Inflação vai a 6,1% e elevará juro. Só recessão forte salva meta do BC

A inflação oficial de março ter ido a quase 1%, como a de fevereiro, não foi surpresa.

Era esperado também, que o IPCA acumulado em 12 meses pulasse de 5,2 para 6,1%, refletindo a inflação baixa do primeiro mês com pandemia no ano passado, quando índice foi de meros 0,07%

E não será surpresa alguma, também, que este acumulado chegue a 7% no próximo mês e a 8% em maio deste ano, porque houve deflação nos meses correspondentes no ano passado.

E, olhe no gráfico, se não houver mais alta em junho, julho e agosto, será um milagre. Ou uma desgraça, porque indicará uma economia em forte retrocesso.

O resultado é que a taxa de juros, que subiu na última reunião do Copom, voltará a subir 0,75% ou até 1% no próximo encontro dos “donos da moeda”, no início de maio.

Um coisa mais a outra, somadas e “descontado” o aporte de recursos na “merreca emergencial” indica que a aposta é numa “quase recessão” nos próximos meses para que se preserve a “sacrossanta” meta inflacionária do Banco Central, que é de 3,75%, com intervalo de tolerância de até 5,25%.

O fato é que vai-se ver que a projeção de crescimento do PIB, que já andou em medíocres 3,7% (pois só o carry over estatístico do desastre de 2020 já daria perto de 3,5% de alta), vai progressivamente despencar para pouco acima de 2%.

Ou pior.

 

 

 

Fernando Brito:
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