Folha cobra de Temer reforma escravagista da CLT

A Folha bem que podia trocar seu slogan de “não dá pra não ler” para o refrão (“lerê, lerê…”) da música “Vida de Negro” do Dorival Caymmi, que ficou na memória de todos pela novela “Escrava Isaura”…

Seu editorial de hoje, cobrando a “modernização” a ferro e fogo das leis trabalhistas é um hino à escravatura.

Não chegou a defender as 80 horas de trabalho semanais, como fez Robson Andrade, presidente da Confederação da Indústria dias atrás.

Mas abre caminho para isso.

Diz que “as esperanças de prosperidade futura do país dependem de uma agenda de modernização institucional que estimule a produtividade e reduza o custo de fazer negócios”.

Custo de fazer negócios não são os juros altos, a falta de mercado e escala, de infraestrutura de ferrovias, rodovias, baixo grau de formação educacional e profissional  da mão de obra…

O custo é o trabalhador e por isso, “entre os obstáculos a serem equacionados, destaca-se a obsoleta legislação trabalhista, gestada nos longínquos anos 1940 e causadora de um anômalo e crescente contencioso entre empregados e empregadores” que, alerta, irá aumentar com a onda de demissões que vivemos.

Anômalo, por que? Por que tem que pagar hora-extra e não paga, adicional noturno que não é adicionado? Ou serão as férias, o décimo-terceiro, a hora do almoço, a gratificação paga por anos que se quer tirar do desgraçado?

E não diz que vai aumentar porque, já demitido, o infeliz vai buscar os direitos que aceitou ter negados com medo de perder o emprego. Como já perdeu, mesmo, vai buscá-los, ao menos em parte,  na Justiça do Trabalho.

Desde quando não se pode fazer terceirização razoável – em serviços auxiliares e ou especializados, quase tudo já é terceirizado – e precisa-se estender tudo à intermediação dos “gatos” modernos? Como pode ser mais barato pagar a um intermediário de mão de obra se este intermediário não puder remunerar pior, demitir “melhor’, explorar mais?

Os baronatos da imprensa, que não dão conta de sustentar seus herdeiros perdulários – como gastavam depois que vinham de Coimbra os filhos dos barões do café e da cana há 130 anos! – querem algo como a escravatura e acham que o que jamais impediu o Brasil de se desenvolver nos 70 anos de direitos trabalhistas é que são o problema?

O editorial saúda a intenção de Michel Temer de reduzir estes direitos, logo após fazer o mesmo com a Previdência.

É nessa ordem, tirar do aposentado primeiro; do trabalhador ativo, a seguir. E da saúde, e da educação…

É isso que não têm coragem de dizer, e ficam na rotulação imbecil de dizer que “deve-se fugir do populismo que considera qualquer alteração uma afronta aos direitos dos trabalhadores”.

Não é afronta?

Então digam o que querem alterar!

Ao menos o “sinhô” Robson, da CNI, foi sincero ao dizer o que queria…

Fernando Brito:

View Comments (18)

  • Dilma, a afastada, em campanha pelo nordeste, ja deu como favas contadas as delirantes 80 horas ao povão em flagrante e desonesta intimidação!!!

    Vale tudo para voltar a doce vida do poder !!!

    • Vale tudo para voltar a doce vida de criticar governos petistas e, assim, o recebimento do bolsa-golpista

      • Mil perdoes por criticar o sacrossanto governo petista !

        Quantas chibatadas levarei, agradecido por pouparem minha vida??

        A Folha ainda usa este slogan ???

        • Sei lá.

          Mas seu slogan e marketing de bronco ainda segue sendo usado - e à perfeição - por vc

          • Kkkkk matou à pau. Chuuuuuuuuuupa bronco! Ou seria BRIOCO. Kkkkkkkk

  • A elite sempre querendo ajustes pela precarização das condições de trabalho e de vida das camadas médias e pobres da população.
    O que precisa reformar mesmo é no sentido de acabar com esta ciranda em que empresários sonegam bilhões e o governo, com menos dinheiro, vai a mercado tomá-lo em troca de juros altos ou, para refazer-se, ao resto da sociedade atrás de mais impostos.
    Se tem algo que torna o Estado pesado é justamente esta trilionária sonegação empresarial e o bolsa-rentista.
    Aliás, esse empresário citado hoje nas manchetes como sonegador-mor e com suspeitas de evasão fiscal via Banestado, esse empresário, se faz uma delação premiada, quebra o pato da Fiesp em estilhaços...leiam isto aqui na Folha (arghh)...

