Esperava-se alta, em torno de 1%, mas o resultado da inflação oficial em outubro, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do IBGE) superou todas as expectativas e veio em inacreditáveis 1,25%, superando até o 1,16% registrado em setembro, quando entrou em vigor a “paulada” da energia elétrica..
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses foi a 10,67%, o que só perde para um único mês, o de janeiro de 2016 – e de bem pouco, porque a variação acumulada, naquele mês, foi de 10,7%. Foi a maior variação para um mês de outubro desde 2002, quando marcou 1,31%.
E as notícias também são muito ruins para o INPC, que mede a variação de preços para famílias com renda de até 5 salários mínimos. Com 1,16% este mês, o acumulado mensal passou para 11,08%, e este é o índicador que, daqui a dois meses, regerá o reajuste do salário mínimo e, com ele, benefícios e aposentadorias.
Só isso são R$ 38 bilhões a mais de gastos no Orçamento.
O mais grave, porém, é que a inflação chegou a um nível em que ela se retroalimenta, mesmo que não haja um novo choque em qualquer preço essencial (nova alta dos combustíveis, por exemplo, ou uma alta dos preços com uma eventual recuperação das exportações para a China, que caíram quase à metade no mês, ajudando a segurar o preço no mercado interno).
O “mercado” vai passar a pressionar por uma nova alta nas taxas de juros, reduzindo ainda mais as expectativas de investimento e recuperação econômica.