Não é um café servido ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin que vai melhorar a situação política de Jair Bolsonaro, por mais que ele queira reciclar-se para “civilizado”.
Não é do vice ou do presidente eleito Lula que lhe virão problemas pelas ações antidemocráticas antes, durante e depois do pleito eleitoral.
E não será mesmo de lá que elas virão, mas do Judiciário, onde não há possibilidade de “perdão” a tudo o que o atual presidente fez ou ameaçou fazer contra seus integrantes.
E é bom que seja assim, porque a agenda de Lula é e será positiva, social e politicamente.
O que não quer dizer que não haverá – e não demora – a subida, degrau por degrau, da pirâmide de responsabilidades: organizadores de bloqueio, seus cúmplices na administração pública, os mandantes e, afinal, o próprio presidente da República.
Quem quiser olhar a forma e o tempo com que isso acontecerá, veja o que aconteceu com a tomada do Capitólio norte-americano, com a diferença que será a Justiça e não o Congresso, como lá, o palco dos julgamentos.
Esgotado o prazo de 48 horas dado por Alexandre de Moraes para que Polícia Rodoviária Federa detalhe as multas aplicadas aos bloqueadores das estradas, o mais provável é que ele envie o caso a Augusto Aras, que não terá condições, desta vez, de pedir seu arquivamento.
É preciso, na política, manter a ação onde ela deve estar: no bem-estar das pessoas e na recuperação da economia.
O caso de bandidos é em outro lugar: a Justiça.