Bancos, como se sabe, costumam ser otimistas em suas previsões: afinal, vivem de oferecer dinheiro para quem quer fazer negócios numa economia forte ou de vender “proteção” a quem tem algum e quer mais.
Quando o Itaú, como registra a Folha, reduz as previsões de crescimento da economia para 0,5% (onde o zero fala mais alto que o cinco) é sinal de que a reversão de expectativas econômicas foi total: estamos falando de um crescimento quase nulo sobre o de 2021 que apenas, olhe lá, recuperou as perdas de 2020.
E sinaliza, também , que há pouca fé no mercado de que o tal “programa de bondades” imaginado por Jair Bolsonaro para turbinar uma campanha à reeleição possa sair com força do mundo das intenções.
Com ou sem a “pedalada dos precatórios”, com a qual pretende jogar para o próximo governo a conta das dívidas governamentais.
Ganha força aposta de PIB crescendo menos de 1% em 2022, dá em manchete o Valor Econômico, citando outras projeções.
“O mais relevante indicador do momento, o do crescimento da economia em 2022, de acordo com a média das previsões, entrou numa zona de alta turbulência, em que a possibilidade, não de expansão muita fraca, mas de uma recessão, ainda que temporária, vai ganhando consenso”, escreve o experiente José Paulo Kupfer e nem de longe um ‘catastrofista’, em sua coluna no UOL.
Consenso, diz ele, que leva a “adiar a ampliação dos negócios ou a modernização dos que já estão em operação”. Investimento zero, ou quase zero.
Perdido por perdido, as chances de que Bolsonaro avance em medidas demagógicas de agora em diante só faz aumentar.
O Posto Ipiranga, em ruínas e abandonado, pode ser demolido para dar lugar a uma gestão aventureira, em lugar de apenas desastrosa como a que o país tem.