Num texto no qual a vaidade chega a cair em gotas e o vazio se alonga por intermináveis linhas (reproduzo-o após o post), Luciano Huck completa o que a gíria carioca chama de “me inclua fora desta” da candidatura presidencial que, sobretudo nos últimos dois ou três meses, alimentou com encontros de bastidor, boatos indesmentidos, notícias plantadas e toda uma estratégia publicitária para criar “suspense” e promoção.
Aliás, a pretensão salta do artigo na Folha com o qual ele desembarca do navio, no qual muitos entraram de gaiatos. É quase a “renúncia” a um cargo que facilmente poderia ter, por simples decisão pessoal, não como fruto de um projeto coletivo, partidário. A questão é apenas a conveniência pessoal, à qual caberia ao povo homologar, como uma claque obedece aos sinas do diretor de platéia.
“Contem comigo. Mas não como candidato a presidente”, diz Huck, depois de posar como alguém com que, de fato, o povo brasileiro pudesse contar.
É o caso de perguntar o que ele fez de alcance nacional, além de sorteios, propaganda de vitaminas e a manipulação de gente humilde, reformando algumas casas e consertando alguns carros. Cuidou muito bem, sim, foi de sua carreira – o que é direito dele – e de enriquecer. Virou símbolo de uma camada de novos ricos do Brasil, onde circulavam os Aécios e Joesleys, onde se passeia de iate, viaja-se em jatinhos e helicópteros.
E não é só neles que pairam muito acima da massa amorfa e ignorante que para eles é o povo, nunca o agente da História mas, quando muito, objeto de alguma caridade pontual, para provar a grandeza e a generosidade dos nobres que, sempre com câmaras a registrar, o visita algumas vezes.
Huck prestou um único serviço ao povo brasileiro: o de mostrar para muitos o zero grau de seriedade com que vêem o governo de um pais que, em lugar de seguir buscando seu destino de grande nação no mundo, o vêem como um programa de auditório, onde a população é passiva, aplaude e obedece ao governante-apresentador, que segue o script que lhe dão os que os dirigem e patrocinam.
Leiam o texto, talvez escrito por algum assessor que, num rasgo de glorificação ao chefe, o compara a Ulisses, o herói grego. Realmente, um primor.
No rumo
Luciano Huck, na Folha
Como Ulisses em “A Odisseia”, nos últimos meses estive amarrado ao mastro, tentando escapar da sedução das sereias, cantando a pulmões plenos e por todos os lados, inclusive dentro de mim.
A tripulação, com seus ouvidos devidamente tapados com cera, esforçando-se em não deixar que eu me deixasse levar pelos sons dos chamados quase irresistíveis. São meus amores incondicionais. Meus pais, minha mulher, meus filhos, meus familiares e os amigos próximos que me querem bem.
Eles são unânimes: é fundamental o movimento de sair da proteção e do conforto das selfies no Instagram para somar forças na necessária renovação política brasileira. Mas daí a postular a candidatura a presidente da República há uma distância maior que os oceanos da jornada de Ulisses.
Há algum tempo me vejo diante desta pergunta: qual foi exatamente a trajetória, o fato e até mesmo o momento em que meu nome foi lançado entre os possíveis candidatos à Presidência do Brasil?
Eu mesmo demorei um pouco para encontrar a resposta. Mas depois de alguma reflexão, ela veio e me pareceu muito clara: minha exposição pública e, espero, meu jeito, minhas características, minha personalidade e a forma como vejo o mundo. As mesmas forças que me movem desde sempre me levaram a esse lugar.
Explicando em outras palavras, entre as centenas de defeitos que carrego, talvez eu tenha uma única virtude: carrego desde sempre, genuinamente, enorme paixão e curiosidade pelo outro.
E a sensação de “intimidade” que meus mais de 20 anos de televisão provocam nas pessoas possibilita conversas instantaneamente francas e verdadeiras.Gosto muito de gente. Sempre gostei. De todo tipo, origem, tamanho, cor, posição na pirâmide. É só olhar para o que faço profissionalmente há mais de duas décadas. Não paro de procurar pelo diferente. E não falo de um olhar distante, acadêmico, teórico. Falo de andanças intermináveis por todos os quadrantes do Brasil e por vários do mundo atrás daquilo que não conheço. Ando há anos e anos por lugares ricos, paupérrimos, super ou subdesenvolvidos, em guerra, centros moderníssimos de saber, cantos absolutamente esquecidos pelo desenvolvimento. Sempre atrás da mesma coisa: gente boa.
