Fernando Morais a Moro: quer saber das palestras de Lula no exterior? Pode me perguntar, eu estava lá

Fantástica correspondência do jornalista e escritor Fernando Morais ao juiz Sérgio Moro, prontificando-se a depor sobre as palestras de Lula no exterior, objeto das !investigações da S.., digo, da Força Tarefa da Lava Jato:

 

Meritíssimo Juiz
Sérgio Fernando Moro
MD Titular da 13ª Vara Criminal Federal
Bairro Ahú
Curitiba – Paraná

Senhor Juiz:

Na manhã de hoje tive a oportunidade de assistir à entrevista coletiva concedida pelos procuradores do Ministério Público de Curitiba. Deixaram-me a clara impressão de que suspeitam que as palestras realizadas pelo ex-presidente Lula tenham sido uma fachada para encobrir o recebimento de recursos de origem escusa.

Há alguns anos venho acompanhando o ex-presidente em suas viagens pelo Brasil e exterior para levantar informações para o livro que estou escrevendo sobre um período de sua vida pública. Logo descobri que os aviões eram um ótimo local para meu trabalho: sem interrupções de telefonemas, agendas e visitas, eu podia passar horas tomando seu depoimento – lembro-me de um voo de mais de vinte horas de duração.

Acredito tê-lo acompanhado em mais de dez viagens internacionais. De memória, lembro-me de ter estado com o ex-presidente no México, Portugal, África do Sul, Moçambique, Etiópia, Índia, Alemanha, França, Espanha e Cuba.

Em todos os casos ele realizou, sim, as palestras para as quais havia sido contratado. Em alguns dos referidos países, mais de uma. Eu o seguia da hora em que acordava até quando se recolhia para dormir. Assisti a todas as palestras e testemunhei todas as audiências que ele concedeu a artistas, autoridades, sindicalistas e empresários locais. Em nenhum momento ele pediu que eu me retirasse para que pudesse conversar privadamente com alguém – o que seria absolutamente natural.

Trago o assunto à baila por uma única razão: sou testemunha da lisura e do comportamento ético que norteou as viagens do ex-presidente Lula ao exterior – e de que ele de fato proferiu as palestras agora colocadas sob suspeição. Nesse sentido, coloco-me à disposição desse Juízo Federal para oferecer meu depoimento, o qual, estou certo, contribuirá para a elucidação dos fatos sob investigação.

Atenciosamente,

Fernando Morais
jornalista e escritor

Fernando Brito:

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  • Tem um coxinha kkkk..gando pela boca aqui. Não permita Brito. O blog Tijolaço não é latrina. Respeitemos a memoria de Brizola.
    Ademais é republicanismo demais. Chega de republicanismo otário!

  • O Lula foi conduzido coercivamente, por que o pessoal da larva-jato estão interessados em comprar uns pedalinhos para usar em suas operações, e queriam saber onde o ele comprou.

  • O senador Roberto Requião (PMDB-PR), nesta sexta-feira (4), classificou como “molecagem” da TV Globo, Ministério Público e Justiça Federal a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 24ª fase da Operação Lava Jato.

    Para o parlamentar, o BBB da Globo — em referência ao programa Big Brother Brasil — é uma “molecagem festejada por alienados e prejudicial ao direito”.

    “Condução coercitiva desnecessária, absurdo BBB da Globo, MP e Justiça Federal.Molecagem festejada por alienados e prejudicial ao direito”, tuitou.

    Requião também criticou o juiz Sérgio Moro pelo espetáculo midiático. “Foi ilegal e fere o direito”, opinou o senador que é advogado e jornalista por formação.

    “Eu, Lula, e qualquer cidadão devemos responder por nossos atos. Mas o espetáculo midiático da Globo,MP e juiz, foi ilegal e fere o direito”, disse pelo microblog.

    • Já o estão chamando de Moreque; não consigo atinar com a razão... rs

  • 'Fazer Justiça não pode ser um vale-tudo', diz governador do Maranhão

    O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que é originário da Justiça Federal e foi o primeiro governante a capitanear a chamada “Carta dos Governadores”, no ano passado, apoiando a governabilidade do país e o mandato da presidenta Dilma Rousseff, afirmou há pouco que “abusos devem ser evitados” e, a seu ver, “fazer justiça não pode ser um vale-tudo”.

    Flávio Dino divulgou por meio de sua assessoria – em material depois veiculado no Twitter – que sempre declarou seu apoio a todas as investigações no âmbito das operações Lava Jato, Zelotes e outras, mas acredita que medidas coercitivas devem obedecer ao princípio da necessidade, o que não se aplica ao caso do ex-presidente Lula.

    “Decisões de força, quando desnecessárias, e atos espetaculares conflagram a sociedade e não contribuem para que haja verdade e justiça. No Direito, os fins não justificam os meios. São os meios que justificam os fins. Fazer justiça não pode ser um vale-tudo. Se o Ministério Público diz já possuir tantas provas, basta oferecer denúncia para que haja o direito de defesa e julgamento”, enfatizou Dino.

  • Quantos chefes de estado e de governo Lula pode chamar como testemunhas? Quantos empresários? Quantos trabalhadores, artistas, intelectuais? Aguardemos.

  • FB creio q os ditos blog's sujos deveriam inundar de informações tipo as de triplex paraty é a forma q acredito podemos colaborar para um país melhor pq não haverá trégua por parte da mídia e a maior parte da população se baseia pelas informações da globo temos que conseguir mudar isso.

  • Atenção!!!!!! O PT do Rio de Janeiro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão organizando um ato contra o impeachment da presidente Dilma a ser realizado na porta da Rede Globo no próximo domingo; nesta sexta-feira 4, dia em que a Operação Lava Jato cumpriu um mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula, a Globo foi alvo de protestos, que acabou sendo transmitido ao vivo pela própria emissora; nas redes sociais, o termo "Fora Rede Globo" virou pauta mundial.

  • Ou a Democracia brasileira liquida com essa aberração da Rede Esgoto, ou a Rede Esgoto de Televisão liquida com a democracia brasileira. Agora não há meio termo! Melhor mesmo é cassar o quanto antes a concessão "pública" (ao menos era para ser "pública"...).

  • "Agora o bicho vai pegar!"
    Vou pra rua defender o Estado Democrático de Direito. Se for preciso levo o tacape.

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