Com a habitual maestria de texto e de ideias, Janio de Freitas publica, hoje, na Folha, artigo sobre o “aniversário de sovaco” que Gilmar Mendes vai comemorar com seu “pedido de vistas” que suspendeu o julgamento – em tese, já definido pelo placar parcial de 6 a 1 – da proibição de financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
Com todo o respeito a Janio, trata-se de malhar em ferro frio.
Gilmar Mendes não se convencerá por razões jurídicas, menos ainda pelas éticas, a dar o seguimento normal a uma ação judicial deste tipo.
Tratando-se de alguém com a história, as opiniões e, sobretudo os métodos truculentos – recordam-se dos “capangas” da boca de Joaquim Barbosa, que depois aderiu à escola gilmariana ? – é como pedir jacas à bananeira.
A vergonha, neste caso, tem mais sócios. O Judiciário e a mídia.
Nesta última, Janio de Freitas é uma exceção, daquelas cada vez mais raras.
Mas a balança da mídia é viciada: a velocidade atropelante de Moro e a lentidão deliberada de Gilmar quase que só ganham aplausos.
O bolo
Janio de Freitas, na Folha
Santa embora, a próxima quinta-feira marca uma profanação constitucional: um ano exato do pedido de vista que Gilmar Mendes fez de uma ação direta de inconstitucionalidade e não mais a devolveu ao julgamento no Supremo Tribunal, impedindo-a de vigorar. Já vitoriosa por seis votos a um, os três votos faltantes não poderiam derrotá-la.
A ação foi movida pela OAB em 2011, recebendo adesão subsequente de entidades como a CNBB, com o argumento de que as doações de empresas que financiam as eleições são inconstitucionais e devem ser substituídas por doações dos cidadãos, com um teto para o montante doado.
Gilmar Mendes é favorável à permanência do financiamento dos candidatos e partidos por empresas. Sabe-se de sua opinião não só por ser previsível, mas também porque a expôs em público. Ainda há dez dias, dizia a repórteres: a proposta da OAB (Gilmar Mendes é costumeiro adversário da Ordem) “significa que o sujeito que ganha Bolsa Família e o empresário devem contribuir com o mesmo valor. Isso tem nome. Isso é encomendar já a lavagem de dinheiro. Significa que nós temos o dinheiro escondido e vamos distribuir para quem tem Bolsa Família. Não sei como essa gente teve a coragem de propor isso. Um pouco de inteligência faria bem a quem formulou a proposta”.
A explicação é ininteligível. “Essa gente”, que é a OAB, é a CNBB, são outras entidades e inúmeros juristas, não propôs nada parecido com doações iguais de empresários e de recebedores do Bolsa Família. E lavagem de dinheiro e caixa dois são características comprovadas do financiamento das eleições por grandes empresas, com destaque para as empreiteiras e alguns bancos. O eleitor comum é que iria lavar dinheiro nas eleições?
Em artigo divulgado no último dia 28, encontrável no saite “Viomundo”, a juíza Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça-SP, pergunta: “Quem de fato está exercendo este poder” de eleger os “representantes do povo” no Legislativo e no Executivo? “O povo brasileiro ou as empresas?”. E segue:
“A resposta está dada: nas eleições presidenciais de 2010, 61% das doações da campanha eleitoral tiveram origem em 0,5% das empresas brasileiras. Em 2012, 95% do custo das campanhas se originou de empresas” [2014 não está concluído]. “Forçoso concluir que o sistema eleitoral está alicerçado no poder econômico, o que não pode persistir.”
O PT pretende a solução do financiamento eleitoral com verba pública. E lá iríamos nós financiar o pouco que se salva e o muito que não presta na política. O PMDB quer o dinheiro das empresas, mas cada doadora financiando um único partido. O PSDB é contra as duas propostas, o que leva à preservação do atual sistema. No Congresso há projetos para todos os gostos. Daí a importância da ação no Supremo.
Desde a reforma do Judiciário, há 11 anos, a Constituição aboliu o bloqueio de processos, como Gilmar Mendes faz a pretexto de vista de uma questão sobre a qual emite publicamente posição definida. Como diz a juíza Kenarik Boujikian, “não é tolerável que, com um pedido de vista, um ministro possa atar as mãos da instância máxima do próprio Poder Judiciário, o que soa ainda mais desarrazoado se considerarmos o resultado provisório [6 a 1] do processo e a manifestação do ministro. Com isto quero dizer que a soberania popular, que cada magistrado exerce em cada caso e sempre em nome do povo, não pode ficar na mão de uma pessoa, em um órgão colegiado”.
