Surpresa só para os tolos que achavam “abrir o comércio” salvaria a economia.
Na primeira quinzena de junho, quando muitas lojas já reabriam ou se preparava para reabrir, a situação de dificuldade ou mesmo de inviabilidade de funcionamento das pequenas empresas era gritante, mas ainda assim não se pode dizer que eram as restrições de funcionamento é que as estava destruindo. sozinha.
A pesquisa do IBGE publicada hoje, relativa a este período, indica que 1,3 milhão de empresas brasileiras – de um total de 19 milhões, segundo o Sebrae – estavam com atividades encerradas temporária ou definitivamente na primeira quinzena de junho. Mais da metade delas, 716 mil não abrirão mais as portas.
O impacto é, claro, muito maior entre as pequenas empresas, com até 50 empregados, que representam 99,8% (ou 715,1 mil) deste total.
Mas os empresários (ou já ex-empresários) dizem que apenas para 40% deles a pandemia foi a razão central do desastre. O resto aponta dificuldades que já vinham de antes.
De fato, a distribuição por setores mostra que o comércio – embora seja o setor mais atingido pelas restrições de funcionamento – está atrás em matéria de prejuízo, segundo narra a Folha:
O setor de serviços é o que registrou o maior percentual de empresas afetadas negativamente: 74,4%. Na indústria, foram 72,9%; na construção 72,6% e no comércio, 65,3%.
É óbvio que o fechamento de lojas criou problemas imensos e funcionou como um fortíssimo catalisador da crise, mas o que nos está levando ao desastre é a retração da demanda, que vai prosseguir com a reabertura de lojas e piorar com o desastre anunciado do fim, mais dia menos dia, do auxílio emergencial.
E um dos piores reflexos será no mercado de trabalho, porque a suspensão ou redução de salário e jornada, que ainda “segurou” até agora parte dos empregos também tem data para terminar.
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Os dois governos golpistas (o não eleito e o eleito da forma como sabemos que foi eleito) são a prova de que eles não tinham nada a oferecer a nação a não ser destruição, regressão dos direitos dos trabalhadores e das condições de vida da maioria da população (empobrecimento e degradação), que suas propaladas "reformas" não eram mais que falsas promessas e que para dizer o mínimo seu diagnóstico e suas receitas econômicas eram equivocadas. Nesse sentido, o efeito econômico do COVID apenas ajuda a escamotear o fracasso do atual desgoverno e de suas "autoridades" econômicas (guedes e campos, com minúsculas mesmo, para dar a dimensão desses moleques). O efeito do COVID na maioria das economias será brutal, seja nos países da OCDE (queda de 8%) ou da eurozona (projeção de queda de 8.7%, -6% no "norte" e -12% "sul").
https://ec.europa.eu/commission/presscorner/api/files/document/print/en/ip_20_799/IP_20_799_EN.pdf
https://www.oecd.org/economic-outlook/
Não sei se existem de fato motivos para se embebedar mas eu se de cachaça gostasse estaria caído ,babando e resmungando nas sarjetas todos dias desde que sai do paraíso e voltei a esse inferno.
Essa Pátria não mais me agrada e pouco a pouco sinto não ser mais minha.
O Brasil que vislumbrávamos no horizonte anos atrás esvaiu-se feito sonho de criança pobre no dia de Natal.
Restou a decepção a humilhação de sermos intocáveis pela felicidade.
Não vejo futuro,não me alimenta a ilusão da eleição,não me apraz essa pseudo democracia pela qual lutei.
Nada vai restar nessa terra de sonegadores para ser investido em políticas públicas para o mais fraco,para o excluído,para o
marginalizado.
Nem mil Luiz Inácios assessorado por mil Jesus Cristo reerguerá esse Pais,só a revolta popular,só a queda de todas instituições sera capaz de prover meios de ressurgirmos como Nação.
O nome disso?
REVOLUÇÃO!!!!
Que texto soberbo. Meu exato sentimento. Estamos na verdade no meio de uma guerra civil sem canhões, bombas ou blitzkriegs, mas sendo destruídos por demissões, desregulamentações e privatizações, num ritmo paralisante. O resultado de algo assim - fruto da completa destruição do protagonismo de esquerda nesse país - é terra arrasada, sem capacidade de irmos a lugar algum, presos no lodaçal da estagnação eterna, como um Haiti com esteróides. Não existe saída civilizada desse inferno. Teremos que transcender, e muito, essa coragem que só consegue escrever notas de repúdio.
Na ponta, como sempre, o sofrimento de milhões de famílias.
Enquanto as poucas famílias do 1% se dão, como sempre, bem.
Semeie desregulamentação, colha depressão econômica. O empresariado brasileiro vai descobrir da pior maneira possivel que direitos trabalhistas não são “privilégios”, e atrás de cada empregado assalariado existe um consumidor. Ou existia...