O fuzil e as granadas lançadas por Roberto Jefferson atingiram mais que a agente e o delegado federal que, infelizmente, receberam os estilhaços dos explosivos.
Acertaram em cheio a moral de Bolsonaro e dos bolsonaristas, diante da inglória tarefa de tentarem desvincular-se não apenas de Jefferson, mas também do inacreditável “tratamento VIP” que lhe foi concedido, mesmo após a tentativa de homicídio.
Mandar o ministro da Justiça, como queria o criminoso, interceder por sua rendição (e olhe que sem uma situação de, por exemplo, um sequestro, coisa para que, aliás, abriram-se as portas), e a incrível “confraternização” da PF com o homem que acabara de lançar granadas sobre seus agentes são evidências chocantes de um quadro de cumplicidade.
Aliás, de responsabilidade. Porque, como tuitou Felipe Neto, “o presidente que passou 4 anos mandando seus apoiadores se armarem e ‘resistirem’, além de atacar tribunais todo dia, incentivou um atentado contra policiais federais!”
O assunto vai continuar a dominar o noticiário e, mesmo que a obtusidade fanática da maioria dos eleitores do atual presidente seja enorme, ele sabe que basta perder 5% dos eleitores diante desta barbaridade para sofrer uma derrota acachapante nas urnas.
E a sua máquina de propaganda entra na semana final de campanha tonta, sem saber para onde vai e o que diz, exceto a repetições de chavões contra o TSE, a esta altura contraproducentes diante da violência explícita que seu “leão do Mito” protagonizou .
É hora, portanto, de avançar nesta questão, como estão fazendo muitos nas redes sociais, para que não seja mais um a cair na naturalização da estupidez.
Neste caso, a do bolsoterrorismo que se quer implantar no Brasil.