Gilmar Mendes desrespeita o determinado pelo art. 93 da Constituição porque não quer que se imponha a decisão do STF, como está claro em sua afirmação de que “isso é assunto para o Congresso”. Mas, além do problema de sua atitude, a decisão do Supremo tem importância fundamental. Eduardo Cunha avisa que levará a reforma política à votação já em maio. O dinheiro das campanhas é um dos temas previstos. E a decisão do Supremo, se emitida em tempo, ficará como um balizamento que não poderá ser ignorado pela reforma política, uma vez que antecipará o que é ou não compatível com a Constituição. E, portanto, passível ou não de ser repelido pelo Supremo Tribunal Federal.
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Esse é um sujeito tão infame que já não adianta perder tempo com ele.
Mas não é só ele não, cara Maria. O JUDI(Ç)$IÁRIO Brasileiro como um todo está se tornando um dos mais Vergonhos -pra dizer pouco- de todos os tempos, e certamente um dos judiciários mais CAROS DO MUNDO. Hoje cedo escuto na boa Rádio Guaiba de Porto Alegre: - Sua Excelência, o Presidente do STF -justo a côrte que está ATRASANDO a MORALIZAÇÃO POLÍTICA BRASILEIRA- o Digníssimo Sr. Ricardo Lewandowski recebeu de diárias, de 11 à 25 de fevereiro de 2015 (apenas por 14 dias) a bacatela de R$ 31.188,00 para PEDIR A BENÇÃO AO PAPA, isto mesmo, A BENÇÃO DE SUA SANTIDADE...pelo visto saiu de lá com os bolsos bem abençoados!!! E não pára por aí...A Côrte aprovou AUMENTO de 83% nas Diárias Nacionais e nas Internacionais, a "merreca" de U$ 485,00 para U$ 727,00 (727 X +-3,00 = +- R$ 2.181,00 por dia) que claro terá efeito cascata para todo o Poder Judiciário...e se não bastasse hoje, recém 3ª feira o Judiciário Federal já está em FERIADÃO DE PÁSCOA...
Isto é porque não têm quase Processos à serem julgados né...
Como Jesus Nosso Senhor é Ju$to com o Pessoal da Toga e da Capa Preta!!!
E quem paga esta a CONTA desta farra??? A DILMA que tem que ser "Impitimada" que não sabe administrar a grana do Povão.
Viu Presidenta DILMA...a Senhora é culpada pela CRISE BRASILEIRA...O resto dos Poderes SÃO UNS SANTOS, com DIREITO à BENÇÃO DO PAPA!!!
O nosso judiciaro//
É rico em pilomancia//
Por detrás da estrela guia//
Os sete-estrelo chegaro//
Chegaro e se apossaro//
Se apossaro Tomém//
De quem faz belembembém//
Escrevendo garatuja//
Essa tal isprenssa suja//
E o povo dizendo amém.
(Zé Roberto)
A aberração não é o que essa ratazana faz. É poder fazer.
O Demostenes Torres, aquele senador goiano ligado ao bicheiro Cachoeira, reapareceu atirando e acusa o senador Ronaldo Caiado de ligações com o esquema do contraventor e de contraponto envolve também o senador potiguar Agripino Maia. A matéria e glicerina pura e saiu no Diário de Goiânia, agora eu quero ver o pessoal do PT não aproveitar para enquadrar esses dois baluartes da moralidade, que atiram no governo sem piedade. Chega de bom mocismo, o PT tem que partir para o ataque como esses dois, Caiado e Agripino, sempre fizeram quando aparece denúncias contra membros do partido e do governo. Era bom que se reinstalasse a CPI do Cachoeira já que a primeira amarelou.
O que me assusta é saber que a sociedade não pode exercer seus direitos, tendo que se submeter a vontade de uma única pessoa num ato que desrespeita o próprio estatuto do estamento maior do judiciário brasileiro.
RICARDO LEWANDOWSKY TORNAR-SE-Á CÚMPLICE DE GILMAR MENDES?
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Deve-se atentar que a CNBB/OAB, uma das partes no processo, já acionou o Presidente do STF, Ministro Ricardo Lewandowsky, sobre a obstrução da justiça praticada por Gilmar Mendes, e o seu desrespeito à Constituição.
