Isso é um país moderno: é legal abrir off-shore de apartamento funcional, não é, Joaquim?

Uma das coisas que me encanta no Brasil é como todos são tratados da mesma maneira.

Imaginem o que seria descobrir que a Presidenta Dilma Rouseff abrira uma empresa off-shore em Miami dando como endereço “Palácio da Alvorada, Brasília”e com ela comprasse um apartamento num condomínio de luxo lá mesmo, no coração da pátria brasileira que habita a Flórida?

Ora, não aconteceria nada, segundo a Justiça  brasileira, que acha que isso “não comprova irregularidades”.

Pois foi exatamente isso o que aconteceu com o ex-ministro Joaquim Barbosa, que em pleno exercício  do cargo no Supremo Tribunal Federal, que presidiu, e gozando de uma moradia funcional, e usou como referência para abrir a sua Assas JB Corp, uma empresa fantasma só para escapar do pagamento de impostos na sua transação imobiliária.

Joaquim Barbosa teve recusada a ação popular que questionava a transação pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

O que quer dizer que, a partir de agora, já se pode abrir empresas nos EUA, nas Bahamas ou nas Ilhas Virgens usando como endereço um apartamento funcional.

E, como elas, adquirir patrimônio no exterior sem pagar impostos no Brasil.

Assim, com aval da Justiça.

Daqui a pouco vão dar endereço no HSBC da Suíça com endereço público.

Ainda bem que somos uma ditadura bolivariana, não é?

Fernando Brito:

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  • Vamos bem, não? Juiz dirigindo Porshe alheio, juiz se considerando Deus e a justiça multando a agente de trânsito ao invés do juiz, Barbosinha fugindo de imposto e justiça considerando legal, juiz mal criado com funcionários do aeroporto porque perdeu horário de voo. Vamos ter que estudar direito para nos defendermos dos juízes.

  • Corrupção e Politicagem Pesada

    18th March 2015
    Um texto de George Monbiot, um dos mais importantes jornalistas britânicos que escreve regularmente para The Guardian.
    127

    A Grã-Bretanha não é corrupta? Só não é numa ridícula e estreita definição do que é a corrupção.

    By George Monbiot, published in the Guardian 18th March 2015

    A conta não fecha. Quase todos os dias, as notícias estão repletas de histórias que me cheiram a corrupção. Contudo, no ranking de corrupção de (Transparency International) Transparência Internacional, a Grã-Bretanha ocupa o 14º lugar entre 177 nações, o que sugere ser este país uma das mais bem governadas nações da terra. Ou todos esses 13 países são espetacularmente corruptos ou tem algo errado com esse ranking.

    Sim, o problema é o ranking, cujas definições de corrupção nas quais ele se baseia são estreitas e seletivas. Nas nações ricas, práticas corriqueiras que poderiam razoavelmente ser taxadas de corruptas são simplesmente excluídas; práticas corriqueiras em nações pobres são enfatizadas.

    Esta semana, foi publicado por David Whyte um livro deveras inovador, Quão Corrupta é a Grã-Bretanha?, que deveria ser lido por todo aquele que crê que este país merece a posição que lhe é atribuída no ranking de Transparência Internacional.

    Haveria ainda algum setor comercial bancário na Grã-Bretanha sem a corrupção? Pense na lista dos escândalos: pensões subfaturadas, fraudes hipotecárias, o golpe do seguro de proteção de pagamento, o golpe da manipulação da taxa interbancária Libor, as operações com informações privilegiadas e tantos outros mais. Depois pergunte a si mesmo se espoliar as pessoas é uma aberração ou apenas um modelo de negócios.

    Nenhum dirigente de banco foi imputado ou sequer desqualificado por práticas que contribuíram a desatar a crise financeira: a legislação que os teria coibido foi debilitada por sucessivos governos. Um ex-ministro do atual governo dirigiu o banco HSBC quando este se lançou à evasão fiscal sistemática, à lavagem de dinheiro do narcotráfico e à provisão de serviços para bancos da Arábia Saudita e do Bangladesh ligados ao financiamento de terroristas. Em vez de processar o banco, o dirigente da administração fiscal do Reino Unido foi trabalhar para esse mesmo banco depois se aposentar.