Esse dia a dia me permitiu construir uma visão muito própria e ampla dos recortes, curvas e reentrâncias do país. Sinto na pele o pulso das ruas.
E foi essa permanente “bateção de perna”, sempre ” in loco”, que me tirou definitivamente da zona de conforto e me fez ver: O Brasil está sofrendo demais —especialmente os mais pobres, mas não apenas eles— para ficarmos passivos e reféns deste sistema político velho e corrupto. O que está aí jamais será empático, perceberá e muito menos traduzirá as reais necessidades da gente. Da nossa gente.
Vendo meu nome apontado, é muito importante frisar sempre, sem ter levantado a mão ou me oferecido para concorrer ao cargo mais importante na governança do país, minha reação natural foi tentar entender melhor do que se tratava. Gosto de aprender, de saber o que não sei e penso que cultivo um bom hábito desde muito cedo: tentar descobrir e encontrar quem sabe.
De forma intuitiva e quase caseira, fui procurando referências em pessoas que se dedicam de forma mais intensa a entender o Brasil; o sofrimento, as dificuldades e, principalmente, as soluções.
Acho também que sou meio obsessivo por fazer as coisas direito. Por isso, saí buscando e principalmente ouvindo dezenas de pessoas que admiro, que considero inteligentes, sensíveis, maduras e capacitadas, para que elas compartilhassem comigo suas visões. Foram meses que produziram em mim uma pequena revolução, um aprendizado enorme.
Tantas ideias, tanta gente interessada, brilhante e altamente capacitada, disposta a colocar energia a favor de uma transformação definitiva: De um país à deriva em uma nação de verdade, que possa de uma vez por todas refletir a qualidade indiscutível do seu povo.
Aqui é importante pontuar uma constatação que logo apontou no meu radar e que há tempos ecoa nele de maneira incômoda. Minha geração está trabalhando e inovando com vigor em muitas frentes. Há milhares de notáveis empreendedores, profissionais liberais, atletas, executivos, artistas, intelectuais, pensadores e por aí vai. Mas pela política, ela tem feito pouco.
Tenho dito sempre algo que me parece muito evidente, quase óbvio, mas assim mesmo um alerta necessário: se não nos aproximarmos de fato da política, se seguirmos negando esse universo e refratários ao seu ambiente, ele definitivamente não se reinventará por um passe de mágica.
Dito isso, sigo acreditando que o melhor caminho passa obrigatoriamente pelos movimentos cívicos, pela abertura de espaço na mídia para novas lideranças, por uma escuta dos anseios das pessoas, por reformas estruturais, muitas delas doloridas, por políticas públicas afetivas e efetivas, por políticas econômicas modernas e eficazes, pela educação levada a sério, pela saúde tratada com respeito, por tecnologia que alavanque as boas ideias e pela total transparência dos gastos públicos. Por menos politicagem e por mais e melhor representatividade. A lista é grande.
O momento de total frustração com a classe política e com as opções que se apresentam no panorama sucessório levou o meu nome a um lugar central na discussão sobre a cadeira mais importante na condução do país.
É claro que isso me trouxe a sensação boa de que uma parte razoável da população entende o que sou e faço como algo positivo. Evidente também que junto vieram uma pressão muito pesada e questionamentos de todos os tipos.
Já disse e escrevi antes, aqui neste mesmo espaço, mas tenho hoje uma convicção ainda mais vívida e forte de que serei muito mais útil e potente para ajudar meu país e o nosso povo a se mover para um lugar mais digno, ocupando outras posições no front nacional, não só fazendo aquilo que já faço mas ampliando meu raio de ação ainda mais.
Com a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país. Vou bem além da voz amplificada enormemente pela televisão que amo fazer, do eco monumental das redes sociais que aprendi a tecer, do instituto que fundei há quase 15 anos e de todos os meios que o carinho das pessoas me proporcionou.
Vou também direcionar toda a energia de que disponho para outra coisa que acredito saber fazer: agregar.
