O índice de elevação dos preços apontado hoje pelo IBGE – 0,51%, a maior taxa para novembro em 4 anos – não é uma preocupação pelo seu valor tomado isoladamente.
É que ele não incorporou totalmente a variação dos preços do grupo alimentação (carnes, em especial) – e promete uma taxa igualmente alta em dezembro, já que a isso se juntarão os combustíveis, que tiveram alta tanto na gasolina quanto no diesel.
E dezembro de 2019 substitui, nas contas, dezembro de 2018, quando a taxa de inflação foi civilizadíssima: apenas 0,14%.
Dezembro precede um trimestre “de verão” que costuma impulsionar os índices de inflação, pela pressão exercida sobre os preços de alimentos in natura, embora isso vá ser compensado, em parte, não só pela aparente tranquilidade do armazenamento de energia nas hidrelétricas como pela exclusão, no acumulado anual, das taxas altas ocorridas neste 2019, quando o trimestre acumulou 1,5%.
Dependendo da intensidade, veremos acontecer um fenômeno complicado para um país dependente de capitais como o nosso: a taxa de juros oficial quase se igualando ou até sendo superada pela taxa de inflação acumulada.
O que, claro, vai a interromper a temporada de quedas na Selic, que é a única política de estímulo ao investimento produtivo que faz o atual governo.
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Ah tem que aumentar muito mais, pra esse povo imbecil aprender. Depois da última pesquisa, manipulações à parte, chega-se à conclusão de que o povinho tá feliz com o Bozo. Da direita o gado aceita tudo, até fim da aposentadoria. Parece que gostam da chibata nas costas.
Inflação num mercado consumidor em que emprego e renda estejam em alta é uma coisa. Inflação numa época de desemprego, baixos salários, trabalho precário e informalidade é outra. Como sempre o pobre vai pagar a conta.