Governo volta a tentar congelar aposentadorias

Parece que a turma de Paulo Guedes não leva muito a sério a declaração de Jair Bolsonaro de que daria “cartão vermelho” a qualquer integrante do governo que propusesse congelar aposentadorias.

Pois é exatamente isso que a cúpula do Ministério de Economia está negociando com o Centrão, já quase livre da desagradável possibilidade de ser castigado pelo eleitor: reajuste zero para todas as pensões e aposentadorias que fiquem um real que seja acima do salário mínimo.

É o que informam as repórteres Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, do Estadão (aqui, com acesso aberto ,no UOL):

Embora Bolsonaro tenha ameaçado dar “cartão vermelho” a qualquer integrante do governo que fale em congelar aposentadorias e pensões, a chamada “desindexação” (que desobriga a concessão de reajustes para manter o poder de compra) voltou à mesa de negociações com o Congresso. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, está em debate o congelamento de benefícios acima de um salário mínimo (hoje em R$ 1.045), medida que foi apelidada de “semidesindexação”, mas ainda não há consenso nem foi batido o martelo.

Isso significaria, pelo menos, 4% de redução real nos proventos destas pessoas, ou até mais, uma vez que o núcleo de suas despesas é a alimentação que, em 12 meses, escalou 13,88%, segundo o IBGE.

Está acabando o “saldo sem fim” dado ao Governo pelo “Orçamento de Guerra” e o crescimento da dívida pública segue explosivo: 2,47% só em outubro, ou mais R$ 112 bilhões em títulos “pendurados” no mercado financeiro.

 

 

 

Fernando Brito:
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