Nenhum governador e nenhum prefeito devem tanto a Lula e a Dilma quanto Pezão e Eduardo Paes.
O Rio de Janeiro jamais recebeu nas últimas décadas, tantos programas e obras do Governo Federal e é com eles que a cidade está transformada em um mar de obras, em quantidade suficiente para, em mais algum tempo, mudarem a qualidade de seu funcionamento.
Pezão tem problemas políticos que têm nome: Jorge Picciani e Sérgio Cabral, nesta ordem.
Paes tem um problema de natureza pessoal, chamado Eduardo Paes, que o fez sair da toca e, pela primeira vez, “bater de frente” com o Governo Federal.
Paes e Pezão têm um problema chamado Eduardo Cunha, que passou em poucos meses a ser uma “solução”.
É o que está por trás de toda esta história da indexação da dívida dos Estados e Municípios com a União.
Isso e a queda forte dos ingressos de royalties, que no ano passado renderam R$ 8,7 bilhões ao Estado, por conta da redução do preço do petróleo.
Haddad é só a obsessão paulistana do PT, sua simpática ilusão de modernidade e conversão humana.
Ex-secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, Joaquim Levy sabe direitinho onde estão os calos financeiros da relação entre o Governo Federal, o Estado e a Prefeitura.
E sabe, portanto, que, nas contas, o acerto é fácil. Difícil é na política.
É o responsável direto pela derrota do governo, ontem, na votação da mudança de indexador da correção das dívidas.
Que, como ocorreu no caso da correção da tabela do IR, vai ser negociada diretamente com Renan Calheiros e Cunha.
E com Levy, que ainda expôs a Presidenta a sustentar o insustentável, só Deus sabe a razão.
Mas Dilma e Levy erram se acham que vão saciar Cunha.
Porque a Eduardo Cunha não basta a metade do poder que conquistou com a Presidência da Câmara.
Quer mais e para isso adota Paes como seu candidato, no fértil terreno da vaidade do Prefeito do Rio e sua vocação mutante na política, que já o fez passar pelo PV, PFL, PTB, PSDB e PMDB.
E acena para 2018 com outro playboy na disputa.
Só que o playboy está, neste momento e por mais um ano e meio, pendurado nas tetas do Tesouro para fazer bonito nas Olimpíadas.
E vai se equilibrar neste jogo duplo, salvo se a situação degringolar de vez.
Paes sonhava em ser vice de Lula e ninguém mais do que Lula sabe disso
Pode estar ficando com sonhos mais altos.
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Fernando, faltou contexto pra entender esse post. Desculpe a franqueza ou a incompreensão.
CONCORDO!
CONDORDO!!!
Escrevo aqui porque o "fale conosco" da página não está funcionando.
importante divulgar:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/240-parlamentares-lancam-no-congresso-a-frente-de-defesa-da-petrobras-denunciados-jose-serra-e-a-venda-a-preco-de-banana-de-acoes-da-estatal.html
Sobre Paes é não perder de vista seu comportamento virulento quando opositor no governo Lula. De tipos como ele o Rio está cheio, parecendo ser praga localizada. Seu comportamento camaleônico é prova inconteste de que as mudanças por fora mantém integro o organismo que a pele abriga.
Em política, o Rio é mais traiçoeiro que São Paulo e mais incompetente.
Caro Fernando Brito, aproveito o espaço dos comentários para divulgar post de meu blog Evidentemente, parte de entrevista de Ignacio Ramonet que estou traduzindo, um tema que acredito muito relevante, sempre abordado pelo Tijolaço e por outros blogueiros chamados progressistas (ou "sujos"). Abraços, Jadson
RAMONET: PT/LULA/DILMA NÃO CUIDOU DE CRIAR UM SISTEMA PÚBLICO DE COMUNICAÇÃO
“Os amigos do Partido dos Trabalhadores (PT), governante, Lula (Da Silva) ou Dilma (Rousseff) não deram a importância necessária à criação dum sistema público de comunicação e informação”.
O presidente Rafael Correa “estudou a comunicação depois de chegar à Presidência. Tirou uma série de conclusões sobre o poder midiático, seu funcionamento, como se pode elaborar um contra-poder midiático e isto hoje em dia é indispensável”.
Esta é apenas uma pequena parte da rica entrevista do jornalista e professor Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol, ativista e estudioso do papel político exercido pelos meios de comunicação. Foi matéria de capa do El Telégrafo, com a manchete: ‘Ramonet: Meios de comunicação substituem as forças conservadoras’. Este blog Evidentemente publicará outras partes dependendo do ritmo da tradução.
Por Orlando Pérez e María Elena Vaca, do jornal estatal equatoriano El Telégrafo, edição impressa de ontem, dia 23 (o título e os destaques acima são deste blog)
Na América Latina há meios de comunicação e “grêmios” (associações de empresários de comunicação) que se converteram em atores políticos, inclusive contrários aos governos progressistas?
Isto já faz tempo. Evidentemente têm sido os principais opositores. Na experiência que têm vivido os países latino-americanos, onde governos progressistas têm sido eleitos pelos cidadãos, com base num programa de reformas e transformações sociais muito importantes, e não têm sido apenas eleitos, têm sido reeleitos. Observamos que nenhum programa de transformação social na América Latina perdeu uma eleição desde há 15 anos. Onde este tipo de reforma construtiva de esquerda, progressista, chegou ao poder, democraticamente se manteve até hoje, ainda que tenham mudado os líderes, como na Venezuela, Brasil, Paraguai...