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Uma vez acionado, Ricardo Lewandowsky, a maior autoridade do Poder Judiciário, simplesmente não pode mais se omitir. Uma vez que já comunicou ao ministro Gilmar Mendes sobre a demanda da parte e este senhor persiste deliberadamente na sua infração à Constituição, cabe obrigatoriamente ao Presidente do STF tomar outras atitudes para fazer valer a Constituição. Se não agir nesta direção, Ricardo Lewandowsky estará envergonhando a Naçao, ao prevaricar na sua função e no seu dever de principal guardião da Constituição.
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Por outro lado, a propósito desta ADIN, o Presidente Ricardo Lewandowsky e mais cinco ministros do STF já foram desrespeitados e insultados por Gilmar Mendes em público, nos meios de comunicação de todo o Brasil, fora dos autos, quando este senhor desmereceu os seus votos no plenário do STF, em uma bateria impressionante de infrações à Ética e às Leis, inclusive a da Magistratura.
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Portanto, o que impede o Presidente do STF de chamar à responsabilidade não somente o juiz infrator mas também todos os ministros e, no mínimo, convocar sessão plenária da Corte para discutir este assunto?
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Por que não recolhe, nesta sessão plenária, nem que seja informalmente, os votos restantes na matéria, de Rosa Weber, Carmem Lúcia e Celso de Mello?
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Como do seu dever e direito, por que não solicita ou exige, nesta sessão plenária, que Gilmar Mendes explique o seu comportamento arbitrário e fora da lei, e diga por que não cumpre o seu dever e não vota, uma vez que já antecipou suas razões e seu voto nos meios de comunicação?
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Por que o Presidente Ricardo Lewandowsky não põe em discussão no Plenário, para todos os ministros, o PGR e a OAB, as razões do juiz infrator Gilmar Mendes, nesta sessão obrigatoriamente pública e televisionada para que toda a população brasileira possa saber claramente o que está acontecendo?
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Com a palavra e o gesto o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Ricardo Lewandowsky.
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Se "ele" foi abençoado pelo Papa, tu queres o quê? Ele, de agora em diante, está com o "Senhor", meu amigo, o que significa ser ONIPOTENTE, inda mais da Suprema corte "ele" sendo PRESIDENTE!
Acho que no Brasil criou-se um novo artigo Universal:
" TODO PODER EMANA DO JUDI$IÁRIO"!
Fernando: pena que Cunha, futuro candidato à Presidência (dizem que já está em campanha) seja aliado incondicional desse arremedo de Juiz. Pois não fosse e lançaria a PEC do Sovaco, desmascarando o grileiro mor de Mato Grosso.
Não sei quem desmoraliza mais o STF se Joaquim Barbosa ou Gilmar Mendes. A boa notícia vem de onde não se esperava. Demóstenes ( não precisou delação premiada e nem prisão, Sr Moro) tira a máscara do pulha do Caiado e do Agripino (notório corrupto e coordenador da campanha do Aécio). Ambos Catões do Senado, a pregar moralidade e o impeachment da Dilma. Se tivéssemos uma justiça isenta e não partidária, essas "figurinhas" junto com Cunha já teriam perdido o mandado e responderiam na justiça, pois evidencias e denuncias não falta mas investigar como se sabe só se for do PT.
DEMÓSTENES AFIRMA QUE CACHOEIRA FINANCIOU CAIADO
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Ex-senador Demóstens Torres diz que campanhas do líder do DEM de 2002, 2006 e 2010 foram bancadas pelo pivô da Operação Monte Carlo; "Ronaldo fazia sim parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira", escreve ele no artigo "Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro", publicado nesta terça no Diário da Manhã; "Siga o dinheiro", completa, sugerindo investigação das contas das campanhas do democrata; Demóstenes acusa ainda o senador Agripino Maia e outros integrantes de sua chapa em 2010 no Rio Grande do Norte de terem se beneficiado de um "esquema goiano", com intermediação de Caiado; por fim, disparou: "Você rouba, mente e trai"
31 DE MARÇO DE 2015 ÀS 08:45
Goiás247 - O procurador de Justiça e ex-senador cassado Demóstenes Torres acusa o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, de ter sido financiado pelo contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou à Camara Federal nos anos de 2002, 2006 e 2010. Segundo Demóstenes, as digitais da contravenção seriam facilmente identificadas com uma investigação nas contas de material gráfico, transporte aéreo e gastos com pessoal. As afirmações estão contidas em artigo publicado na edição desta terça-feira (31) do jornal Diário da Manhã, de Goiânia.