Agregar as mentes sábias que fui encontrando em diferentes camadas da sociedade, dentro e fora do Brasil, pessoas extremamente capazes e dispostas de fato a conjugar o verbo servir no tempo e no sentido corretos. Vou trabalhar efetivamente para estruturar e me juntar a grupos que assumam a missão de ir fundo na elaboração de um pensamento e principalmente de um projeto de país para o Brasil.
E, para isso, não são necessários partidos, cargos, nem eleições.
Essa intenção já esta viva através dos movimentos cívicos dos quais me aproximei com bastante interesse e intensidade. E de outras iniciativas que estão por vir.
Quero registrar de novo que entre as percepções que confirmei nesses últimos meses está a convicção de que não há nada mais importante do que tomarmos consciência da importância da política e de que precisamos nos mover concretamente na direção da atuação incisiva, para que não sejamos mais vítimas passivas e manobráveis de gente desonesta, sem caráter, despreparada e incapaz de entender o conceito básico da interdependência ou de pensar no coletivo.
A hora é de trabalhar por soluções coletivas inteligentes e inovadoras para o país, e não de focar o próprio umbigo ou de alimentar polêmicas pueris e gritas sem sentido.
Quem se interessa pelo que sou e faço pode acreditar: vou atuar cada vez mais, sempre de acordo com minhas crenças, em especial com a fé enorme que tenho neste país.
Contem comigo. Mas não como candidato a presidente.
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quando ele redigiu a estrofe abaixo, faltou dizer FUI ESCOLHIDO PELAS AMIZADES QUE TENHO são ele, AECIO, Accioly, Wsley, Josley ...
“Eu mesmo demorei um pouco para encontrar a resposta. Mas depois de alguma reflexão, ela veio e me pareceu muito clara: minha exposição pública e, espero, meu jeito, minhas características, minha personalidade e a forma como vejo o mundo. As mesmas forças que me movem desde sempre me levaram a esse lugar.”
Alguém achava mesmo que ele iria abandonar o alto salário que ele ganha na Globo para se aventurar a uma candidatura presidencial? Ele viu que não tem a menor chance.
Ele fugiu. Na globo, posa de bom moço. Candidato fosse, teria os podres expostos.
Agora, caso seja candidato, deve ter Marina Silva como vice, pois são campeões em escrever longos textos que não dizem nada.
demos uma passada no texto supostamente dele. é pra rir? chamem o macaco Simão. é simplesmente a prova de que as palavras, ditas ou escritas, servem para tergiversar, esconder, mentir. não assistimos tv há muito, nem as educativas, não damos audiência a comerciais (que na nossa juventude nos maravilhava com a criatividade dos caras). crescemos e aprendemos, burilamos nossa visão de mundo e passamos a ver na política o encontro entre povo e governantes, aprendemos a importância das escolhas (de projeto e de pessoas), não nos deixamos enganar (na medida do possível) e (já) perguntávamos "por que que a gente é assim?", com Cazuza. não temos respostas ainda. continuamos contudo a procurar. principalmente procurando entender porque imbecis como o tal tem tantos imbecis a segui-lo sem questionar uma linha sequer das ações fingidamente solidárias que o janota apresenta. "tamos mais para Prometeu.
...grande m___a...!!! Ridículo...como candidato seria um fiasco...tucaninho de carteirinha...como político, não fede e nem cheira...!!!
Esse mundo é mesmo injusto.
Um poderia se candidatar e esnoba.
Outro está desesperado para ser candidato e a Justiça não quer deixar.
É muita desigualdade.
Você e o marido da Angélica podem se candidatar, pois as ORCRIMs judiciárias não os perseguirão. Mas há uma grande diferença entre se candidatar e ter votos para ser eleito. Entendeu? Se o Ex-Presidente Lula, a quem você menciona, mas sem dizer o nome, possui hoje mais de 55% dos votos válidos, apesar da caçada midiático-policial-judicial contra ele, contra o partido dele contra a esquerda Política organizada, imagine se esses agentes do sistema judiciário (criminosos, cúmplices, coniventes e partícipes do golpe de Estado), ao invés de atuar de forma político-partidária e perseguir o Ex-Presidente Operário, fizessem o trabalho estabelecido pela CF/1988?