  • … E tem muito mais sacanagens do conluio miserável &$ vulgar *PIMG/Poder ‘Judi$$$iário’/’miniSTÉRIO’ PRIVADA da IMUNDA Casa Grande nativa:
    agora, “descobriram uma fortuna” passível de ser usurpada da vítima Henrique Pizzolato!
    É muita covardia e ignomínias impunes!
    Até quando?
    Entenda mais esta safadeza hedionda dos nazigolpistas desavergonhados!
    *PIMG (Partido da Imprensa Mafiosa &$ Golpista)

    $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    Procuradoria pede confisco de R$ 50.000,00 repatriados de Pizzolato

    Estadão Conteúdo De São Paulo 18/07/2016

    (…)

    CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE [IMUNDA!]: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/07/18/procuradoria-pede-confisco-de-dinheiro-repatriado-de-pizzolato.htm

    • [A mesma FIESP nazigolpista/antinacionalista de 1964]

      Depoimento do Coronel do Exército Erimá Pinheiro Moreira ao presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, Gilberto Natalini, sobre a propina de US$ 1,2 milhão que o presidente da Fiesp, Raphael de Souza Noschese, entregou ao general Amaury Kruel, em 31 de março de 1964, para que o comandante do 2º Exército (atual Comando Militar do Sudeste) deixasse de apoiar o presidente da República, João Goulart, e passasse para o lado dos militares golpistas que acabaram com a democracia no Brasil.
      https://www.youtube.com/watch?v=P5DcOsYldPA

  • Eu tenho uma solução.

    Qualquer empregador poderá desconsiderar a CLT. No entanto, este não poderá auferir nenhum benefício público. Portanto, para esse não haverá:
    - Isenção/Redução de qualquer imposto;
    - Abatimento de Imposto de Renda por diversas benesses (como as doações Lei Rouanet);
    - Qualquer possibilidade de doação/empréstimo governamental (seja financiamento de bancos públicos ou o terreno doado pela prefeitura);

    Quero ver quem topa, ehehehhehe

  • O coroné Nhô Frias quer que a legislação trabalhista volte no tempo, para antes da década de 1940 (quem sabe para antes de 1888)! Ele acha que a legislação da CLT, que já tem mais de 70 anos, é moderna demais para o Brasil, protege demais o trabalhador, e por isso precisa retroceder no tempo. Ele acha que trabalhardor é custo e não um potencial consumidor de produtos e serviços... Nem a elite dos anos 1940, do tempo do avô desse coronelzinho, foi tão radical assim.

  • Já disse aqui e vou repetir. Tirar o que? Se a semana é de 44 horas, conheço lugar onde se faz 48 horas! Se férias é problema, conheço lugar onde é obrigatório "vender" vinte dias (então só tira dez dias de férias. Ah, mas paga vinte. Vinte de salário quase mínimo é vantagem pro patrão.

    Conheço lugar onde o empregado "troca" a hora de almoço pra sair mais cedo.

    Conheço lugar onde, quando em períodos de férias ou afastamantos, se fazem doze horas diárias durante seis dias. A única exigencia é que pelo menos um dia no mes a folga recaia no domingo. (grande coisa).

    A flexibilização já existe. Vá um hospital 3 horas da manhã, terá atendentes, seguranças, enfermeiros, médicos e técnicos. Farmácias, postos de gasolina, supermercados, policiais e etc.

    Então o que resta? Que essas horas extras, noturnas, à mais sejam desremuneradas?
    Que as reposições salariais sejam negociadas abaixo da inflação?
    Que querem eles? Tirar o 13º? Diminuir as contribuições ao INSS e do Fundo de Garantia?

  • O que se quer aumentando a carga horária dos trabalhadores? Dobrar a carga implicaria em dobrar o salário? Se não é perda pro trabalhador. Se sim, não é mais fácil contratar mais um?

    Se dobrar a carga, vai sobrar lugar pra contratar mais? O normal é que se cortasse já que um iria fazer por dois.

    E aumentar a idade pra aposentadoria? Primeiro, uma injustiça pra geração que começou com em média 14 anos de idade contra as novas gerações que começaram com média 20 anos de idade.

    Segundo, se temos problemas de desemprego, com os velhos não saindo, como recrutar os jovens?

    E pior. Se os velhos perdem os empregos em idade que já poderiam estar aposentados em detrimento de recrutamento de jovens mais vigorosos, cria-se uma tragédia social.

    Velhos sem intimidade com novas tecnologias que, em seus antigos empregos alçaram cargos de remuneração razoável, ao reentrar no mercado de trabalho totalmente modificado, apenas conseguiriam empregos de perfil de iniciante, quando conseguissem!

  • Ao terceirizar tudo indiscriminadamente, retirasse a força dos sindicatos que é a união, utilizando a velha máxima de dividir pra enfraquecer. Ao se aumentar a carga horária, se demitiria muito e, se criaria o "exército de reserva" tão caro ao mercado, proporcionando assim o aviltamento dos salários dos então empregados. Nada mais perigoso pra quem está trabalhando saber que tem dezenas que fariam o mesmo que se faz por menos dinheiro.

    Todas essa medidas em conjunto são de caso pensado. Terceirização é bom pra quem? Se paga por trabalhador mais que o dobro do que ele recebe. A maioria dos contratos de empreiteiras é de um ano. Funcionário de empreiteira dificilmente segue uma carreira, é de uma empreiteira pra outra, durante anos quando não até aposentar na mesma função.

    Terceirização+flexibilização+aumento de idade da previdencia+desvinculação das aposentadorias da previdencia+teto pra educação+teto pra saúde+privatizações=

    Maior pacote de maldades desde o sequestro da poupança pelo Collor e a desvalorização do real do FHC!

    É a escravatura moderna. Recebe-se um salário que não dá nem pro aluguel. Não espanta o aumento das favelas em volta das cidades. E querem tirar mais!

  • Quem quer aumentar o número de empregos sugere sim a redução da jornada!

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