Demóstenes diz que Caiado era amigo de Cachoeira e médico do filho do contraventor, que recorre em liberdade de uma condenação de primeira instância a mais de 39 anos de prisão pela Operação Monte Carlo, deflagrada em 2012 e que resultou na cassação de Demóstenes e na CPI do Cachoeira, que não teve resultados concretos. "Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era , inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.
Demóstenes cita ainda um suposto "esquema goiano" que teria financiado a campanha do presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), e outros integrantes da chapa, que elegeu ao governo potiguar a então senadora Rosalba Ciarlini. "Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo "esquema goiano", com intermediação de Ronaldo Caiado.
O senador cassado diz ainda que Caiado intercedeu em favor do delegado aposentado da Polícia Civil de Goiás, suposto operador de jogos ilegais, para que Cachoeira abrisse espaço para a ampliação de suas operações ilegais: "Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil aposentado Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia federal que fez um 'relato', segundo Carta Capital, onde me acusava de ser beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o Conselho de Ética do Senado. No final do ano passado, o jornal Diário da Manhã, de Goiânia , publicou uma matéria assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito."
Demóstenes faz críticas severas ao comportamento do ex-aliado, que qualificou-o como "grande decepção" à Coluna Radar, de Veja, o que terias motivado a reação: Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. É sintomático o caso Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser traíra por ter me abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois últimos vídeos desapareceram das redes sociais."
E ainda mandou uma advertência: "Me deixe em paz, senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Iris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator"
Laia a íntegra do artigo.
Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro
Fiz uma opção íntima, à partir das turbulências que enfrentei , de permanecer em silêncio até que a justiça desse o veredito final e me aclamasse inocente, como de fato sou. Já obtive duas liminares no STF e uma no STJ, suspendendo os processos contra mim, porque, na verdade, fui vítima de um grande complô, que , ao final, será desnudado. Jamais desejei vir a público expor meu enredo antes que houvesse uma decisão definitiva sobre a licitude da prova contra mim forjada e mesmo sobre o conteúdo desta ,ou seja, não me recuso a enfrentar o mérito das escutas, ainda que elas sejam ilegais.
Sofri toda espécie de acusação, pilhagem intelectual e moral, deserções e contrafações, a tudo resisti porque as esvaziarei.
Mais que as decisões de instâncias superiores, há várias verdades iniludíveis. Jamais fui acusado de desviar qualquer centavo público: ninguém diz que roubei valores de estradas, pontes, hospitais, escolas... Nada.
Uma perícia realizada pelo próprio Ministério Público, e jamais oficialmente divulgada, assevera que eu poderia ter um patrimônio 11 por cento maior do que possuo; prova de que não há enriquecimento ilícito, que o apartamento que financiei junto ao Banco do Brasil teve todas as parcelas pagas em débito de conta corrente, cujo único abastecimento é o salário que percebo e com mais 27 anos de prestações restantes. A insinuação de que tinha conta corrente no exterior sucumbiu, nada sequer passou perto de ser comprovado e nas garras da imprensa continuo, vez por outra, sendo arranhado. Aliás, todos os membros do Ministério Público que me molestam têm um padrão de vida superior ao meu e muitos com gostos idênticos. Não os acuso de nada, mas por que então o que eles possuem é legal e o que eu tenho não?
A acusação que pesava contra mim era ser amigo de Carlos Cachoeira. Era não, sou. Não vivo como Lula e José Dirceu, nem como um monte de hipócritas. Não devo e não temo.
Clamei da tribuna, que me investigassem, que me dessem o direito de defesa e do contraditório, tudo em vão. Em um processo sumário fui execrado e humilhado, o que não acontece com os parlamentares envolvidos na operação lavajato , que contribuíram para o desvio de bilhões de dólares dos cofres da Petrobras. O PT e os governistas me enxovalharam no intuito de melar o julgamento do mensalão. O PSDB resolveu salvar Marconi Perillo, que gastou uma fortuna dos cofres públicos para custear sua absolvição. Os "éticos" do Senado viram uma oportunidade para se livrarem de quem os retirava do noticiário cotidiano nacional. O Judas Ronaldo Caiado reinventou a tese de que não existem traições de pessoas e sim de princípios e que para isso estava autorizado a qualquer coisa com algum alcance moral, inclusive trair, à semelhança de Hitler, Mussolini, Stalin e tantos outros degenerados. Viu aí uma oportunidade para soerguer-se politicamente. Bastava afundar-me no buraco e, prazenteiramente, o fez.
