Inflação confirma tendência de alta e só deve baixar em dezembro

O IPCA e, sobretudo o INPC – que mede a inflação para as famílias com renda de até 5 salários mínimos – confirmaram hoje, com a divulgação dos números do IBGE, a tendência de alta para a qual se vem chamando a atenção aui há vários dias.

Os 0,64% do IPCA e os 0,87 do INPC registrados em setembro elevam os índices acumulados em 12 meses para 3,14% e 3,89%, respectivamente.

Ocorre que na proposta orçamentária enviada ao Congresso, a previsão de variação anual deste último índice – que reajusta o salário-mínimo, as pensões, benefícios e aposentadorias – considerava uma alta de 2,09% do INPC.

Como a taxa anual deve continuar crescendo – ainda que mais lentamente – no mês de outubro, que ano passado teve índice muito baixo (0,1% no IPCA e 0,04% no INPC) e mesmo com uma provável redução de dezembro (ano passado carregado pela inflação da carne) deve fechar o ano com uma valor bem mais alto que a previsão e, portanto, criar uma carga de R$ 4 ou 5 bilhões nas despesas orçamentárias, reduzindo o espaço de manobra para arranjarem-se recursos para o tal Renda Brasil, ainda, por enquanto, um conto da carochinha.

Por incrível que pareça, a queda da inflação no Brasil depende, agora, que permaneçam sombrias as perspectivas do mercado mundial, para que se aliviem as pressões exortadoras que estão empurrando para cima o preço das commodities agrícolas. Isso diminuiu, com a queda detectada pela Fundação Getúlio Vargas nos preços das matérias primas no atacado, mas que ainda acumulam uma alta totalmente desproporcional à elevação de preços ao consumidor. O produtos agropecuários, sobretudo, que acumulam, em 2020, uma alta de nada menos do que 36,7%.

 

 

Fernando Brito:
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