Laura Cardoso e sua coluna na Folha, agora a melhor “coluna de economia para que você entenda e não para mostrar que o colunista é um sábio” -desde que o professor Paulo Nogueira Batista Jr está na “muda”, lá de Xangai, onde nos representado Banco dos Brics, – explica de maneira muito mais detalhada o que ontem, com a ajuda dela, aliás, procurou-se explicar aqui, ontem.
A aposta em uma enxurrada de capital externo como forma de reativar a economia brasileira é pouco mais que uma tolice, pois demandaria ações cambiais e financeiras que agravariam ainda mais o quadro de paralisia em que nos encontramos.
Da mesma forma, o aumento da dívida pública, que atingiu números explosivos que não tornam o Brasil, apesar das altíssimas taxas de retorno que oferece em juros, uma vedete no mercado financeiro mundial. Como diz Laura, a “fadinha da confiança” do mercado não existe e, se existisse, bateria as asinhas para longe do “circo de horrores” que viraram as intituições brasileira.
Debate econômico no Senado não
esconde o casuísmo do impeachment
Laura Cardoso, na Folha
Em sua resposta ao senador Cidinho Campos (PR-MT), que acusou-a de ter interrompido obras do Minha Casa, Minha Vida em Mato Grosso no ano passado, Dilma Rousseff esclareceu em seu depoimento de segunda (29) que, mesmo com o ajuste, iniciou em 2015 a terceira fase do programa, ampliando a linha de financiamento voltada para entidades.
“Quem interrompeu a faixa 1 do programa, que é voltada para os mais pobres, foi o governo interino.” Conforme destacado pela presidente eleita, o governo Temer também elevou o teto de financiamento de imóveis na linha que ela apelidou de “Minha Casa, Minha Mansão”. “Ou gastei a mais ou gastei a menos. O que não dá é para ser acusada das duas coisas”, acrescentou.
A discussão no Senado certamente foi rica em diagnósticos contraditórios sobre a grave crise econômica que acomete o país. Dentro do conjunto da obra que serviu de pretexto para colocar nossa democracia no banco dos réus, coube de tudo. Não surpreende que a economia e suas verdades nada absolutas tenham desempenhado, mais uma vez, um protagonismo forçado.
É difícil conceber, por exemplo, alguma relevância na atribuição de crime de responsabilidade à presidente eleita a um dos gráficos apresentados em plenário pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que mostrou a aceleração da inflação para 10,67% em 2015. Se fosse assim, os efeitos do fim do câmbio fixo em 1999 seriam considerados crime hediondo.
Até mesmo no circo do impeachment, atribuir algum papel na explicação da crise ao total de R$ 1,8 bilhão em créditos suplementares que, como esclareceu pacientemente o ex-ministro Nelson Barbosa em seu depoimento aos senadores, em nada elevaram o total de despesas do governo, exige malabarismos improváveis.
Diante de acusações tão diversas e abrangentes, tivemos de observar também os gráficos de Dilma, que, apesar de um mea-culpa mais geral sobre eventuais erros na condução da política econômica em seu discurso inicial, não abriu mão de ensinar aos mais novos interessados na economia do país o momento da reversão do superciclo das commodities e da alta do dólar nas economias emergentes.
Não que esses temas não sejam de extrema importância. O país certamente se beneficiaria do maior engajamento e da pluralidade de visões de membros do Executivo e do Legislativo na promoção de debates amplos sobre as causas e soluções para a crise que ainda nos assola. O que vimos, no entanto, foi a economia sendo utilizada livremente para diluir a farsa que envolveu o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Mas enganam-se os que pensam que um impeachment fundado em casuísmos jurídicos –pelo uso de instrumentos de política econômica que nunca foram crime e logo deixarão de ser– irá resolver nossos problemas.
O IBGE divulgou nesta terça (31) que o PIB brasileiro continua caindo ao mesmo ritmo de 2015, frustrando as expectativas de uma retomada já próxima. Não existe a tal fadinha da confiança e, mesmo se existisse, ela não ficaria muito encantada com o circo de horrores e a insegurança institucional a que assistimos nos últimos meses.
O teatro também não deve enganar os investidores estrangeiros, que não costumam hesitar em distinguir o que classificam como repúblicas de bananas do que reputam como países mais sérios.
Infelizmente, enquanto não houver uma agenda de crescimento, permaneceremos bem no fundo do tal poço.
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Mas so agora ela descobriu a America. Todos ja sabiam disso, mas agora depois do golpe querem passar de santo. Tanta hipocrisia. Folha é golpista e vai quebrar ja ja apesar do aporte do governo golpista usurpador
Tanto vai quebrar já já, como todo o PIG tem de quebrar, ou perder as concessões assim que voltarmos. E esse dia não está longe.
Dilma não deve voltar. Em 100 dias Temer destruiu a máquina e aumentou a divida e fez ruíns negociações com os estados deixando o país ingovernável. Ninguém afora a Globo e e ricos o quer. Ele vai querer pular fora de modo a culpar Dilma. Fique na posição querida. O povo abestado e classe média que se ferrem.
