Como, em matéria de inflação, a situação brasileira é dramática, está-se comemorando o índice de 0,95% para o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do IBGE – o IPCA, índice oficial de inflação – porque veio abaixo do 1,07% que previam os analistas econômicos.
Ótimo, claro, mas pouco se altera por isso a situação da economia. Mesmo contando, com uma inflação de dezembro mais baixa que a de 2020 (o natal da carne cara), terminaremos o ano com um índice acima de 10%, que vai bater em cheio nos reajustes de fim de ano. E, pelo comportamento dos alimentos – praticamente estáveis em novembro – temos sinais de que há, para esta freada, a queda na demanda desestimulando a alta.
O que é (mais um) sinal de que estamos embicando para um processo recessivo. Outro é que já começam a rarear as ofertas de parcelamento sem juros no cartão de crédito, com a maioria das lojas e marketplaces oferecendo preços à vista (em um pagamento apenas no cartão) e acrescentando entre 5 e 7% no preço parcelado, para cobrir a inflação esperada.
E há outra inflação que preocupa: a dos Estados Unidos, que alcançou o índice mais alto desde junho de 1982, com alta de 6,8% em novembro, considerado o acumulado em 12 meses. Inflação, por lá, é (ou era) para andar muito abaixo disso e cresceu a apreensão por uma alta nos juros do Federal Reserve, o que empurra juro e câmbio (mais) para cima por aqui.
Em dezembro deve haver uma pequena queda no acumulado anual, porque é difícil que se alcance os 1,35% de dezembro de 2020. Mas nem tanta baixa assim, ao menos pelo que indica, até agora, o Indice de Preços so Consumidor Semanal da Fundação Getúlio Vargas, que marcou 1,18% na apuração fechada no dia 7 deste mês.