Porém, estão aí os casos de Honduras e Paraguai?
Mas aí são golpes de Estado, não são os eleitores. Em nenhum caso os eleitores rechaçaram esta proposta. O único caso, se você quer, ainda que não seja pertinente, é o governo de Bachelet, quando ela não podia voltar a se candidatar, porém o primeiro governo de Bachelet não podíamos qualificar de neoprogressista porque estava governando com uma aliança social-democrata, democrata cristã, ainda que nesse caso, depois da experiência, Bachelet regressou com uma coalizão ainda mais ampliada com o Partido Comunista. Os eleitores não a rechaçaram e, por conseguinte, isso significou a derrota das forças conservadoras tradicionais, que em alguns países desapareceram, como no caso do Equador.
Quem substituiu nesses casos as forças conservadoras?
Os meios de comunicação, porque o empresariado, o poder econômico, historicamente dominante nesses países, acreditou que com estes meios de comunicação ia manipular, levar a cabo a contra-ofensiva conservadora. Por isso essa luta tem sido tão importante e por isso muitos governantes fizeram dessa luta uma confrontação central, como é na Venezuela, no Equador, onde Rafael Correa, talvez de todos os presidentes da América Latina, seja o que mais teve consciência de que essa luta era fundamental; também na Argentina, onde tem havido um enfrentamento importante contra o Grupo Clarín, que domina 80% dos meios de comunicação (imprensa, rádio e TV) desse país. Estes meios se erigiram em oposição oficial, quando não é sua função, pois sua função é informar, não ser partidos políticos.
Mas esta função tem eco e prestígio em certos setores e ao mesmo tempo contam com um “grêmio” (a SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa) que quer influir até mesmo em eleições, como ocorreu no Brasil...
Claro, precisamente os amigos do Partido dos Trabalhadores (PT), governante, Lula (Da Silva) ou Dilma (Rousseff) não deram a importância necessária à criação dum sistema público de comunicação e informação. Primeiro, porque nunca tiveram maiorias claras, governaram com os parlamentos que negociavam, não tiveram as mãos livres, e os empresários, que no Brasil dispõem de grupos importantes, como o Grupo Globo, não lhes permitiram. De fato, não creio que tiveram a vontade, e mesmo se a tivessem, não creio que lhes tivessem deixado desenvolver um grupo público de meios de comunicação como se fez em outros países, como o Equador, Venezuela e Argentina.
Há uma mudança na ação dos políticos passando a atuar como comunicadores políticos e assumir como parte de sua estrutura formativa a comunicação?
Sim, o exemplo você tem aqui. O presidente que mais integrou essa ideia é Correa. A partir do ponto de vista teórico e acadêmico, é alguém que estudou a comunicação depois de chegar à Presidência. Tirou uma série de conclusões sobre o poder midiático, seu funcionamento, como se pode elaborar um contra-poder midiático e isto hoje em dia é indispensável, é um parâmetro fundamental. Mas claro, também temos que ver como isso evolui. Muitos dirigentes fazem uma análise dos meios de comunicação, que é o que se podia fazer há 10 ou 15 anos, mas hoje a reflexão deve integrar as redes sociais, que são o principal ator na mobilização social. De fato, se você quer, a maioria destes governos sofre uma ofensiva que já não é megamidiática, mas sim micromidiática.
Tradução: Jadson Oliveira
Não podemos esquecer que o Eduardo Paes foi um oposicionista ferrenho (usando das mesmas armas de baixarias e argumentos ridículos da oposição golpista) do PSDB.
E como o Fernando Brito escreveu, esse ex-tucano pula de galho em galho, já foi de diversos partidos. Eduardo Paes continua sendo um tucano. E sendo um tucano, tem muitas coisas a esconder.
A Dilma podia parar de palhaçada. Esse dinheiro economizado vai para o capital financeiro. No caso da cidade de São Paulo é muito necessária essa renegociação. Por isso o PT vem colecionando fracassos. O dinheiro pra capital paulistana é pra fazer creche e corredor de ônibus. Se entendi corretamente, Brito, você se aproximou do Serra ao criticar o Haddad nesses termos.
Nunca nutri a menor simpatia por Paes, pelo contrário. Não me esqueço de sua atuação durante CPMIs enquanto ele ainda estava no PSDB (ou porcaria parecida) fazendo oposição histérica contra Lula e o PT. É um vira casaca. Ele e marta deveriam formar a chapa "vira-casaca" para concorrer nas eleições de 2018.
Não dá pra esconder, Eduardo Paes é tucano na lista de Furnas,
e no HSBC também será?
É Fernando, você tem razão. Ninguém deve tanto à dupla Lula e Dilma quanto Pezão e Paes. Afinal, Eduardo Campos não está mais entre nós.
Ué...Paes é OPOSIÇÃO??? Não entendi nada...
SEmpre me foi estranha a simpatia do EP ao Lula e Dilma, após tanto rancor, gritarias e safadezas dele nas cpis que aconteceram em seus governos.Pura encenação!
Um dia a máscara cai e eu espero que esse "amor" da Dilma por ele se traduza em não dar mais nada de mão beijada a quem não lhe dá reciprocidade e tent dar um trançapé na presidenta.
EP não tem o meu voto nunca mais.