Hoje, lamentavelmente, saio do ostracismo a que me tinha recolhido para enfrentar declarações dadas ao "painel" da revista Veja, em que o senador por Goiás, Ronaldo Caiado, afirma que sou uma grande decepção em sua vida e um traidor.
Confesso que surpreendi-me. Ronaldo fez uma campanha em que aproveitou meu número, 251, e o meu slogan "defender Goiás". Jamais fez qualquer pronunciamento sobre mim, mesmo na presença de correligionários seus que às vezes me atacavam entendendo que isso granjearia votos junto à claque.
Nesse período, mandou vários recados na tentativa de "tranquilizar-me", sem obter resposta e num dia, quando não era ainda candidato, encontrou-me num estabelecimento comercial chamado "Jerivá", quando eu saía do banheiro, e tentou conversar comigo, bem risonho, o que mereceu uma esquiva de minha parte.
Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. É sintomático o caso Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser traíra por ter me abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois últimos vídeos desapareceram das redes sociais.
Mas, enfim, Caiado se passava como uma espécie de irmão mais velho pra mim, falava da afinidade de nossas teses, que era um conservador não beligerante, pra isso não poupando sequer seus antepassados, e que desejava um futuro liberal para o Brasil.
Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era , inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.
Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo "esquema goiano", com intermediação de Ronaldo Caiado.
Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil aposentado, Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia federal que fez um "relato", segundo "Carta Capital", onde me acusava de ser beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o conselho de ética do Senado. No final do ano passado, o jornal Diário da Manhã de Goiânia , publicou uma matéria assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito. Simplesmente, disse a ele, como era verdade, que desconhecia a prática de ilicitudes por parte de Cachoeira.
Ronaldo Caiado é um oportunista. Muitos que vivem fora de Goiás devem imaginar que ele é um coerente, uma figura emergida dos anseios das ruas, um puritano. Qual o quê! Na atividade política é um profissional de lupanar. Dois fatos podem elucidar seu caráter de Fouché. No primeiro, em 2006, Caiado me incentivou a ser candidato a governador. Quando minha candidatura fez água, ainda em agosto, ele pode ser visto acompanhando tanto o candidato Maguito ,quanto o outro, Alcides. No pior declínio moral, chegou a ser filmado no palanque da candidata Vanusa Valadares, mulher do hoje prefeito Eronildo Valadares em Porangatu. Portanto, quadrúpede que é, tinha suas patas, simultaneamente, em 3 canoas.
Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado ,no afã de ser candidato a Senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio Neves e Agripino Maia(este dependente financeiro de Perillo) para que eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo histórico de desavenças com o carcamano. Um pouco mais vexatório, mandou a própria esposa num evento na cidade de Americano do Brasil, onde a apedeuta, além de usar a palavra, pregou o voto em Perillo, alegando que ele era um grande estadista e que esperava sua reeleição para o bem de Goiás. Relembre-se: quem teve negócios com Cachoeira foi Perillo, eu não.
Resumo da ópera: o tenor recusou os apelos da mezzosoprano e mandou o barítono procurar rumo. Ronaldo acabou nos braços de Iris Rezende a quem tinha acusado ,toda a vida, de ser um corrupto diante do qual os demais se afigurariam "trombadinhas".
Nessa sua linha vesga de assinalar uma coisa e fazer outra, Ronaldo Caiado deseja a extinção do DEM a fim de se filiar ao PMDB de Íris Rezende por um motivo muito simples: ambiciona estar em uma agremiação que lhe dê estrutura para disputar o governo de Goiás. Na fusão do DEM com o PTB irá para o PMDB, possibilidade constitucionalmente aceita de adesão partidária. Irá, oficialmente, se opor. Parecerá até o fim um coerente, um habanero puro. Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS.
