Numa entrevista dada após a vergonhosa manifestação do Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, tratando as suspeitas sobre oficiais metidos na “aventura Pazuello” como se fossem ataques à instituição militar, o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, disse que “homem armado não ameaça”.
É difícil, então, compreender o que estarão fazendo os blindados das Forças Armadas, daqui a pouco, rolando em plena Praça dos Três Poderes, com armas à mostra, diante dos poderes da República, com o pretexto singelo de convidar Jair Bolsonaro a assistir exercícios militares na próxima semana.
Todos sabem, a começar pelos comandantes militares, que isso é mentiroso e o que houve foi uma ordem do presidente para fazer o que o comandante da FAB diz que homens armados não fazem: ameaçar.
Jair Bolsonaro desloca tropas do Brasil em função de sua guerra particular para se manter, custe o que custar, ainda que o custo seja o fim da democracia.
Não hesita, portanto, em exibir as Forças Armadas como se fosse sua milícia, para intimidar os habitantes de uma Rio das Pedras de dimensões continentais. E já há, a esperá-las, grupos de fanáticos a pedir “intervenção militar”.
Nada impede que ele próprio use os blindados como “carros alegóricos” de suas intenções.
Golpes começam assim, com exibições de força e terminam com o esvaziamento destas forças, por ilegítimas.
A figura menos que medíocre de Jair Bolsonaro simplesmente desaparecerá. As Forças Armadas brasileiras, porém, permanecerão e ficarão menores perante a Nação e e o mundo.
Por mais que as autoridades públicas brasileiras não tenham capacidade de dizer isso, a história dirá.