Bolsonaro diz que quer “ficar livre da Petrobras”, uma empresa que dá mais de R$ 31 bilhões ao país.
“Fatiar ela bastante e privatizar”, disse à gangue de motociclistas que se reuniu a ele hoje, no Paraná.
O que , aliás, desde Michel Temer, vem sendo feito com a petroleira.
A Petrobras vendeu sua distribuidora, seus gasodutos e parte significativa de suas refinarias está passando ao controle privado.
Sem que isso tenha beneficiado, em nada, o Brasil ou o povo brasileiro.
Ainda assim, a Petrobras segue sendo brasileira e, portanto, transferindo para o país os lucros que vêm do mar de petróleo descoberto no pré-sal, durante o governo Lula.
Bolsonaro diz que não pode interferir porque a empresa é “independente”. O Banco Central não era e ele o tornou: alguma diferença entre instituições vitais para a economia do país?
Se não é para interferir na empresa, porque trocar o ex, Roberto Castello Branco, pelo atual presidente, general Silva e Luna. Só pelo “bocão” rico a um militar reformado que já tinha uma bocarra, presidindo a Itaipu Binacional?
A 11 meses do fim efetivo do seu governo, com as eleições, Bolsonaro faz propaganda enganosa do que não pode fazer – e daí vem a ideia de fatiar a empresa, que não poderia ser vendida como é, por depender de lei específica para isso – agitar um discurso privatista, obtendo com ele “apoio do mercado”.
A posição do governo, como sócio controlador da empresa, é exercida com uma postura que contraria o interesse nacional, ao reduzir o processamento de petróleo nacional e exportar petróleo bruto, reduzindo o ritmo de refino interno e, sobre tudo, baixando algo entre 20 e 25% os níveis de investimento da companhia: de uma média de US$ 49,8 bilhões por ano entre 2009 e 2014 para apenas US$ 8,06 bilhões em 2020.
Isso é emprego, indústria, trabalho e renda, que se transformam, pela orientação do sócio-majoritário, apenas distribuição de lucros aos acionistas privados e ao caixa do governo.
Não é Bolsonaro que presisa “fica livre da Petrobras”, é a Petrobras que precisa ficar livre de Bolsonaro para voltar a ser uma poderosa alavanca do desenvolvimento do pais.