Depois de 54 anos de vida e 36 de jornalismo, o estômago da gente fica resistente e não embrulha facilmente. E hoje estou com ele embrulhado.
Chegou-me a informação, fui checar e estava correta.
O senhor Paulo Fernando Melo, vice-presidente da Associação Nacional PróVida e PróFamília, Secretario Geral da Rede Nacional PROVIDA e um dos que esteve pressionando a Presidenta Dilma Rousseff a vetar a lei, aprovada pelo Congresso, que garante assistência às mulheres vítimas de estupro é um nazistóide, herdeiro das idéias mais horrendas e mais contrárias à vida, à dignidade e à igualdade humana que já passaram por este planeta.
Paulo Fernando Melo em seu site religioso e na biografia que o integra esconde que é e sempre foi um integralista, herdeiro dos simpatizantes, no Brasil, de Hitler e Mussolini.
Há 15 anos atrás já participava da refundação do movimento integralista, no Centro Cultural Plínio Salgado, em Niterói, ao lado de grupos como a Juventude Nativista da Bandeira do Sigma (o equivalente brasileiro da cruz suástica) e de skinheads e “carecas do ABC”, que depois se afastariam do movimento.
Esta é a história do homem que desafia a presidente eleita pelos brasileiros, dizendo-lhe, em pleno Palácio do Planalto, segundo o jornal O Globo:
-As consequências (da sanção do projeto) chegarão à militância pró-vida causando grande atrito e desgaste para Vossa Excelência, senhora presidente, que prometeu em sua campanha eleitoral nada fazer para instaurar o aborto em nosso país
Um de suas “credenciais” era ter sido um dos advogados – perdoe a classe – que tentou obrigar as grávidas de fetos anencefálicos a carregarem, por meses, um morto em suas barrigas.
Agora, esconde dos católicos de boa-fé que tem essa história ao lado dos movimentos de inspiração facista.
Busca confundir as pessoas alegando que a sanção do projeto que está na mesa da Presidenta é a legalização do aborto no Brasil. É mentira, porque não se altera em uma vírgula o que está na lei brasileira há mais de 70 anos: aborto – concorde-se ou discorde-se disso – continua sendo crime, exceto por grave risco à saúde da mãe ou em caso de a gravidez ser resultado de estupro, se assim desejar a vítima dessa violência inominável.
O que o projeto diz é que as mulheres vítima de estupro obterão, na rede pública, a “pílula do dia seguinte” e medicamentos anti-HIV, Hepatite C e HPV, além de orientação sobre seu direito – há 70 anos legal – de não deixar que se consume a gravidez fruto de ataque sexual violento.
Não consta que, neste 70 anos, essas organizações tem feito qualquer grande campanha para defender o direito dos estupradores saírem gerando filhos por aí, para desgraça de suas vìtimas. Espero que, jamais, estejam entre elas a minha filha e a dele. E se a minha, por causa dele, não puder senão morrer em vida com a eternização daquela monstruosidade, aceitarei todas as consequências jurídicas de dar-lhe o gesto merecido.
Mas a Presidenta se deixasse intimidar por um filofascista como ele.
Há pessoas de boa-fé contrárias ao aborto que não se sentirão confortadas em saber que um integralista, com toda a carga de ódio e desumanidade que esta vertente tupiniquim do nazi-fascismo carrega, as representa nesse lobby.
E elas têm o direito de saber, mesmo que o sr. Paulo Fernando não queira dize-lo em sua propaganda beata.
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Dilma, use a TV, que tanto te ataca, para se defender. A senhora está demonstrando fraqueza. Precisa contra-atacar.
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século XXI, segunda década... é dose!!!
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