Nem você, nem Huck nem qualquer outra diretóide ou nazifascistóide esnobam coisa alguma, pois sabem que - sem fraudes ou manipulações- não têm a mínima chance de se elegerem. Luciano Huck, como de resto da direitalha golpista, oligárquica, plutocrata, escravocrata, privatista e entreguista e nazifascista estão pedindo arreglo porque são covardes e não têm qualquer chance de eleger um presidente da república, se ocorrerem eleições limpas e democráticas. Eleição limpa e democrática pressupõe que o Ex-Presidente Lula possa disputá-la. Na verdade você e toda direitalha tentam desqualificar o Ex-Presidente porque têm medo de serem mais uma vez fragorosamente derrotados.
Bem lembrado João, um mesmo contando com a frequente exposição (favorável) televisiva se cagou todo, pois não tem estofo de guerreiro, é covarde. O outro nasceu pra "dar errado" mas é teimoso, é guerreiro, e somente a gente assim se pode dizer herói. Lula era a eterna espada de Dâmocles sobre a cabeça dessa carniça brasileira chamada elite, para que deixasse de ser tinham de desconstruir a sua imagem de grande presidente e magnânimo estadista, lógico, não conseguiriam mais por intermédio puro e simples de manipulações televisivas, tinham de convocar um instrumento cuja signo distintivo é (ou deveria ser) a imparcialidade, na pessoa de um sujeitinho menor, um juíz de CU-ritiba (e como temos juízes de CU-ritiba nesse Brasil). A coisa é tão descarada que o tal sujeito só conta agora com o apoio de uma meia dúzia de nervosinhos e "cansados" fanáticos. Em tudo quanto é lugar, de juristas nacionais a internacionais (até o seu grande ídolo italiano o fez passar vergonha em recente seminário feito pelo Estadão) o juiz de CU-ritiba é criticado. Mas num tem problema não, pois a opinião do erNESTO é favorável a ele, e só ela importa né?
Arnestinha
Começou o dia tentando ser engraçadinho. Escreva alguma coisa que se aproveite, xibunguinha .
Deu muito cu , ontem ?
Aproveita sua vidinha de merda , vagabundinha , otária !
Cadê o resto de sua patota ? Cansaram de dar as bundinhas ?
Filho de puta !
Xibungo !
Desornesto. Você que não conhece o Huck que o compre. Se bem que não tenho certeza se você era mais bolsonaro. Todos os coxinhas do blog parecem iguais pra mim.
De Fernando Horta "Luciano Huck significaria entregar DIRETAMENTE o Brasil à Rede Globo e ao mercado financeiro, como se fosse um brinde desses que as companhias aéreas dão aos passageiros de categoria. Um apequenamento de um grande País que chega a ser uma humilhação para um povo com tão rica História. Será que não tem outro, perguntarão os russos, chineses e hindus?
Ah, tem sim, mas todos os políticos são corruptos, esse é o único limpo. Gostosas gargalhadas, dirão por galhofa, na Rússia, na China e na Índia nunca houve corrupção, vão ter cólicas de tanto rir, o Brasil só aceita candidatos sem passado porque os com passado são corruptos.
Na politica russa, na politica chinesa, na politica da Índia nunca se ouviu falar em corrupção.
Só no Brasil, o “País mais corrupto do mundo” como falam brasileiros no Wilson Center em Washington, após o que recebem aplausos e medalhas por sua luta contra a corrupção.
Depois da palestra, no bar do Prime Rib em Washington os americanos darão boas risadas.
“O Brasil está limpando a corrupção e vai ficar tão puro como o México”, dirão entre um e outro gole de whisky com gelo e soda, nem citam a Rússia porque em Washington todo mundo respeita a Rússia e fingem que os russos são os políticos mais honestos do planeta.
O discurso moralista chega assim ao seu paroxismo, se somos tão ruins que tal entregar a administração do País a estrangeiros, pelo menos deles não se sabe nada de ruim.
De Fernando Horta- Por qual turbação do espirito grupos politicamente irresponsáveis podem sequer sugerir que um medíocre animador de auditório possa alçar ao nível da realidade a pretensão de ser Presidente de um grande País? Que tipo de cérebro têm pessoas que cogitam de tal disparate?
