Jair Valentão diz que ‘brasileiro forte’ deve se expor ao vírus

Jair Bolsonaro soltou – lamento, mas passou dos limites tratá-lo com urbanidade – outro zurro hoje, em visita a Alagoas:

“O povo brasileiro é forte, povo brasileiro não tem medo do perigo. Sabemos quem são os vulneráveis, que são os idosos e os que têm comorbidades. O resto tem que trabalhar”

É mesmo?

Vamos então colocar idosos e comórbidos em campos de concentração, sem contato com os “fortes”? Separar filhos e pais, maridos e mulheres, avós de netos, e a todos eles vamos alimentar com ração – quem sabe, Leite Moça.

São “apenas” 33,5 milhões de brasileiros e brasileiras com 60 anos ou mais e some aí os com menos idades mas com diabetes, cardiopatias e obesidade (aquilo que o presidente exprime por “arrobas”).

Quem sabe montamos grandes acampamentos no Pantanal ou na Amazônia onde, com um pouco de “sorte”, incêndios ou falta de oxigênio os matem e concluam a reforma da previdência tão querida pela nossa direita?

Já houve um sujeito assim, décadas atrás, na Alemanha, que achava que deficientes, doentes – além dos judeus, claro – deveriam ser isolados e não prejudicar a construção do grande Reich.

Este criminoso deixou o país sem comando na área sanitária, com um ministro patético exilado no Amazonas, agindo no improviso – inclusive com a transferência de milhares de pacientes de uma região que tem uma variante de poder temível sem que os destinos fossem submetidos a um bloqueio especial, como alertou hoje o ex-ministro Luiz Mandetta.

Cínico, procrastina a confirmação da compra de mais doses da única vacina que, na prática, temos aqui, a Coronavac, provoca a China, da qual dependemos para tê-la e participa de uma patranha da suposta compra de 33 milhões de doses por empresários de um “vendedor fantasma”, assemelhado a um traficante de vacinas que a Astrazêneca diz que não tem como entregar.

E agora, para completar o que se disse aqui antes, fica-se sabendo, por Lauro Jardim, em O Globo, que Flávio Bolsonaro está envolvido nas negociações sobre estas vacinas-pirata.

Era o que faltava, se é que falta algo.

 

 

Fernando Brito:
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