    Operando com o apoio dos territórios britânicos de além-mar e dependências da Coroa, Londres é a líder mundial dos paraísos fiscais, controlando 24% de todos os serviços financeiros que estes oferecem. A cidade oferece ao capital mundial um sofisticado regime de sigilo, dando assistência não apenas a sonegadores de impostos, mas também a contrabandistas, evasores de sanções e lavadores de dinheiro. Como disse a juíza de instrução francesa Eva Joly, queixando-se, a City “nunca forneceu sequer uma ínfima evidência útil a um magistrado estrangeiro”. Reino Unido, Suíça, Singapura, Luxemburgo e Alemanha estão todos entre os países menos corruptos na lista de Transparência Internacional. Mas eles também figuram na lista da Rede de Justiça Fiscal (Tax Justice Network) como os piores regimes sigilosos de investimento e paraísos fiscais. No entanto, por alguma razão, isso não conta.

    A Iniciativa de Financiamento Privado (Private Finance Initiative) tem sido usada por nossos governos para nos iludir sobre a extensão de seus empréstimos que canalizaram dinheiro público para corporações privadas. Envolta em segredo, recheada de propinas ocultas, a IFP tem fisgado hospitais e escolas com dívidas impagáveis e ao mesmo tempo impedido a verificação pública de serviços públicos.

    Espiões de estado lançam-se à vigilância em massa enquanto a Polícia adota identidades de crianças mortas, mente em tribunais para fornecer provas falsas e incita crianças ao ativismo extremista; ela infiltra e tenta destruir grupos pacíficos. As forças policiais mentiram sobre o desastre de Hillsborough. Elas protegeram prolíficos pedófilos, inclusive Jimmy Savile e, como hoje se alega, toda uma gama de dirigentes políticos suspeitos também do assassinato de crianças. Savile foi protegido também pelo Serviço Nacional de Saúde (National Health Service) e pela BBC, que demitiu a maioria dos que tentaram expô-lo e promoveu os que tentaram perpetuar o encobrimento.

    Há o problema de nosso intocado sistema de financiamento político, que permite a compra dos partidos pelos mais ricos. Há o escândalo das escutas telefônicas e o pagamento de policiais por jornais, a privatização do Royal Mail a preços insignificantes, o esquema da “porta giratória”, fazendo com que dirigentes de corporações uma vez eleitos possam redigir leis que concernem a seus interesses, o roubo da seguridade social e dos serviços prisionais por empresas privadas terceirizadas, a fixação do preço da energia por empresas, o roubo diário das firmas farmacêuticas e tantas dúzias de casos semelhantes. Nada disso é corrupção? Ou é sofisticado demais para ser qualificado como tal?

    Entre as fontes usadas por Transparência Internacional para produzir seu ranking estão o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial. Confiar no Banco Mundial para aferir a corrupção é como pedir a Vlad, o Empalador, uma auditoria sobre os direitos humanos. Orientado pelo princípio um dólar\um voto, controlado pelas nações ricas e atuando nas nações pobres, o Banco Mundial financiou centenas de elefantes brancos que enriqueceram enormemente elites corruptas e beneficiaram capitais estrangeiros, expulsando ao mesmo tempo pessoas de suas terras e deixando ao país dívidas impagáveis. Para espanto geral, a definição do Banco Mundial para a corrupção é tão limitada que exclui esse tipo de prática.

    O Fórum Econômico Mundial estabelece sua escala de corrupção a partir de uma pesquisa sobre executivos mundiais: beneficiários desse tipo de práticas que listei no presente artigo. As perguntas se limitam ao pagamento de propinas e à aquisição corrupta de fundos públicos por interesses privados, excluindo o tipo de corrupção que prevalece nas nações ricas. As entrevistas de Transparência Internacional com cidadãos comuns seguem a mesma linha: a maior parte das perguntas específicas concerne ao pagamento de propinas.

    O livro Quão corrupta é a Grã-Bretanha? argumenta que concepções tão limitadas da corrupção são parte de uma longa tradição de retratar o fenômeno como algo limitado às nações frágeis, as quais devem ser resgatadas através de “reformas” impostas por poderes coloniais e, mais recentemente, por organismos como o Banco Mundial e o FMI. Estas “reformas” significam arrocho, privatização, terceirização e desregulamentação. Elas tendem a sugar dinheiro diretamente das mãos dos pobres para pô-lo nas mãos dos oligarcas nacionais e mundiais.

    Para organizações como o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, há pouca diferença entre o interesse público e os interesses das corporações internacionais. O que pode parecer corrupção a partir qualquer outra perspectiva soa para eles apenas como economia saudável. O poder financeiro mundial e a imensa riqueza da elite global estão fundados na corrupção, e os beneficiários têm interesse em definir esta mesma corrupção de forma a escusá-los.

