Há focos de incêndio não só na Amazônia; na direita, também

As panelas batendo ontem, em bairros de classe média alta de diversas cidades brasileiras, de alguma forma simbolizam o que parece estar começando a acontecer: fragmentos da direita brasileira, enfim, começam a se soltar do grande bloco que formaram em torno de Jair Bolsonaro.

Fragmentos, sim, pequenos pedaços, mas evidências de um processo bastante significativo que inclui, também, a progressiva separação entre morismo e bolsonarismo.

São sinais do rompimento inevitável que, agora há pouco ganharam um episódio sintomático.

Máximo porta-voz do morismo, Merval Pereira tomou as dores do ministro e disse, na CBN, que Jair Bolsonaro governava em causa própria e, para proteger o filho Flávio, estava “desmoralizando” Sérgio Moro.

O ex-capitão, agora há pouco, assim que teve uma folga no inferno das queimadas, regiu com um coice no bolso de Merval, colocando no Twitter que o global teria recebido R$ 375 mil por palestras contratadas pelo ex-“dono” do Sesc/Rio, Orlando Diniz, preso pela Lava Jato no Rio.

A informação usada por Bolsonaro, curiosamente, é a publicada em outubro de 2017 pelo The Intercept Brasil , o que lhe valeu uma “gozação” de Gleen Greenwald, agradecendo o presidente por ser leitor do site…

Não é só a Amazônia que pega fogo; o cabaré, também…

Fernando Brito:

View Comments (29)

  • Quem vai acabar de vez com essa palhaçada toda é o "General Economia".

    • Sim. Enquanto o "milagre brazileiro" funcionou, pouca gente se incomodou com a ditadura. Na hora em que o barco começou a afundar, começou a surgir a onda contra o "governo" e em 1977 Geisel fechou o congresso usando o AI 5 e modificou a legislação eleitoral para que o "governo" evitasse a derrota prevista nas eleições de 1978. Mesmo assim o barco foi fazendo mais água e a própria Folha de SP, que apoiou a ditadura por bom tempo, pulou fora e passou a defender o Diretas-Já. Claro, Diretas-Já, mas desde que o poder ficasse nas mãos de alguém da turma deles. Enfim, falei demais.

      • Tancredo so levou porque Andreazza foi vencido por Maluf no PDS. Maluf foi com muita sede ao pote. Se fosse Andreazza presidente Maluf vice Tancredo nao teria a menor chance e nunca teria existido Sarney

        • Também penso assim. Ironicamente, devemos a "redemocratização" à obstinação do maluf em ser presidente.

        • Também penso assim. Ironicamente, devemos a "redemocratização" à obstinação do maluf em ser presidente.

          • Mas nao creio q Maluf seria um presidente tosco como Sarney. Nem q Mario Andreazza seria um ditador. Mas dariam um jeito dar mais um ano. Brizola incomodava muito.

          • No final, então, o turquinho tinha razão, mas, o "denheiro" não era dele... Olhando para o Maluf, hoje, ele quase nos parece ingênuo.

          • Foi uma rachadura no flanco da ditadura que não pôde ser reparada, apesar do esforço brutal daqueles da Linha-dura. Andreazza, completamente arrasado, sentiu a derrota como se fosse um inesperado anúncio de doença terminal. Através da rachadura, os políticos reemergiram fortemente e a mídia, seguindo as novas orientações da elite burguesa, fez com que eles se sobrepujassem aos militares que eram na verdade amadores da burocracia. O regime explodiu. Os resquícios da Linha-dura entraram em modo de animação suspensa, até reviverem com o dilúvio bolsonariano.

      • Vc confundiu cara o AI5 foi 10 anos antes. O que aconteceu depois do fracasso econômico foi a abertura lenta e gradual e a anistia em 1979

        • Carlos é que está certo. O AI-5 é de Costa e Silva, dezembro de 1968, mas estava ainda em vigor quando, em abril de 1977, Geisel o usou para colocar o Congresso em recesso.

      • "O AI-5, o mais duro de todos os Atos Institucionais, foi emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968." .Wikipedia

    • Sim. Enquanto o "milagre brazileiro" funcionou, pouca gente se incomodou com a ditadura. Na hora em que o barco começou a afundar, começou a surgir a onda contra o "governo" e em 1977 Geisel fechou o congresso usando o AI 5 e modificou a legislação eleitoral para que o "governo" evitasse a derrota prevista nas eleições de 1978. Mesmo assim o barco foi fazendo mais água e a própria Folha de SP, que apoiou a ditadura por bom tempo, pulou fora e passou a defender o Diretas-Já. Claro, Diretas-Já, mas desde que o poder ficasse nas mãos de alguém da turma deles. Enfim, falei demais.

    • ... E acabará com a Globo cuspindo o DIABOzo!
      E a máfia da Globo posando de heroína nacional!
      Posando de a "Veja do Collor"!

    • Temeroso, eles podem vender Eletrobrás, Petrobras, etc e ter dinheiro pra gastar com pão (obras, serviços e menos impostos) no mandato do Bolsonaro.

  • Incêndio, fogo, *queimadas... No cabaré do golpe vagabundíssimo dos canalhas!
    *literal e metaforicamente

    EM TEMPO: eu só queria ver a cara de criança birrenta chupando pirulito de jiló do MERDAL pereira da Globo Organizações MafioCriminosas, o maior câncer do Brasil!

    • Merval deveria saber saber que, como diz o Gilmar, "não se corre atrás de doido, porque não se sabe onde vai parar".

  • Briga pelo butim faz parte das quadrilhas.
    Que JUSTIÇA alcança estes protegidos por seus pares ? nenhuma.
    Enquanto isso ,a situação de um cidadão a quem não conseguiram lhe provar delito nenhum ,aguarda o retorno de Jesús.
    Até quando aguardaremos?????

  • Há Focos de Incêndio Não só na Amazônia; na Direita,Também.

  • É difícil, mas não impossível, que a população de direita que apoiou com vigor o golpe de 2016 e na maioria votou em bolsonaro, finalmente reaja, diante da percepção da impossibilidade desse governo recolocar o Brasil no rumo certo e do desgaste da imagem do Brasil no exterior em consequência das bozonarices do presidente.
    A reação natural seria um movimento forte pelo impeachment.
    Saindo esse presidente, a lógica é Mourão assumir.
    O que vem depois, é muito difícil de prever.
    Se a esquerda prosperar nos países mais desenvolvidos, as chances da democracia sobreviver no Brasil aumentam.
    E se Lula ganhar o Nobel da Paz, quem sabe o Brasil recupere seu protagonismo no cenário mundial.

  • O Cabaré tá pegando fogo. Os Bolsonaristas e a turma da Globo, agora terão de sair nos tapa. Se este incêndio no Amazonas continuar mais uns cinco dias, a labaredas deverão chegar no Palácio do Planalto e muito já!

  • Em decorrência da desagregação do poder político de Bolsonaro, a Globo está preparando uma saída honrosa pra Moro. Afinal, Moro é o candidato da Globo pra 2022.

  • Tentativa de separar o ex juizeco do atual chefe, fortalecendo-o para ocupar a vaga no planalto? Vixi.....

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