Diogo Mainardi acha que Huck é o único candidato que serve para o Brasil, parece que a turma de economistas ultra neoliberais do Partido Novo-Casa das Garças, também tem a mesma opinião, é o candidato natural dos restaurantes da Rua Dias Ferreira e Jardim Botânico.
Em que mundo real vivem? Em que tipo de cultura politica recolhem ideias?Quais as credenciais para alguém ter a pretensão à Presidência de um grande País? Pelo visto nenhuma, basta ser famoso, celebridade, não precisa de mais nada.
A Rússia tem Putin, com décadas de experiência e caráter forjado nas mais perigosas catacumbas do Kremlin. Putin foi chefe da KGB na Alemanha Oriental apenas para começo de carreira nos subterrâneos da STASI, um legitimo herdeiro do mito de Stalin, com as mesmas nuances do poder incontrastável disfarçado em modéstia, na magistral postura do líder máximo da URSS, que adorava fingir que não mandava nada, “preciso falar com o Presidente Kalinin” que não mandava nem no seu banheiro.
A China tem na sua liderança o homem mais poderoso do mundo, segundo a revista The Economist. Um dragão do poder máximo curtido nos labirintos do Politburo do maior partido politico do planeta, herdeiro de Mao e replicando sua estatura como nenhum outro dirigente chinês desde o mítico líder da Grande Marcha, estamos à frente de um novo Mao.
Na Índia o Primeiro Ministro Narendra Modi, águia treinada nas selvas traiçoeiras da complicadíssima politica do subcontinente das castas e das 200 etnias, anteriormente governador da província de Guzerat, são os dirigentes dos países do grupo BRIC frente aos quais o Brasil tem que terçar lanças. Não tem calouros nesse grupo, são cobras criadas, o Brasil vai se apresentar com um apresentador de programa de TV sem qualquer experiência politica nesse ninho de escorpiões? Tem alguma lógica? O Brasil é jardim de infância?
Um dos maiores países do mundo, o Brasil ou se reforça com quadros de primeira ordem ou desaparecerá para sempre na mediocridade de um programa de auditório.
A complexidade dos problemas mundiais deste ponto do ciclo histórico para frente desafiará as melhores e maiores capacitadas mentes de estadistas, postos a prova através do exercício do poder, seja como governadores, seja como ministros, a etapa lógica para chegar à Chefia de Estado é o exercício anterior de governos regionais ou setoriais, esse é o roteiro clássico, quando há exceções como Trump o desastre se apresenta a galope.
É claro que o Brasil tem grandes nomes para o cargo máximo, mas quem se apresentará sabendo que no dia seguinte haverá uma delação, seguida de inquérito e denuncia porque em 2008 o sujeito recebeu 200 mil Reais de doação não contabilizada. Esse virou o esporte brasileiro com maior número de aficcionados, a delação na prateleira seguida de imediato vazamento e escandalização na GLOBO. Quem se habilita?
O discurso moralista é tão absurdo que leva a se criar um cenário de horrores para um dos países centrais do Século XXI, grande por sua extensão territorial, por sua população, por seus recursos naturais, por sua magnifica História, um império tropical Habsburgo único no Hemisfério Sul, maior nação multiétnica e multirracial, por seu poder de arbitragem na gestão da reserva ecológica do planeta, vai virar motivo de piada, como as Filipinas, onde um animador de TV chegou à Presidência? O Brasil é igual às Filipinas?
O discurso moralista que implodiu a imagem do Brasil no mundo, hoje visto a partir de propaganda irradiada por brasileiros palestrantes para outros verem nossa roupa suja como o único Pais corrupto do mundo, um País onde 15 Presidentes da Republica saíram do poder com os mesmos bens com que chegaram , enquanto a regra na América Latina é o mandato produzir, do México à Argentina, ex-Presidentes bilionários. No México a cota aceita por tradição é de 2 bilhões de dólares para ex-Presidentes e a regra de sempre morar fora do México para não atrapalhar o sucessor, espera-se que saiam bilionários, é do jogo.
