Há corrupção na Petrobras? E na imprensa? E no Datafolha?

Se me perguntassem se há corrupção na Petrobras, eu responderia “sim”.

Aliás, responderia “sim” se me perguntassem se há corrupção em qualquer empresa ou instituição, pública ou privada.

Como dizer que não há nenhuma irregularidade em uma empresa que emprega, próprios ou terceitizados, mais de 200 mil pessoas? Que tem dezenas de milhares de fornecedores, desde grampos de papel a navios imensos?

Pode haver, como pode haver na Shell, na Chevron, na Statoil…

E o que isso quer dizer?

Nada.

Haja ou não haja, o resultado seria o mesmo, dadas as circunstâncias.

Passem um mês me chamando de ladrão em todos os jornais e televisões e depois façam uma pesquisa sobre minha reputação.

A pesquisa Datafolha sobre a existência de corrupção na Petrobras é exatamente isso: a colheita do que foi plantado.

As mesmas perguntas poderia ser feitas de outra forma e dariam resultados ao inverso.

Você acredita que a Presidenta Dilma fez bem em apontar o que achou uma operação suspeita na Petrobras?

Você acha que a Petrobras é uma empresa com mecanismos de controle rígidos e profissionais?

Mas a pesquisa não é uma pesquisa, é uma peça de propaganda.

Na verdade, de uma campanha, que não é de hoje e nem de ontem.

E que não vai terminar, ao contrário, só vai aumentar.

Quanto mais houver petróleo no Brasil, maior serão as tentativas de desmoralizar a sua guardiã, a Petrobras.

Se houve ou não houve um negócio irregular na Petrobras é uma questão: é apurar e responsabilizar, exatamente o que o Governo e a direção da empresa estão fazendo.

Aliás, só o que não estão fazendo é assumir a defesa política da empresa, quanto à administrativa não há nenhum reparo a fazer.

A propósito, há corrupção nas pesquisas de opinião pública ligadas à política e às eleições?

 

 

 

Fernando Brito:

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  • Como todo mundo sabe, a corrupção existe no mundo desde que existe a humanidade e está espalhada por TODOS os países. E a maior fonte de corrupção está nos corruptores: banqueiros, grandes empresários de todos os setores e, claro, em governos eleitos por esses mesmos corruptores.
    Geralmente o discurso anticorrupção é usado quando não há discurso ideológico ou programático.

  • Dizem até que, se não me engano o Gallup, fez uma pesquisa sobre a crença das pessoas em pesquisas de opinião nos Estados Unidos e o resultado foi extremamente negativo. O que denota uma triste ironia.
    Nessa pesquisa do Datafolha tem perguntas que primam por uma estupidez que torna difícil imaginar alguém com tamanho grau de cretinice pra fazer.
    Uma delas é aquela que pergunta se, nas idas aos supermercados, as pessoas perceberam aumento, diminuição ou ausência de mudança nos preços de diversos tipos de produtos.
    Ora, todo mundo sabe que o resultado vai ser as pessoas responderem que houve aumento.
    O primeiro motivo é que a resposta é quase mecânica por uma causa psicológica. Todo mundo vive repetindo e reclamando de aumento de preços, mesmo em segmentos em que ele não exista ou exista de forma não muito assustadora. Algo do tipo da frase da minha mãe, logo após o início do Plano Real: "os caras falam que não tem mais inflação... Tá bom que não tem... É que eles não vão ao supermercado". Se pedisse para minha mãe um exemplo de aumento de preços que justificasse a frase dela, ela não saberia responder, ou, no mínimo, teria que pensar um pouco até dar o exemplo.
    O segundo motivo é óbvio. Como não temos deflação e nem a inflação é zero, é óbvio que as pessoas vão notar algum, por menor que seja, aumento de preços e vão responder positivamente. Se eu fosse a vítima e me perguntassem se eu percebi aumento em preços de produtos de limpeza, eu responderia sim, pois o percebi no detergente, por exemplo; de outro lado, percebi uma pequena diminuição de preços naqueles produtos de limpeza geral. Já imaginaram eu tentanto explicar isso para o pobre do pesquisador? Pra encurtar a conversa, é provável que eu respondesse logo que percebi aumento, nem que fosse por força do hábito.

  • A corrupção é sua abordagem é engraçado.

    Quando elá esta a 10anos em um governo, intocada, ela não existe.
    Quando troca o governo e este desbarata o esquema, ela existe no "governo atual", rsrsrsrsrs (vide SP e Haddad).

    A lógica contrária se aplica no Metrô. Nunca existiu nenhum tipo de corrupção. Quando a "bomba" explodiu, o mérito do governante em "mandar investigar" é que foi ressaltado, escondendo (opa, novamente esconde-se algo) que a investigação presta-se a apontar laranjas, sem, contudo, pegar as "cabeças pensantes", nem mesmo pelo "domínio de fato" do JB.

  • Todo ano de eleição, mais ou menos nesta época, o Datafolha faz pesquisas que saem completamente fora da curva formada por pontos de outras pesquisas na mesma época e similares. Depois de uma ou duas pesquisas fora da curva, quando a hora da verdade, a dos votos nas urnas, se aproxima, o Datafolha volta ao normal. Esta manobra é uma tentativa de injeção de ânimo nos rastejantes concorrentes da oposição e na libido dos jornalistas que reviram os olhos de prazer (coitados, de vez e, quando pode, né?). O risco, mas também nem tanto assim, são pesquisas esdrúxulas como esta se houver 2º turno. Aí o tempo para as denúncias e correções é curto e alguns... alguns... institutos de pesquisa podem entrar em sintonia visando os mesmos resultados: enganar o eleitor.

  • Creio que o ponto central não seja a corrupção, nem a Petrobrás, mas sim arrumar algum motivo, nem que seja tão pífio e ineficiente como este de Pasadena, ou da igrejinha na Bahia. O que está no centro da questão é arrumar qualquer motivo para dizer que a Dilma é uma má administradora.
    E isso é política. E sendo política, deve ter resposta política a altura.
    Cabe ao PT e não à Petrobras ou à própria Presidenta Dilma, dar a resposta a altura destas pesquisas e notícias.
    Com a palavra o Sr. Rui Falcão.

  • Agora vamos entrar na fase do golpe das pesquisas.

    Vai ser uma profusão de pesquisas fraudadas para dar o resultado que as empresas de pesquisas querem.

    Quem não tem voto tenta caçar com o que tem na mão: Mentiras. insídia e má-fé.

  • Será que alguém ainda acredita nas "pesquisas" do datafalha? Acho que é o instituto de pesquisa mais sem credibilidade do mundo. Ganha fácil em campeonato de manipulação de dados ....

  • Todo brasileiro já nasce com o estigma de Corrompido ou Corruptor.
    O único pecado que ele comete é ser pego com a mão na massa, por um destes dois.
    A questão é que queremos casa, carro, iate, sendo que a grande ferramenta é um gravador ou uma filmadora.
    E ter acesso a Grande Mídia, que por sua vez é Corruptora.
    Conclusão o Brasil tá na Merda.

  • Muito bem colocado, Brito. Mas a questão não interessa para a mídia. O que interessa é enterrar o governo, de preferência com a Petrobras. A capa do detrito sólido de maré baixa dessa semana é de dar engulhos. A revista não gosta de ficar no esgoto. Como todo detrito sólido.

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