A mídia reagiu à denúncia de Celso de Mello, de que houve pressão indevida dos meios de comunicação para que ele rejeitasse a admissibilidade dos embargos infringentes, saindo pela tangente. Veja e Folha, por exemplo, se refugiram na “liberdade de expressão”. O Globo se calou.
Só que não.
Jornais tem liberdade para defender qualquer ideia, mas tem que ouvir críticas também. E a crítica de Celso de Mello foi pertinente. Houve publicidade opressiva sobre o STF, no caso da Ação Penal 470. A sociedade precisa discutir isso, porque se o STF se curvar aos poderes políticos por trás da mídia, então estaremos manietando a própria democracia.
O caso adquire contornos escandalosos após o depoimento de vários juristas importantes, inclusive o antipetista radical Ives Gandra, segundo o qual José Dirceu foi condenado sem provas.
Vai ficar por isso mesmo? O STF será convertido numa extensão do tribunal da mídia?
Sempre é bom lembrar que todo o barulho em torno da decisão de Celso de Mello aconteceu porque foi a primeira vez, durante todo o processo da Ação Penal 470, que um juiz se negou a obedecer aos barões da imprensa. Mas foi uma exceção. O julgamento foi todo conduzido, como descreveu um dos ministros, sob pressão brutal dos meios de comunicação.
PRESSÕES E EXCEÇÕES
Por Janio de Freitas, na Folha.
(…) O jornalismo brasileiro atual volta a uma prática, em graus diferenciados segundo as numerosas publicações, que exigiu muito esforço em meados da minha geração profissional para reduzi-la até o limite do invencível. A opinião está deixando de restringir-se aos editoriais e aos comentaristas autorizados a opinar, sejam profissionais ou colaboradores. A objetividade possível do noticiário, que, entre outros efeitos, trouxe aos meios de comunicação maior respeito ao leitor/ouvinte e maior fidelidade aos fatos, sofre crescente infiltração de meras opiniões. Muitos títulos são como editoriais sintetizados, parecem mesmo, por sua constância, contarem com o amparo ou indiferença das orientações de edição.
Nesse sentido, ainda se não houvesse comentários com cobranças, explícitas ou transversais, a Celso de Mello em seu voto decisivo, o fundo de mensagem imposto ao leitor/ouvinte, na quase totalidade dos meios de comunicação mais relevantes, de fato foi na linha da percepção do ministro. E ficou ainda mais perceptível com essa peculiaridade brasileira que são as cadeias multimídias, em que as mesmas pessoas dizem e escrevem as mesmas coisas várias vezes por dia, em jornal, em diversos horários de rádio, idem em televisão. Lembra o princípio da lavagem cerebral. (…)
View Comments (14)
JANIO NÃO VAI DEMORAR A SAIR DA FOLHA.PARABENS JANIO DE FREITAS.E AÍ CLOVIS ROSSI?
"...na quase totalidade dos meios de comunicação mais relevantes...". Esse trecho deixa claro o quanto essas personagens são narcisistas. Teria conexão com a realidade se tivesse escrito na quase totalidade dos meios de comunicação tradicionais. São, como diz um amigo, achantes de si. Lembra um chavão: imprensa falada, escrita e televisada. Jânio até apresenta algum grau de lucidez, mas, como seus parceiros xiitas, lembra os napoleões de hospício. Ele e os demais pistoleiros de aluguel da imprensa tradicional terão o mesmo destino, junto com os "meios de comunicação mais relevantes": o expurgo.
Ainda bem que esse poder já está acabando, a internet vai fazer esse grande beneficio para o Brasil.
A internet já está fazendo um grande bem.
A mídia defende sempre a SUA liberdade de expressão, mas assassina a liberdade de expressão de quem ela quer. Onde está a liberdade de expressão dos cidadãos que ela massacra ? Por acaso têm o mesmo espaço para se defenderem ? O massacre vem em manchete na primeira página, o contraditório vem na página 20, quando vem.
Nesse STF,com julgamentos de Esxcessão e Linchamento,não se pode esperar JUSTIÇA de fato e,sim Domínio de Fato!
Melhoras para sua mãe.
Pobre e querido Arraes! Como estaria num momento desses? Inimaginável tudo o que esse rapaz vem aprontando. Alianças escusas. Eca!
Nesse STF,com julgamentos de Esxcessão e Linchamento,não se pode esperar JUSTIÇA de fato e,sim Domínio de Fato!
Aécio, “macarrão sem sal e sem molho” é miojo, hehe
Os Blackblocs ajudaram os professores ontem, contra a violência policial. Eles quebram vidraças para dispersar os policiais e ajudar os manifestantes pacíficos a fugir. Todos os movimentos sociais, inclusive os BBs, podem ser criticados, mas apenas dizerem que os black blocs são " órfãos de sentido político". É fazer o que a grande imprensa já está fazendo, achar um culpado para desviar o foco do governo autoritário de Cabral e Paes.