Juros e inflação, aqui e lá fora, atrapalham plano do “Jair Noel”

O Estadão abre a manchete do seu site para o alerta do mercado financeiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o cenário econômico está se deteriorando muito rapidamente.

E é só olhar os indicadores para ver que isso está, mesmo, acontecendo.

Dólar fechando a R$ 5,37 – R$ 5,38 na liquidação dos negócios pós-market -. Bolsa amargando queda de 4,23% no mês, índices de preço mantendo os tristes patamares de julho, quando a inflação chegou a 1%, a maior taxa para o mês em 20 anos e voltando a ter como “puxa fila” a inflação dos alimentos.

Lá fora, o cenário não é de flores. A ata do Federal Reserve divulgada hoje assinala a retirada dos estímulos monetários nos EUA e a preocupação também alta por lá – o dobro da estimada no início do ano – podem ser o início de uma alta de juros por lá.

A China, nosso maior comprador, também sinaliza uma desaceleração e o preço do minério de ferro caiu ao menor nível em seis meses.

Tudo completa-se com o front político nacional: cresce a certeza de que, para implementar seu programa de “bondades” eleitorais, Bolsonaro não vai demorar a “chutar a santa” do teto de gastos, a nova divindade que substitui o velho “tripé macroeconômico” dos liberais do inicio deste pequeno século.

Na reportagem, registra-se que os emissários do dinheiro disseram a Campos Neto que esperam mais juros como resposta: já se fala numa taxa Selic de até 8,5%.

Temos um governo desacreditado, em confronto com o Judiciário, com um ministro da Economia absolutamente patético e, agora, também com dificuldades na Câmara, que parecia estar “controlada”.

Jair Bolsonaro diz que com “fé e crença” se superarão os problemas econômicos:

O povo tem sofrido com isso: tem inflação, tem desemprego. Tem dias, realmente, angustiantes. O que posso dizer aos senhores? Com fé, com vontade, com crença, nós podemos superar esses obstáculos”

Os caras do dinheiro, aqueles que entrariam no céu depois de um camelo passar pelo buraco de uma agulha, vão acreditar, sim…

É capaz de sugerirem Silas Malafaia para o Banco Central.

 

Fernando Brito:
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