“Gambiarra-2” de Alckmin começa a sugar Atibainha na semana que vem

Enquanto os jornais divulgam o “la garantía soy yo” de Geraldo Alckmin de que não faltará água em São Paulo, debaixo do nariz de todos eles os fatos vão acontecendo.

Semana que vem acaba a água disponível por gravidade na represa do Atibainha – que em abril estava em 50% de seu nível máximo.

Restavam, hoje cedo, 9 bilhões de litros lá, acima do nível de saída normal. Meio metro de água, se preferirem.

Que estão sendo drenados à razão cerca de 900 mil litros por dia, enquanto caiu à metade a retirada do  Jacareí, que ainda assim continua baixando e só tenha mais 33 bilhões dos 104 bilhões de litros de suas águas de fundo.

Do Atibainha, espera-se tirar pelas bombas 78 bilhões de litros.

Desta vez, por conta da lei eleitoral, seremos poupados da cena constrangedora de ver o governador do Estado inaugurando a “Gambiarra-2”.

Os ambientalistas que acordem, porque a água do Atibainha é conhecida pela quantidade de algas. É só lembrar como pegaram o tal Mizael Bispo justamente por tê-las nos sapatos.

Quem já anda achando a água esbranquiçada, quando volta às torneiras, por excesso de cloro, vai ver sair “leite” delas.

Reproduzo lá em cima um gráfico, que tomo emprestado de um dos leitores do Nassif, que o elaborou em maio.

Ele considera o volume de água na hipótese de que, a partir de novembro, as chuvas voltem à normalidade, sendo de 80% da média. E é até generoso, porque considera um “volume morto” de  196 bilhões de litros, mais do que a Sabesp hoje estima: 182 bilhões de litros.

Ou seja, se tudo correr muito bem, como todos esperamos, São Paulo entrará no período seco de 2015 com zero, em lugar dos 10% com que entrou este ano.

Mas isso é o sonho das noites de inverno de Alckmin.

Como a curva toca o ponto mínimo, qualquer período sem pouca chuva que seja faz a corda balançar.

Talvez com alguém na ponta.

Fernando Brito:

View Comments (17)

  • Longe de mim desejar que uma metrópole com mais de 10 milhões de habitantes passe por uma catástrofe ambiental como a que está se configurando, mas se acontecer "da corda balançar" que quem esteja segurando a ponta seja o Alckmin e que ele seja ejetado para dentro da Cantareira e se atole na lama até o pescoço.

  • sO TEM UMA SOLUCAO: O PESSOAL DO CARRO PIPA DO NORDESTE VIR URGENTE PRA SAO PAULO PRA VENDER AGUA PRA OTARIO...

  • Eu não entendo é como o preço das ações da SABESP ainda se sustentam num patamar de 19 e uns quebrados. até ontem valiam mais que da Petrobras. vêm caindo, mas muito, lentamente. Já deveriam está no patamar da OGX ou da OI. Ai tem treta!

  • Pois lhes digo que essa previsão é OTIMISTA demais. Não é catastrofismo de minha parte não! O próprio leitor do Nassif que fez essa projeção admite que a mesma foi feita com base em situações "normais" de afluência. Em que pese ser algo muito difícil de se projetar, levando em consideração o atual comportamento do Sistema, só podemos esperar pelo pior! Que comportamento é esse? De desproporção da afluência em relação às precipitações, resultado cumulativo de dois anos anteriores muito secos e da degradação dos manancais, que o autor deste blog já explorou nos posts: Julho com 80% da média de chuvas e afluência de apenas 16% da média!)

  • Que novela, o governador garante o abastecimento. Os técnicos afirmam que vai faltar água! Vamos ver ó resultado desta loteria para ver o que vai acontecer até as eleições. Vergonhoso para uma metrópole como SP, mas eles já estão acostumados a serem enganados........

  • Prezado Fernando, você que tem acesso a todas as informações, me ajude nos cálculos, pois me parece simples o raciocínio: desde a inauguração do sistema Cantareira, e sem ampliações desde 1982,o volume médio anual de água que entra no mesmo é constante, uns anos mais outros menos, mas a média é constante. Com o aumento vegetativo da população e o aumento real da economia, houve consequente aumento da demanda, portanto, o volume de água retirado é crescente desde essa data. Assim, com ou sem próximas chuvas, o saldo é negativo e o sistema se esgotará pois a entrada média será sempre inferior à retirada média. Certo? A reta média da sobra de água, ano após ano é decrescente. Sem novos aportes de água, não há São Pedro que dê jeito, hoje, amanhã, ou no ano que vem!!!

  • É paulistada, a coisa tá feia né mermão? Cada dia que tu abre a torneira a água sai de uma cor diferente: de manhã é cor de leite, de tarde, cor de vitamina de abacate e a noite é cor de Nescau. Dá uma vitamina completa! A Sabesp virou lanchonete!Kkkkkkkkkkkkkkkkk!

  • A propósito, à medida que o volume de água baixa aumenta a concentração de materiais em suspensão e o bombeamento também agita os precipitados. O sistema de tratamento está calibrado para essa qualidade de água bruta? Estaria o paulista bebendo água com metais pesados e outros poluentes que escapariam ao tratamento? Que tal tirar umas amostras da torneira e levar a um laboratório parra análse? Quem mente sobre a quantidade de água pode mentir também sobre a qualidade do que fornece.

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