A coluna desta semana do Maurício Dias, no site da Carta Capital, está tão boa que dá vontade de fazer um post para cada parágrafo.
Mas essa parte me pareceu particularmente interessante, porque traz uma denúncia grave. FHC, intelectual renomado (?), incluiu, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), um trecho em que alivia a barra da ditadura. Diz que “não houve fascismo” e o governo “não aboliu os partidos políticos”. A troco de quê FHC está defendendo a ditadura, meu Deus?
Dias explica que FHC errou feio.
FHC e a ditabranda
Fernando Henrique Cardoso escreveu o discurso de posse na Academia Brasileira de Letras sem receio de, no futuro, pedir que seja esquecido o que disse no passado.
Após lembrar, orgulhoso, de ter-se dedicado “com denodo” ao estudo do “autoritarismo”, sapecou a afirmação: “Pelo menos, no Brasil, não houve fascismo e, se a forma de governo foi repressiva, não aboliu os partidos políticos…”
O Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, dissolveu todos os partidos políticos existentes no País. E [a atitude de FHC] não foi por engano. É um esforço intelectual para transformar pesadelo em sonho brando. Ou seja, ditadura em ditabranda.
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Vai ter milico mandando ele a merda e dizendo que nao precisa de FHC nenhum pra falar em seu nome. Garanto.
Porque será que não estou surpreso???
Só quem leva este sabujo a sério é o PIG.
Essa criatura nefanda, pirou de vez.
A prudencia recomenda nao discordar de doido! E isso mesmo seu FHC! Nao teve ditadura nenhuma nao. Esse pessoal exagera em tudo!
Ministra da Cultura, por favor, articule a criação da ALB - Academia de Letras Brasileiras, nosso idioma e nossa cultura agradece.
É mais ou menos um Dom Quixote. Pelo menos nos devaneios.
Apesar de ser de meu estado e eu me considerar de esquerda, nunca votei nesse cara! " Eu já sabia! Preferi Montoro a ele! Ele se prestou a aprofundar o projeto que se iniciou com os militares. Ocorre que militar na época servia pra dar golpe, não se prestando ao "serviço" seguinte que seria a privatização e desnacionalização do país, que era a fatura. Para isso recebeu muito dinheiro e diferente de muitos brasileiros que admiramos e sofreram na pele o peso da ditadura, ele passou esse período muito bem. Não só ele, vários amiguinhos também! Aliás, teve um que conseguiu a proeza de escapar do estádio de Santiago no Chile pela porta da frente e foi estudar na boa nos States. Alguém consegue explicar isso? Só no Brasil mesmo!
FHC deve tá pensando que o convite pra ABL se deu por acharem que ele ficou gagá de vez. Deve tá fazendo média pra que os pares o vejam dizendo besteira, sintam pena dele, e lhe façam um carinho, sei lá.
Ah!, não nos olvidemos que FHC mudou muito depois que subiu a rampa. Toninho Malvadeza foi tão fundamental ao governo dele que certa vez alguém escreveu que de tanto terem colocado a cara de ACM em tudo que era revista na época, o baiano passou a ser mais importante do que o Presidente, ao ponto de muita gente achar que presidente era mesmo Toninho.
Calma, gente! Meu paizinho também é idoso e vejo todo dia como a memória falha! O FHC se esqueceu do Ato Institucional 2, normal na idade dele esses lapsos de memória. E quanto ao resto, acho q ele fala a partir de sua experiência e, vamos combinar, seu exílio com Mercedes azul, boa residência em bairro elegante de Santiago do Chile e altos empregos na Cepal só pode levar sua frágil memória a momentos muito agradáveis...deve ser isto que o levou a tais declarações...Mas não quer calar uma perguntinha: alguém sabe o q o Gilberto Gil foi fazer lá na pose do FHC na Academia? Será q é a idade também?