O fraco desempenho solo dos candidatos Alexandre Kalil, em Minas, e Marcelo Freixo, no Rio de Janeiro, registrados na pesquisa Quaest, contrasta com a vitória que ambos obtém quando os eleitores recebem seu nome como “apoiado por Lula”: Kalil salta de 35 para 43%; Freixo, salta de 27 para 40%, ambos num hipotético 2° turno.
Kalil e Freixo têm problemas sérios no interior de seus estados, onde alcançam níveis muito baixos de intenção de voto (20% e 9%, respectivamente), demonstrando baixa capilaridade política, pela falta de estruturas partidárias e articulação com lideranças locais. No caso de Kalil, o fraco desempenho é reflexo do seu desconhecimento fora da Grande BH, na qual tem 50% ou mais das intenções de voto.
O mais preocupante, porém, é o fraco desempenho que, surpreendentemente, os dois têm nas faixas mais jovens do eleitorado, justamente onde Lula tem, disparado, a maioria das preferências.
No caso de Freixo, oriundo do PSOL e com candidaturas que eram fortemente apoiadas nos segmentos jovens, mesmo ficando à frente do governador Cláudio Castro – que faz o diabo para não chamar a atenção para seu bolsonarismo – ter meros 20% das preferência eleitoral é a evidência de um erro fundamental de campanha.
Procure a campanha de ambos nas redes sociais e você verá que Kalil está tentando resolver isso, com linguagem popular e um certo tom de “deixa comigo” diante dos problemas que, com certeza, fará muita gente dos “punhos de renda” torcer o nariz.
É popular e o candidato está avançando diante do governador mais bem avaliado do país, Romeu Zema.
Freixo, ao contrário, não perde o ar professoral e intelectual. Seu twitter tem conteúdo, mas é elitista e chato, precisa tomar urgentemente um “chá de Boulos”, porque seu adversário, Claudio Castro, é um bocó, cujo único mérito é ser cantor gospel.
Ou então Freixo vai repetir a sua história de ser bem votado na Zona Sul e naufragar no povão.