Peron e Menem saíram multimilionários da Presidência da Argentina, Duhalde, líder provincial peronista, virou riquíssimo tendo sido sempre politico. O padrão brasileiro é modesto, dona Sara Kubitschek teve que vender quadros da parede para sobreviver, Getúlio deixou um pequeno apartamento na Tijuca e o quinhão herdado na fazenda centenária do pai em S.Borja, chefes de Estado que saíram pobres após o Poder máximo, classes médias depois de décadas de poder, dona Dulce Figueiredo se tratava em hospitais do SUS, os filhos do Presidente Medici sobrevivem com empregos na engenharia, o Brasil DEFINITIVAMENTE não é o Pais mais corrupto do mundo como querem fazer crer os paladinos da moral.
Ou não será MEGA corrupção a que existe nos Estados Unidos, esses mesmos que pretendem dar lição de moral ao mundo, onde um Congresso é largamente financiado por lobbies legendários da indústria bélica, da indústria farmacêutica, da indústria de petróleo e pior ainda, muito pior, um lobby étnico, a AIPAC-American Israel Political Action Committee que COMPRA uma politica exterior pro-Israel no Congresso e na Casa Branca, politica que geralmente VAI contra os interesses do povo americano e lança os EUA em guerras injustificáveis no Oriente Médio, QUE CUSTAM TRILHÕES DE DOLARES, uma politica só possível pela CORRUPÇÃO ELEITORAL do incontrastável lobby judaico? Toda uma politica exterior que prejudica a longo prazo os EUA em beneficio de um grupo étnico financeiramente forte dentro dos EUA, processo só possível pela corrupção legalizada dentro da politica americana, as doações são milionárias e LEGAIS, lá não se cultiva a hipocrisia da falsa santificação que diz “empresas não podem doar” abrindo super avenidas para o caixa 2 do crime e das seitas, bem como deixando sem limites os milionários que podem usar seu próprio dinheiro.
Ou a corrupção da indústria armamentista, financiando campanhas de congressistas, gerando o maior orçamento de gastos militares do mundo, com ou sem guerras?
Ou o lobby da indústria farmacêutica, que mantem nas alturas o preço dos remédios, contribuindo pela falta de tratamento a permanência de doenças curáveis em bilhões de pobres do planeta que não podem pagar preços 100 vezes maiores que o custo.
Todos esses lobbies seriam ILEGAIS no Brasil, material para dez forças-tarefas, lá existem e são legais e aceitos como parte essencial da politica, os americanos não são hipócritas, sabem que a democracia CUSTA CARO, então é melhor reconhecer isso e não fingir que a democracia deva ser gratuita, paga com doações de vizinhos.
Não será tudo que se faz nos EUA mais letal corrupção do que as propinas de empreiteiras?
Pois esse discurso do “Brasil país mais corrupto do mundo” pode levar nosso grande Pais a escolher aventureiros da pior qualidade para a Presidência, um suicídio nacional.
Porque pensar só em Luciano Huck? Que tal Amauri Junior, Raul Gil, Silvio Santos, Datena, Galvão Bueno, Ana Maria Braga, Faustão, Sidney Oliveira das vitaminas?
São também nomes nacionalmente conhecidos, pelo mesmo padrão Huck podem ser Presidentes da República, porque não? Quais qualificações e credenciais Huck tem melhor que o Faustão? Ambos são ricos e estão há muito tempo na tela, se comunicam bem .
Essa é a reta de chegada do discurso moralista, que vê um grande Pais apenas como material de inquéritos, o resto, politica econômica, projetos de infraestrutura, política social, reforma da educação, reorganização do sistema de saúde, nada disse interessa, o importante é a próxima delação, a próxima denúncia, o próximo voto no Supremo, a isso foi reduzido o Brasil e é por ai que chegam as diligências dos aventureiros, o soi disant NOVO na politica.
Luciano Huck é do ninho ULTRA TUCANO, seu padrasto é Andrea Calabi, um dos cardeais do tucanismo ultraneoliberal, suas amizades vão do Leme ao Leblon, de Aécio Neves a Alexandre Accioly, é o candidato do PADRÃO GLOBO, pode ser levado a sério?
Merda ao vento! Passa.
ele não vai sair candidato dessa vez, eu acho que se não tivesse o lula ele seria candidatissimo, ele pode esperar...mas não sei se a casa grande pode