Hino e bandeiras dos EUA em Hong-Kong, veja. Fim da trégua com a China

Os olhos puxados, os cabelos lisos, o tom da pele são chineses. Mas depois de quase 150 anos de domínio britânico, terminado só em 1997, parece que o que resta da China em Hong Kong é apenas isso, pois a cabeça de parte de seus ricos habitantes está ocidentalizada.

No extremo oriente, mesmo partilhando a língua – o chinês ainda sobrevive aos falantes ingleses – no porto colonial tomado à marra dos chineses em meados do século 18 e entregue a eles, de pé no pescoço, por quase um século, os manifestantes de Hong Kong mostram hoje, na imprensa internacional, que as suas reivindicações são, de fato, tornarem-se um pequeno e rico protetorado norte-americano na imensa China. Afinal, HK tem 0,5% da população da China e 1,1% do território.

Desfilaram cantando o hino norte-americano e desfraldando centenas de Star-Spangled Banners, o alcance dos protestos – que tem uma cara de dejà-vu – vão muito além daquele quase paraíso fiscal.

É uma escalada que não vai parar, mesmo com o aceno das autoridades locais a um acordo – a chefe do governo local, Carrie Lam anunciou a retirada do projeto de extradição de criminosos que foi o equivalente aos “20 centavos” de lá. E que, portanto, vai levar a um abalo nas já tensas relações chineses com os EUA e reflexos na economia mundial muito mais maiores que o Brexit inglês.

O Reino Unido, afinal, é um ex-império, decadente, inclusive sem Hong Kong.

É a outra metrópole que as castas neocoloniais pedem socorro.

 

Fernando Brito:

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  • Obvio q o governo chines vai saber agir
    Como aumentar a populaçao de hong kong pra q fique 1.1% do territorio e 1.1% da população com funcionarios chineses ou desativando o porto. Eles sabem o q fazer resolver esse problema. De minha parte pegaria esse povo da bandeira e eles passariam 20 anos fazendo rota em navio pra San Francisco e voltar.

      • Com ou sem Trump, dá na mesma. Aliás, com a psicopata Hillary seria bem pior. A máquina dos Clinton domina o Deep State. O golpe no Brasil foi planejado durante o governo Obama. A Líbia foi destruída no governo Obama, com Hillary gargalhando em rede nacional ao ser informada do sucesso do golpe.

        Não importa quem está no governo dos EUA. É uma grande ditadura, cuja política externa é definida pelas grandes corporações e sistema financeiro. Os golpes para garantir governos fantoches, o não desenvolvimento da periferia e o roubo de recursos naturais precisar continuar, caso contrário o império desaba. Quem resistir a isso será derrubado. Trump tinha um discurso contra o intervencionismo externo, e também por isso foi eleito, já que boa parte da população estadunidense não aprova o belicismo. Chegou ao poder e logo começaram a ameaçá-lo de impeachment, criar a falsa história de que a Rússia teria interferido nas eleições. Logo entrou na linha... Quer dizer... Passou a trabalhar pela desestabilização em várias frentes: Venezuela, Irá, Síria, Hong Kong, etc, etc, etc.

    • Jamais tive dúvida que é uma Revolução Colorida. Há um padrão recorrente em protestos de guerra híbrida. Temos (a) um movimento que se define como "apartidário" e "descentralizado" (b) agitação via redes sociais (c) participação maciça da juventude "descolada" e da classe média (d) pouca (ou nenhuma) presença de sindicatos e partidos políticos (e) cartazes em inglês em países que não o tem como idioma oficial e (f) ampla cobertura e apoio incondicional da mídia corporativa ocidental.

      Eu também fico P da vida com a esquerda mais liberal, em especial a anglófona, que critica impiedosamente os grandes meios de comunicação mas acredita de primeira nas "agências" (Reuters, AP e AFP, com bases em Londres, Nova York e Paris, respectivamente) na seção "mundo" ou "internacional", e acaba caindo em narrativas de desestabilização como essa agora em HK. Em 2013, pouco depois das "gloriosas Jornadas de Junho", eu mencionei o Euromaidan - aquele que botou, literalmente, nazistas no governo da Ucrânia - como exemplo de Revolução Colorida e fui imediatamente xingado de "russófilo governista". Quer saber? Depois dessa eu falo em alto e bom som que sou marxista-leninista terceiro-mundista (i.e. um "tankie" malvadão) mesmo, porque ó, 2013-2018 vai entrar pra História do Brasil como o infame período da Revolução do Pato Inflável Gigante.

  • É o entreguismo lá e o entreguismo aqui.
    Em nome da "democracia".

  • Hoje se sabe, com precisão, quais forças podem e devem estar por trás desses movimentos, principalmente se considerarmos que, no momento, a China é um alvo preferencial. Alguém duvida?? Mas a China tem "bala na agulha"!!! Literalmente.

    • Verdade!!! Mas não tem o que comemorar. EUA ou China? É claro que a posição americana não é para trazer democracia ou mantê-la. Eu quero mais que o imperialismo americano acabe. Porém, A China também não é nenhum modelo de direitos humanos.

  • Faz parte da estratégia da extrema direita que tomou de assalto os Estados Unidos, depois da eleição fraudulenta que elegeu Trymp, que agora se espalha tal qual um câncer nas nações, como por exemplo no Brasil do Boçal. Portanto, a China que ameaça a hegemonia dos Estados Unidos não podia ficar de fora da sanha fascista que busca sabotar o regime chinês através da ex-colônia britânica Hong Kong.

  • Moro em Hong Kong. É ridículo o que estes jovens estão fazendo. Vão se arrepender amargamente um dia. Quando um povo mostra a foto de Trump e pede ajuda é porque sofre de esquizofrenia. Idiotas! Estão destruindo uma cidade maravilhosa.

  • Khomeini estava certo, os EUA são o "grande Satã". Mas se eles pensam que vão conseguir alguma coisa com isso, estão loucos. Se os coxinhas chineses não sossegarem, vão perder muito mais do que imaginam.

  • O Brasil é um ótimo laboratório para a CHINA aprender o que não fazer.

  • Triste, em todo lugar existem idiotas que querem ser escravizados pelos norte americanos. Acorda, bando de panacas!

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