Não poderia ter sido mais no centro do alvo. Os números do Datafolha, divulgados há pouco, mostram que os escândalos revelados pela Comissão Parlamentar de Inquérito nos negócios de compra de vacinas contra a Covid bateram em cheio naquilo que Jair Bolsonaro – aliás contra toda a lógica – estufava o peito para proclamar-se: o homem que acabara com a corrupção.
Era, a rigor, apesar de todos os escândalos envolvendo a família que nos governa, algo que ainda não havia “colado” da imagem presidencial, de resto visto como incapaz, medíocre, autoritário e inconfiável.
Não é mais, para 70% da Nação, que considera que há corrupção, quase todos (64%) convictos de que Bolsonaro sabe disso e não age.
Agora, o “ladrão de vacina” é conceito majoritário em todos os grupos, exceto, claro, no 1/4 dos brasileiros que ainda seguem grudados ao mito do “Mito”.
E tem tudo para piorar, porque 39% dos entrevistados pelo Datafolha dizem que estão pouco ou não informados sobre os casos suspeitos na pasta que era dirigida pelo general Eduardo Pazuello.
Tomara que a pesquisa sirva de vacina aos arreganhos militares que estão surgindo diante do aparecimento de diversos personagens militares nos “rolos” do Ministério, ocupado pelas “Forças Especiais” do lugar-tenente do general, o coronel Élcio Franco.
Ambos, Pazuello e Franco, foram convenientemente abrigados no Palácio do Planalto, longe do assédio da imprensa e sob as asas de Bolsonaro.
O lado ruim é que, assim, continuam a ser personagens presentes no governo e não “falecidos” como estão os civis que, ao que tudo indica, faziam parte da cota do Centrão no ministério.
É certo que Bolsonaro já não pode aumentar a sua lista de neologismos estúpidos com que se define – os famosos “imorrível, imbroxável, incomível” – criando o “incorrupto”.