Quem pensa que Ronaldo Caiado é espontâneo se engana. Tudo é meticulosamente calculado. Por que ele não veio para as ruas de Goiânia na passeata e preferiu São Paulo? Porque em Goiânia seria vaiado. E por que São Paulo? Porque era mais fácil de mentir. O desafio a mostrar uma filmagem dele no meio dos manifestantes na avenida Paulista em São Paulo. Só aparecem coisas periféricas. Tirou uma fotografia com uma camiseta fascista - não porque Lula não mereça vaias, as merece mais que os demais- e deu motivos para uma gritaria justa em favor de um injusto. Como é do seu caráter, estava simulando caminhar na passeata. Nesse aspecto , se assemelha ao Deputado Federal goiano Giuseppe Vecci que participou da passeata em Goiânia por ser um ilustre desconhecido, apesar de eleito. Ironia: Vecci desfilou porque é uma nulidade da sombra, Caiado se absteve por ser uma do sol. Parece que o tesoureiro-mor,Jaime Rincon, chefe da agência goiana de obras públicas, também fez evoluções pela passarela.
Ronaldo Caiado foi um dos relatores da reforma política na Câmara dos Deputados, sempre alegou que sua motivação era a coerência política, que a prática demonstrou não ser o seu forte. Ele diz que gostaria de ter um embate com Lula na eleição pra presidente da república. Eu acho que seria ótimo, os dois se equivalem moralmente. Um já foi desmascarado , o outro poderá sê-lo amanhã.
Um dia, no meu escritório político no setor sul, em Goiânia, houve um telefonema entre Ronaldo Caiado e o hoje conselheiro do Tribunal de contas dos municípios de Goiás, Tião Caroço. Este trazia uma notícia que transtornou o Senador, que disse então aos berros: "avisa ao Marconi que eu vou resolver com ele da forma que ele quiser, no braço, na faca, no revólver". Esse episódio se tornou público e gerou os maiores desgastes para o fanfarrão, que pra minha surpresa repeliu tudo. Um dia, me contando a história, negou que havia falado isso, se esquecendo que eu era a testemunha ocular.
Pois agora, Ronaldo Caiado, quero ver se você é homem mesmo. Nos mesmos termos que você mandou oferecer ao frouxo Marconi Perillo, eu me exponho.
Me lembro da veneração ,que quando criança, meu pai tinha pelo grande Emival Caiado e pelo seu pai o advogado Edenval Caiado, que se envergonharia de ver que um filho seu foge à luta.
Você diz em seus discursos que Caiado não rouba, não mente e não trai. Você rouba, mente e trai.
Talvez o meu silêncio tenha sido entendido por você como um sinônimo de covardia, de pusilanimidade. Essas palavras não existem no meu dicionário. Não posso dizer que você seja um mau-caráter, pois você simplesmente não o possui. É , na verdade, um espécie de Zelig oportunista e bravateiro.
Você deveria ir pra Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar.
Me deixe em paz Senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Íris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator. Tome suas medidas prudenciais e faça-se de morto.
Ano passado deu-se o centenário do nascimento de Carlos Lacerda e uma horda de hipossuficientes passou a rotular a qualquer um de lacerdista, que para eles é apenas alguém estridente e barulhento. Ronaldo Caiado diz que se inspira em Lacerda.Mentira, Lacerda foi tradutor de Shakespeare, foi o primeiro brasileiro a romancear um quilombola, falava e escrevia como um clássico. Demoliu presidentes e adversários. Eleito governador foi sem sombra de dúvidas o melhor gestor da Guanabara. Ronaldo Caiado jamais conseguiu terminar de ler um livro. Por sua formação francesa, o mais perto que chegou do fim foi" o menino do dedo verde" , mas o achou muito "profundo". Ronaldo Caiado é só uma voz à procura de um cérebro.
Demóstenes Torres é ex-senador e procurador de Justiça
Está perto a queda dos direitosos, primeiro o Gripa do Norte e agora o Caiado, vamos jogar a pá de cal. Vejam o que o Demóstenes, o da tore, fala do seu ex-amigo!
http://www.brasil247.com/pt/247/goias247/175246/Dem%C3%B3stenes-afirma-que-Cachoeira-financiou-Caiado.htm
Estranho que O MINISTRO tenha uma aparato de assessores e o colega CHICO ESTAVA TODO GARBOSO POR TER DADO AULA NA ESCOLA JURÍDICA DE UM GILMAR MENDES EM BRASILIA ELOGIANDO-A.