular levou ao Governo, ao contrário de representar um deslize, é uma virtude e, mais importante, um facilitador para a consecução dos compromissos que se firmou com a população.
Vivi isso, pela primeira vez, pouco tempo depois da vitória avassaladora de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, quando ele teve, para governar, de fazer uma aliança com o PMDB que derrotara nas urnas, sem o que não governaria. Houve, é certo, incompreensões, a maior delas de Jamil Haddad, que viria a refundar o PSB. Mas isso não fez do Governo senão mais forte para fazer o que foi eleito para fazer.
O resultado das eleições, já no primeiro turno, mostrava a fratura da base parlamentar e, com isso, das próprias condições de governabilidade, portanto, o caminho da política era o das alianças.
Da mesma forma em que, nos dois turnos da eleição de Presidente, indicou que, mais uma vez, o caminho da comunicação com a população era o de o Governo mostrar-se diferenciado de tudo o que caracterizou nosso inferno neoliberal dos anos 90.
O Governo Dilma, em sua fase inicial – supondo que ele se reinventa, agora – errou em ambos os campos.
É verdade que o campo de formação de alianças de governo ficou dificultado pelo fato de o PMDB ter posto à proa do barco a carranca de Eduardo Cunha, mas faltou ver ao Governo que o combate político a Cunha é da política, não o da participação do PMDB no governo, aliás no qual tem o vice-presidente.
Mas no campo da comunicação com a população errou mais, muito mais.
O primeiro e mais fundamental engano foi o de confundir os ajustes necessários na economia com uma demonstração de que o Governo se apressava em atender aquilo que a oposição conservadora exigia dele: aumentos de preços e tarifas e cortes nas políticas sociais, mais “publicitários” que reais, porque são questões antigas e que depois de serem empurradas com a barriga durante anos, foram apresentados como um “pacote”.
Na questão dos preços, então, a coisa foi terrível. Deu-se carne aos leões como se isto fosse apascentá-los. Ignorou-se o que já se experimentara em 2013 e 2014, o abalo inflacionário do “tripé macroeconômico” do povão: batata, tomate e carne. E correu-se a demonstrar “ao mercado” que o Governo lhe seria sensível, como se fez à empresas elétricas, como se fez aos rentistas da Selic, como se fez a todos os que se opuseram, sabotaram e deram suporte aos derrotados das eleições.
Aos vencedores, nem as batatas, que chegaram a estratosféricos R$ 6 por quilo, quase o triplo do preço anterior.
A presidente não falou aos seus eleitores e, mesmo sem falar por quase dois meses, seu governo falou à oposição, na esperança de acalmá-la.
O resultado é este que se vê: a direita ensandecida por conseguir uma mobilização que nunca teve, mas que cria uma nova realidade para ela, que já não precisa se abrigar na sofisticação do tucanato e que vai desembocar na formação de outro ramo político, porque as forças históricas do PSDB não estão nem podem estar à testa disso.
E a esquerda, perplexa, querendo reagir mas impedida de fazê-lo, porque seu governo está (ou estava, espero) inerte.
Se não foi a origem disso, porque a Dilma cabe a responsabilidade de comandar seu governo, “ajudou muito” a “cozinha” do Planalto, que se encheu de amadores, que acham que vão conduzir acordos políticos com “vazamentos” na Folha e no Estadão e tornarem-se importantes ajudando a manietá-la com a perda de sua liderança e afastando-a ainda mais de Lula. Não duvido que pretendessem até receber elogios dos mervais da vida por sua “sabedoria política” e “elegância” , bem diferentes da “ralé lulista”.
O “sacode” que o Governo tomou vai ser difícil de reverter, mas serve, ao menos, para que se disponham a reverter.
É muito melhor para Dilma fazer a composição na política e a busca de suas próprias forças e sua legitimidade entre aqueles que a elegeram do que tentar um impossível agrado àqueles que vão à Avenida Paulista.
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Fernando Brito: Acho que você tem que verificar duas coisas em seu site.
a) Quase todas as vezes que se abre, entra um anúncio do Ali Express.
E isso ocorre em qualquer computador e até celulares, logo
não está localizado em um usuário.
b) Procure você mesmo encontrar o seu site via Google. Parece que a referência ao endereço SUMIU! Só se encontra como respostas matérias que falam do seu blog. Acho que corrigir isso é URGENTE! E digo que acho isso muito suspeito também. Quanto a isso, sugiro que consulte vários especialistas.
Tive a mesma experiência ao tentar entrar no blog pelo google.
A grande maioria dos eleitores de São Paulo gostam tanto de mudança, que de 4 em 4 ano elegem um tucano. E ainda querem contestar os 12 anos dos governos progressista do PT, quando os tucanos estão no poder em SP há mais de 20 anos.
O problema da Dilma é que ela deixou por muito tempo a direita falar sozinha. Sem contraponto, o discurso único da mídia está contaminando o restante da população; o ódio está transbordando das classes mais ricas para os mais pobres.
Precisamos de um governo que eduque politicamente as pessoas, que explique o que está acontecendo e denuncie a manipulação dos meios de comunicação.
Como? No mínimo, usando as armas de que já dispõe.
Por exemplo: a Voz do Brasil. Ao invés de um programa jornalístico burocrático, ele deveria se transformar numa espécie de programa eleitoral permanente. A Dilma deveria assumir o comando do programa e falar o que tem que ser dito: explicar como a Policia Federal está combatendo a corrupção, que a PGR tem autonomia para fazer denúncias, etc.
Com isso a Dilma teria um momento diário para falar, oferecer um discuso alternativo aos seus apoiadores e a aqueles que ainda estão em cima do muro.
Comigo está aconte a mesma coisa relatada acima.
ALEMÃES PROTESTAM CONTRA MEDIDAS DE "AUSTERIDADE" DO BCE:
http://www.telesurtv.net/news/Alemania-Policias-reprimen-protesta-antirecortes-en-Frankfurt-20150318-0012.html
Uma ação de protesto em Frankfurt (Alemanha), organizada pelo movimento anticapitalista Blockupy, virou uma verdadeira guerra com a polícia, com carros incendiados e bombeiros atacados com pedras, relata na quarta-feira o site de Die Zeit. A manifestação visava protestar contra abertura da sede do Banco Central Europeu em Frankfurt. Os manifestantes se opõem ao BCE, à política da União Europeia e ao FMI, bem como ao governo alemão, que, em sua opinião, são responsáveis pelo surgimento da crise na Europa, com milhões de desempregados. Será que a Midia brasileira publica? Querem p/ o Brasil o mesmo que ocorre na Europa. Aqui não temos desemprego mas os coxinhas querem a volta do FHC.
Dilma reagir?
Impossível
Está acuada e medrosa e vai tentar empurrar o Brasil com a barriga para os braços da direita golpista em 2018.
Dilma use os meios de comunicação que possui, são eles a Voz do Brasil, emissoras de TV do governo, e os blogs alternativos não necessita falar com a Midia pois tudo o que você disser será deturpado. Somente lhes corte todas as verbas de publicidade.
Só com forte e crescente mobilização nas ruas e internet contra os golpistas da mídia será possível o governo ter visibilidade positiva. Sem lei de meios o atraso vai ficar permanentemente rondando e os avanços, quando conseguirem, serão sempre mínimos. Governo feito para os golpistas é anacrônico, tem cheiro de mofo e contamina tudo, judiciário, ministério público, saúde, educação, administração pública, tudo apodrece.
Dilma, sua teimosa e seus assessores... Há quem goste de sofrer, mesmo tendo tudo para evitar isso.