    Sim, muitas nações pobres sofrem o flagelo desse tipo de corrupção que implica pagamento de propinas a funcionários públicos. Mas os problemas que nos afligem são ainda mais profundos. Quando o sistema já pertence à elite, propinas são supérfluas.

    http://www.monbiot.com

    • Muito bom Emerson, esta matéria provavelmente não será repercutida por nossa mídia golpista. Muito importante trazer luz sobre a hipocrisia e corrupção no ventre dos imperialistas. Esclarecedora também a corrupção no meios de comunicação a serviço da hegemonia imperial.

  • Pois o meu mêdo,transformou=se em TERROR!Dos JORNALISTAS,DO JUDICIÁRIO E DA POLÍCIA!Não consigo mais dormir tranquilo,imaginando o que esta gente pode me fazer de maldades.Quando encontro com qualquer desses,levanto as mãos,digo que não estou armado,que não me EDITEM,pelo amor que tem nos filhos,não me mandem para a cadeia e se for policial,que não me torturem!Mas continuo aterrorizado por estas INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA.Penso até em ir para o Uruguai,mas não tenho verba!Agora surgiu outra AMEAÇA,é o P.dos C.F .Partido dos Coxinhas Furibundos!

  • No Brasil, uma justiçazinha de merda. E ponto.
    Só enxerga preto, pobre, puto e petista.
    O resto, sossego total.
    Obs. Barbosinha não se enquadra aqui. Também sossegado da justa justiça.

  • Confesso que em nada me surpreendeu esta decisão da justiça. Nós não temos quem fiscalize a justiça e, portanto, eles se auto protegem. Claro que se eu ou outro "manézinho" fizermos isto, usando um apartamento ou imóvel do estado, com absoluta certeza, irei preso, sofrerei sanções pesadas, etc... Porém, como quem fez faz parte da quadrilha, digo justiça, então tudo pode. Ah!!! Se um político do PT fizer não vai nem precisar da justiça pois a mídia vai julgá-lo e condená-lo imediatamente.

  • “Se Janot não denunciar o Aécio nem abrir investigação, vou encaminhar denúncia ao Senado por crime de responsabilidade”

    Por jornalista Conceição Lemes

    publicado em 25 de março de 2015 às 21:18

    Na quinta-feira passada 19, os deputados Rogério Correia (estadual), Padre João e Adelmo Leão (federais), todos do PT de Minas Gerais, entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, provas para abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas investigações da Operação Lava Jato.
    Aécio foi citado explicitamente na delação premiada do doleiro Alberto Youssef. Entre outras coisas, o doleiro disse “ter conhecimento” de que Aécio, na época em que era deputado federal, estaria recebendo recursos desviados de Furnas “através de sua irmã” (aqui e aqui). Também que Aécio operava a diretoria de Furnas “em comum acordo” com o PP, do ex-deputado federal José Janene, já falecido.
    (...)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.viomundo.com.br/denuncias/carone-se-o-pgr-nao-oferecer-denuncia-contra-aecio-nem-abrir-investigacao-vou-encaminhar-denuncia-ao-senado-por-crime-de-responsabilidade.html#comment-888797

    FALA, MATUTO!

    Muito bem!
    Coragem, essa palavra!
    Ou esses procuradores do ‘miniSTÉRIO’ Público e juízes mequetrefes de primeiras instâncias imaginam que são inimputáveis, que não devem satisfação a quem os paga, ou seja, o nosso dinheiro público?!…

  • Gente, esse judiciário brasileiro é mesmo uma zona. Os caras no Paraná torturam os presos para incriminar quem eles querem. As denúncias são seletivas. Todos sabem que o PSDB está mais sujo do que pau de galinheiro e ninguém faz nada. Toda a operação lava jato é comandada explicitamente por gente ligada ao PSDB e ninguém faz nada: nem a OAB. Um magistrado abre uma empresa off-shore para escapar de impostos, com endereço funcional e fica tudo por isso mesmo. Sinceramente não dá para acreditar. Temos que dar um basta nisso tudo. É imoral.

  • Não reclamem. Beleza...liberou geral. Eu também vou abrir uma firma de fachada nas Miami e comprar um "puchadinho" por lá. Se a "ju$tiça" me encher o saco, pego um bom Advogado e processo o STF,POR DOMÍNIO DO FATO! Simples,não é Dr. Janot Moro!

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