Muita gente se precipitou ao dizer que atravessamos sem violência o Sete de Setembro.
De fato, os arroubos bolsonaristas, nos atos promovidos no dia, não foram além de patéticas faixas, produzidas industrialmente, pedindo intervenção militar, cassação de ministros do Supremo e outras pérolas.
Mas o assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, em Confresa (MT), a facadas, por um bolsonarista e a incursão de bolsonaristas no ato pró-Lula em São Gonçalo (RJ) para provocar manifestantes mostram que não é bem assim.
E isso é fruto da excitação provocada pelos eventos do dia 7, certamente.
A inação como a que, há 48 horas, acontece diante dos abusos cometidos pela próprio Presidência da República no Dia da Pátria só estimula, pela impunidade, que estes eventos cresçam em número e em gravidade.
Se Bolsonaro não queria naqueles atos, como concordam quase todos os analistas políticos, falar para fora da sua bolha, porque fez esta opção.
A explicação de desejava imagens para a sua campanha de tv e para as redes sociais é verdadeira, mas insuficiente.
Seu objetivo é aguerri-los, estimulá-los à confrontação, ao choque nas ruas e, com isso, intimidar a oposição.
O mesmo está acontecendo com outros grupos adeptos de Bolsonaro, como os grupos milicianos que controlam partes do Rio de Janeiro (e não duvide que , em escala menor, outros lugares).
É preciso calma, coragem e bom-senso para diminuir os efeitos desta onda de provocações.
Mas, antes de tudo, é necessário que a Justiça marque aos olhos da população o que é disputa legítima e o que é apenas provocação para a violência.