Viram a confissão do "sindicato dos médicos" sobre suas fraudes jornalísticas para prejudicar Dilma e apoiar o golpe? Viomundo.
KKKKkkk, os médicos aqui da minha cidade estão em estado de greve. É que uma tal de OSS, terceirizada com outro nome, é que gerencia os médicos no principal hospital. Ele não vem pagando os médicos. Mas o problema eram os médicos cubanos, né?
E com as despesas sem controle, com aumentos casuísticos para atender os grupos de pressão organizados dentro do estado brasileiro, o desmgoverno Temer não vai conseguir controlar a economia tão cedo...a não ser que...os pobres estão aí para isto, não é? Agora cabe perguntar: as agências de risco já se esqueceram do Brasil ou apenas esperaram a votação do golpe para voltarem à carga?
"A aposta em uma enxurrada de capital externo como forma de reativar a economia brasileira é pouco mais que uma tolice, pois demandaria ações cambiais e financeiras que agravariam ainda mais o quadro de paralisia em que nos encontramos"...por incrível que pareça, é justamente nessa "saída" que muitos espertinhos do mercado estão apostando. Querem lucros instantâneos e gordos com uma nova onda de capital externo predatório, patrocinada pelo Meirelles e sua gangue. Depois, o país que se f...
Mesmo porque, as repúblicas de bananas costumam ser o alvo preferencial de fundos abutres, e nada mais.
E quando o governo petista teve preocupação em apresentar e discutir uma agenda de crescimento para o país? Preferiram simplesmente fazer as mesmas coisas, da mesma forma, sempre....sem ao menos discutir as tais reforma que o Estado precisa. Reforma da previdência, trabalhista, pre-sal, entre outras, precisam sim serem discutidas. Como disse um dos senadores que votou contra a Dilma, em nome de um projeto de partido e de uma burra ideologia, o PT deixou de pensar no país; escolheu uma parcela da população para distribuir algumas migalhas, deitou em berço esplêndido e achou que seria suficiente para implantar o socialismo bolivariano.
O pior é que você deve estar achando que abafou com um comentário destes...
Você não deve bater bem da cabeça. A discussão do pré-sal todinha foi feita longamente pelo PT. A proposta de reforma politica foi encaminhada por Dilma ao congresso em 2013 e não foi aceita. Você precisa parar de ler so' o PIG, que fala do papai noel e do saci perere, para refletir sozinho fazendo uma leitura mais rica das fontes fidedignas que estão por ai. Não venha aqui repetir as imensas asneiras dos golpistas e depois achar que o que você diz faz sentido, vc é sem noção ?
Reforma política só depois das manifestações ocorridas e mesmo assim, convocando plebiscito para tal. Quanto ao pre-sal, Delcídio do Amaral, ainda senador do PT, chegou a defender a não obrigatoriedade da estatal em participar dos leilões. Como mesmo ele foi chamado por defender tal ideia?
Apenas neste ponto concordo contigo: Este Delcídio nunca deveria ter sido do PT. No máximo deveria ser de um PSC da vida. Tô em dúvida se tu és ou não um PATETA GOLPISTA ESTATIZADO DO TEMER. Em avaliação.
Agora é a Receita Federal que tem meganhas ?
Vazadores? Concurseiros sem poder contra ricos e falando grosso com Lula?
Basta de perseguição a Lula. Isso é até falta de humanismo. E a função da Receita é outra.
Vivem em uma ilusão de que o fator ideológico é mais importante do que o econômico. Alguns membros da velha elite brasileira são tão estúpidos que acreditam piamente que os americanos, ou mesmo os europeus, venham despejar navios carregados de dólares e euros para premiar qualquer país que adote plenamente a ideologia neoliberal em vez de escolher um caminho próprio e independente para seu desenvolvimento. O que poderão conseguir será no máximo a fatura de sua dívida integral e mais outras taxas por serviços prestados para a implantação do seu Golpe de Estado. Este povo é cruel. Por exemplo, os líbios vão pagar até o fim da vida por cada bomba que eles despejaram sobre seu país para livrá-lo do perigoso bandido chamado Kadafi.
NELSON: como você é mal informado. A Reforma Tributária, por exemplo, está a mais de 20 anos para ser votada. Por essas coisas que a gente não entende, o Congresso a perdeu em alguma gaveta empoeirada. Idem para outras reformas...
20 anos, ou seja, o PT já estava no poder e tinha, com o Lula, uma aprovação que permitiu a ele eleger um poste (Dilma). Por que não investiu para aprovar as reformas que são tão necessárias?
Para coxinha entender de uma vez por todas (se é que isso é possível):
1. Se você tem 30% de um negócio que vale R$-100.000,00 você tem 30.000 neste negócio. Se vender 30% de sua parte, você receberá R$-9.000,00. Estes 9.000 não são 30% do valor do negócio e, sim, 9%. Quem é um pouquinho inteligente (só um pouquinho) entendeu o que a Dilma quis dizer. Agora, se não tem um pouquinho de inteligência, não vai entender nunca, até por que matemática requer um mínimo de massa encefálica.