Heleno ganhou o título de “olavete” honorário

Suspeita-se das razões de que o general Augusto Heleno reclamar de não ter uma “bola de cristal” para adivinhar que um militar ia embarcar com um “papelote” de 39 kg de cocaína, embora para este fim bastasse um aparelho de raios-x, que está lá na Base Aérea de Brasília.

É que não convém a quem tem cascos usar apetrechos de cristal, ainda mais quem, agora rotineiramente, perde as estribeiras e dana a escoicear verbalmente, num abuso intolerável para que é, ao final das contas, um assessor de segurança e não um político e, pelo que se viu, tão longe da ideia de diplomacia quanto um cavalo xucro.

Depois de fracassar em seu trabalho, Heleno arroga-se a referir-se a chefes de Estado estrangeiros como se estivesse na porta de um botequim.

Mandar o presidente da França e a chanceler da Alemanha “irem procurar sua turma” é pior do que ser inominavelmente grosseiro.

É algo que cria um enorme contrangimento – ou não, já nem se sabe mais o que é lógico neste governo – ao discutir um tratado comercial vital para o Brasil, o da União Europeia com o Mercosul.

A esta altura, as delegações de outros países estão lendo, horrorizadas, as declarações do, na prática, chefe militar do governo Bolsonaro.

A permanência de Augusto Heleno no governo, desde ontem, só se explica por razões inconfessáveis.

Irresponsável, ineficiente e desbocado, é pior – se é que isto é possível – que o polêmico chanceler Ernesto Araújo, que não chega aos pés de mandar que governantes estrangeiros “vão procurar sua turma”.

Heleno bem que podia procurar a sua: é um olavete e não sabia.

Fernando Brito:

View Comments (32)

Related Post