Haddad absolvido: se “não há indício”, por que o processo?

Em agosto de 2018, Fernando Haddad foi denunciado por corrupção , lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por iniciativa do Ministério Público de São Paulo.

Estava-se, óbvio, em plena campanha eleitoral para a Presidência.

Hoje. dois anos depois, o Tribunal de Justiça paulista, por unanimidade, confirmou a improcedência da ação, aprovando o voto do relator, desembargador Coimbra Schmidt, onde se diz que “”não há o menor indício” de que o ex-prefeito de São Paulo “tenha praticado ato de improbidade administrativa em prejuízo do município de São Paulo”.

Note-se: “não há o menor indício”.

Mas houve, certamente, muitos efeitos políticos da acusação. Desta e de outras que sofreu, com evidente objetivo político eleitoral.

A absolvição, tardia, não vai passar nem uma pequena nota de rodapé nos jornais que anunciaram escandalosamente a acusação.

É a velha história de a honra ser um baú de penas que, exposto ao vento, espalha-se a ponto de nunca mais se poder juntá-las.

Este tipo de atuação irresponsável do Ministério Público, contando com os trombones de uma mídia parcial, que trata como sentença ou que é suposição – e mal intencionada – não pode ficar impune, pois vai repetir-se e repetir-se em próximas eleições.

Não pode haver Justiça desta forma. Ao contrário, o Judiciário se torna um partido político e conspurca a livre formação da consciência popular.

Fernando Brito:

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  • Isso deveria ser suficiente para anular as eleições. E os responsáveis do Ministério Público por iniciar o processo deveriam ser demitidos.

  • Por isso que o bando de procuradores da LavaJato são contra a Lei de Abuso de Autoridade.

  • O "método" de trabalho dessa escória é tão simples e tão eficiente... Agentes públicos, cujo salário vem dos nossos impostos, e agentes privados, que se negam a pagar impostos. Um clube de poucos, é verdade, que precisa ser desmontado, ou, até lá, exposto e desqualificado.

  • Quando a vontade do povo na escolha de representantes é estuprada pelos representantes da lei a democracia é assassinada e sobra o que temos hoje. Sempre me pergunto (e nunca tenho resposta...) por quê?

  • Certos calhordas fascistoides que incrustaram o Ministério Público (vide a vileza revelada em algumas das conversas da Vaza Jato) deveriam ganhar nome e sobrenome... e foto da fuça.

    CNMP e CNJ são fraudes, enquanto o Legislativo não por fim a estes clubinhos recreativos e criar reais mecanismos de fiscalização sobre o MP e Judiciário... o país inteiro estará à mercê de dallagnois e moros.

  • Porque Procuradores do Ministério Público fazem parte daquele grupo criado por FHC de "Carreiras Típicas de ESTADO" e que miseravelmente por 14 anos o PT (no exercício do governo federal) convalidou esta condição, os tratou diferencialmente dos demais servidores públicos e com aumentos e tratamento diferenciado.
    Servidores em geral com os mais altos salários do serviço público e que em sua absoluta maioria vestem a condição de não serem trabalhadores ou servidores públicos exigindo serem chamados pelos cargos que exercem, colocando-se acima do povo e demais servidores e maciçamente se considerando uma ELITE DO BRASIL.
    NADA é mais importante que num futuro novo governo democrático que QUEBRAR esta construção ideológica na Constituição Brasileira, que na minha opinião é a raiz PROFUNDA de todos os desmandos POLÍTICOS provocados por juízes, procuradores, promotores, auditores, delegados federais e todas as demais carreiras que com este sentimento elitista na sua atuação e que ajudaram por ação ou omissão que os fatos nos últimos 15 anos nos encaminhassem ao estado atual de coisas...

    • Nos anos 60 surgiu uma excrescência apelidada de Príncipes da República, Agente Fiscal de Tributos Federais. A República permaneceu recheada por pretensas Altezas desde sempre. É nossa herança portuguesa esdrúxula: Noblese de Robe Verdiamarelo, vide o Príncipe FHC Privateiro e seu trono ou espaldar (Bill) ou sua emanação: "vive la France!". Mais recentemente o sabujismo nobrelesco mudernizou-se meidin unaitedi istaites ofi América e encarnou nossa revolução burguesa.

  • E não cabe um processo, do próprio "mistério público", para punir quem denuncia em vazio, desperdiçando o dinheiro público?

    • A raposa cuidando do galinheiro??? seus pares julgando seus parceiros de críme???

  • Mecanismos independentes devem ser criados ,se não for feito tornará a se repetir eternamente.
    Lidamos com organizações criminosas ,é uma regra que a degradação que vivemos hoje nos mostra.
    Como toda regra existem exceções , mas ,sem peso nenhum nessas quadrilhas.

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