Fortuna, no Brasil, não se faz com trabalho, mas com sobrenome.

A lista de bilionários divulgada ontem pela Forbes é muito curiosa em relação ao Brasil.

Além do crescimento da fortuna dos “Irmãos Marinho”, do qual a gente já falou aqui, chama a atenção o fato de o número de brasileiros na lista do bilhão de dólares ter crescido de 46 para 65, quase 41,3% em seis meses.

Já a lista global, onde aparecem os 1.645 bilionários do planeta, era antes de 1.216. Os 268 bilionários a mais representam um acréscimo de 19,5%.

Claro que uma comparação destas está longe de pretender ter algum valor estatístico exato.

Mas, mesmo de forma grosseira, que a queda no crescimento brasileiro não significou uma redução da queda dos brasileiros mais ricos, riquíssimos.

Uma matéria da Folha, hoje, ajuda a entender melhor como se fazem – ou não se fazem – novas fortunas no Brasil.

Como saíram oito brasileiros da lista – a começar por Eike Batista – o número de novos figurantes é de 27.

E, diz a Folha, 15 entre eles entraram por simples heranças, embora outros possam ter entrado no ranking “agregando valor” a negócios herdados.

Assim, a partilha prévia fez Antonio Ermírio “virar” cinco bilionários, a morte de Roberto Civita criou outros três e por aí vai.

O Brasil não rompeu, ainda, com sua tradição de ter elites herdeiras.

Herdeiras e perdulárias, porque acreditam pouco no Brasil e em sua capacidade de ser um país rico.

Nem sequer mesmo temos os “capitães de indústria” que marcaram as seis ou sete primeiras décadas do século 20.

E os que ascendem aderem logo à “filosofia Mainardi”: “quando é que você vai vender para a Amazon?”

Formam um sub-elite incapaz, preguiçosa e ostentadora, que despreza seu próprio povo, sem jamais considerar que foram suas riquezas naturais e o seu trabalho que lhes deu o farto patrimônio que ostentam.

Que nada, a fonte da riqueza não é o trabalho, é o direito nobiliárquico de um sobrenome.

 

Fernando Brito:

View Comments (8)

  • Sei que existe esta revista, mas não acredito em nada que ela produz..
    São jornalistas de uma revista estelionatária.

  • "Formam um sub-elite incapaz, preguiçosa e ostentadora, que despreza seu próprio povo,"
    o incrível é que, por essa gente, o coxinha sem se dar conta, vai à rua lutar!
    isso ao lado dos blequibloqui remunerados a $ 150 por cada vitrine destruída.
    falta de educação é isso ai!

  • SOBRENOMES, HERANÇAS E AVERSÃO AOS POBRES?

    ESSA GENTE REPELE POLÍTICAS DE INCLUSÃO SOCIAL. TUDO PARA QUEM NASCEU EM BERÇO ESPLÊNDIDO. QUEM NASCEU POBRE QUE CONTINUE ASSIM...HERANÇA DE POBRE = POBREZA.
    PRINCIPAIS CANDIDATOS DAS ELITES SÃO HERDEIROS DE POLÍTICOS TRADICIONAIS.
    TODOS OS IMPÉRIOS MIDIÁTICOS ESTÃO NAS MÃOS DE HERDEIROS AFORTUNADOS.

  • Que tal uma tabela de Imposto de Renda do Primeiro Mundo?

  • Chega a ser indecente...nome de família com falta de cárater=forbes!

  • Os irmaos Marinho estao bem para Irmaos Metralha: sempre prontos a passar aperna, trambiqueiros, gatunos, roubando nos BVs e ECDAS, nao pagando impostos, sempre com ideias mirabolantes para ficarem cada vez mais ricos, etc.

  • Engraçado é ver esses caras defendendo meritocracia...

    Meritocracia só para os outros, claro! Para eles, valeu o mérito de ser o espermatozóide vencedor...

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