IBGE confirma crescimento da indústria, sob o desdém da imprensa.

Escrevi ontem que o jornalismo econômico do Brasil, em lugar de informar, forma uma grande torcida por um desastre na economia que leve a um abalo na tendência de que a reeleição de Dilma mantenha o país num modelo que desagrada o mercado – embora ele continue ganhando, e muito.

Hoje o IBGE confirmou os dados de ontem, apontando um crescimento de 0,4% na produção industrial de fevereiro, em relação a janeiro de 0,4%, o que significa uma alta de 5% em relação a fevereiro de 2013, um ótimo resultado, sobretudo se for levado em conta que 19 dos 27 setores industriais pesquisados.

É mais um dos indicadores positivos, embora – repito – moderados – que a economia apresenta, embora o noticiário induza a uma percepção francamente negativa da atividade econômica.

E fazem isso de forma sistemática, inclusive quando registram estes números favoráveis.Os jornais divulgam que o crescimento de 0,4%  “ficou abaixo da média de 0,8% prevista por 19 consultorias e instituições financeiras”, consultadas pelo Valor. Ontem, a Reuters dizia que a previsão era de 0,5%.

Curiosas previsões, porque no mesmo documento divulgado hoje, o IBGE retifica os números da atividade em janeiro, de 2,9% de crescimento para 3,8%. Logo, este 0,4% de crescimento sobre o índice revisto é o mesmo que se tinha previsto de crescimento com o número que se tinha até ontem.

É só olhar o caderninho que o IBGE distribuiu em janeiro e o de hoje.

É claro que “o mercado” sabe disso, embora nossos jornalistas, embriagados pelo discurso do caos, não consigam perceber.

Quando, nos tempos de faculdade, eu dava aulas de matemática para o supletivo da Cooperativa dos Ferroviários, lá em Campo Grande, dizia aos que tinham dificuldades: façam a conta com dinheiro, que assim vocês não erram.

Nas editorias de economia, nem assim.

Fernando Brito:

View Comments (9)

  • Boa tarde,

    é a verdade da mídia da classe media tem perna curta! Mas isso também preocupante, pois temos um apagão de mão de obra qualificada e se o "PT" for buscar fora essa mídia de 64 vai arrumar só provas falsas.

  • Do blog Luis Nassif ONLINE O anúncio do HSBC aos investidores globais sobre o Brasil

    qua, 02/04/2014 - 11:42 - Atualizado em 02/04/2014 - 11:51

    Enviado por Stanilaw Calandreli

    O Brasil é um dos mercados emergentes mais promissores do mundo. Um alto grau de diversificação na sua base dos produtos de exportação, uma lista diversificada de parceiros comerciais, a estabilidade econômica interna, sua força de trabalho cada vez maior e os bons padrôes sociais estão ajudando a atrair mais e mais investidores de todo o mundo. Além disso, a próxima Copa do Mundo 2014 de Futebol e as Olimpíadas de 2016 estão gerando um grande número de oportunidades para investimento de infra-estrutura.

    Veja os detalhes em inglês no link:

    https://globalconnections.hsbc.com/brazil/en/tools-data/country-guides/br-march-2013?utm_source=outbrain&utm_medium=click&utm_content=1&utm_campaign=global+gc+2013

  • E a SECOM, sob nova direção, é tão incompetente como sempre foi, pelo menos durante todo o governo atual. As boas notícias não aparecem na mídia! O que aparece é comercial institucional de Petrobras, com suas imagens em câmeras lentas e todas as pessoas sorrindo tendo como fundo imagens de um paraíso na Terra!! Continuam financiando os algozes!!!

    • Ricardão, É ILEGAL PAGAR PRA PUBLICAR MATÉRIAS e não adianta mandar "notas" ou "notícias boas" PORQUE A MÍDIA NÃO PUBLICA

    • Desculpa aí Ricardão, é a idade que faz isso (vez por outra sai um "enter" fora de hora). Mas, como dizia, NOTICIA BOA OU DECENTE A TURMA DO PIG NÃO PUBLICA NEM PAGANDO! Afinal a turma da privataria pagará muito mais se a coisa "der certo". Não tem SECON que dê jeito.

  • "...Escrevi ontem que o jornalismo econômico do Brasil, em lugar de informar, forma uma grande torcida por um desastre na economia".
    O governo devia criar uma agência reguladora da qualidade da mídia. Uma agência que fizesse auditorias periódicas e desse notas à qualidade da programação, como as agências dos banqueiros dão notas às condições econômicas dos países. As notas seriam somente para efeito informativo, para o público ter uma noção melhor do tipo de programação que lhe é oferecido. Assim, talvez, essas manipulações da mídia diminuiriam.

  • Brito, é ainda pior! Fiquei curioso quando vc afirmou que dava no mesmo, 0,4% sobre 3,8% e 0,8% sobre 2,9%. Que nada! O resultado é melhor ainda, porque o acumulado é de 4,3% no primeio caso (com os números certos), e com a previsão errada e o número de antes da revisão, o acumulado seria de 3,7%, 0,6% menor.
    Se pensarmos em que a indústria representa um mínimo de 25% do PIB, só aí teremos um crescimento já realizado de 1% este ano, o que explica o desespero da oposição midiática...

  • Eu me lembro que no segundo mandato de Lula a imprensa reclamava justamente do ato crescimento da economia, dizendo que era arriscado e que deveria ser mais moderado. Agora que está mais moderado, reclamam também. Enfim, não interessa o que se faça, eles querem é falar mal.

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