“Chegou a hora de corrigir o rumo. Que a crise venezuelana nos desperte da letargia.”
A frase não foi dita por nenhum golpista de Caracas, após sacar uns dólares no guichê do consulado americano. Quem a pronunciou, em artigo publicado nos principais jornais do país, foi Fernando Henrique Cardoso, nosso ex-presidente.
Em seu estilo altamente engordurado, FHC não faz outra coisa senão dizer que o Brasil deveria se aproximar mais dos EUA e assumir posições antibolivarianas, sobretudo na Venezuela.
É uma posição ideologicamente ultra-conservadora. E burra economicamente, porque a Venezuela tem sido, nos últimos anos, nosso melhor parceiro comercial, o que paga mais caro pelos produtos brasileiros. Não porque os venezuelanos gostem de pagar caro, mas é que os importadores do país preferem comprar no Brasil aqueles produtos que outrora só se comprava na Europa e EUA.
Diz FHC:
O Brasil, timidamente, se encolhe enquanto o partido da presidente apoia o governo venezuelano, sem qualquer ressalva às mortes, aprisionamento de oposicionistas e cortinas de fumaça que querem fazer crer que o perigo vem de fora e não das péssimas condições em que vive o povo venezuelano.
Ora, FHC poderia muito bem se distanciar do golpismo doentio da máfia midiática do continente. Poderia falar dos problemas atuais, fazer críticas políticas à Maduro, mas deveria, se fosse honesto, admitir que o chavismo zerou o analfabetismo na Venezuela e melhorou profundamente a vida das camadas mais pobres do país. Não, ele prefere chancelar a mentira.
O seu artigo é uma prova de que a volta do PSDB ao poder constituiria um elemento de perigosa instabilidade para o continente, porque insuflaria confiança ao golpismo de oposição em todos os países latino-americanos.
FHC manda um recado até para Honduras, sempre apoiando o golpe: “[o Brasil] interfere contra o sentimento popular em Honduras (…)”
Os governos Lula/Dilma têm sido, até então, um dos principais anteparos contra os golpes de Estado, antes tão comuns, em nosso continente. E mesmo assim, eles aconteceram: em Honduras e Paraguai, por exemplo, vimos a estreia de um novo tipo de golpe, disfarçado de legalidade.
Em Honduras, a suprema corte, presidida por algum joaquim barbosa, aliada aos barões da mídia, não apenas destitutiu sumariamente o presidente, sem direito à defesa, como mandou o exército prendê-lo em sua casa, de madrugada, e ainda o expulsou do país. Para FHC, no entanto, isso foi fruto do “sentimento popular”, mesmo que a maioria das manifestações populares nas ruas fossem em favor de Manuel Zelaya.
E agora FHC apoia o golpe contra a Venezuela.
A qualidade dos tucanos é que eles são previsíveis. Onde houver golpe patrocinado pelos EUA, eles darão suporte.
Mais uma vez, as eleições presidenciais no Brasil definirão não apenas a nossa soberania, mas de todo o continente. Uma vitória do partido de FHC seria automaticamente entendida como autorização para todo o tipo de atentado contra governos eleitos democraticamente. Supremas cortes, mídia, consulados americanos, partidos de direita, todos os núcleos golpistas, corruptos e corruptores sentiriam-se estimulados a tomar o poder sem passar pelo crivo do povo.
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Exatamente !
Matéria lúcida com um artigo imprecindível .
Sempre a serviço, tem que justificar eternamente o seu prémio, ganho dos EUA.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/07/fhc-recebe-premio-dos-eua-por-atuacao-nas-ciencias-humanas.html
Fernando, vc tá de brincadeira..rs nesses dias onde a alegria carnavalesca está intensa vejo esse artigo com o zumbi, bem que vc poderia ter deixado para a Quarta Feira de Cinzas já que o Dia de Finados está longe..FFHHCC é um conservador incorrigível não tem volta..
fegacê para sempre, carinhosamente,
será lembrado pelo povo brasileiro como
"o pai de filho alheio".
Ai,ai,ai! Desde quando FHC expressa sentimentos populares?!!
Eu só tenho um adjetivo para definir Fernando Henrique Cardoso, mas não posso escreve-lo aqui. Uma pena.
FHC está em seu papel de agente da CIA desde a década de 60 quando estava exilado no Chile com seu carro Mercedes azul.
"A frase não foi dita por nenhum golpista de Caracas, após sacar uns dólares no guichê do consulado americano. Quem a pronunciou [...] foi Fernando Henrique Cardoso, nosso ex-presidente."
Não sem antes sacar uns dólares no guichê do consulado americano.
O engraçado é que em Honduras o presidente foi destituído sob acusação de fazer algo que o FHC fez. A reeleição. No caso de
zelaya foi uma mera acusação. No de FHC foi realidade. E uma uma realidade muito bem paga, diga-se de passagem... Quanta hipocrisia...