Enquanto aqui nós nos preocupamos com os humores dos senhores das agências de classificação de riscos (talvez haja um “s” sobrando na palavra), a repórter Carolina Garcia, do IG, foi à favela de Paraisópolis, ali ao lado do chique bairro paulistano do Morumbi, ver como andavam por lá “os mercados”.
Os mercados, no caso, da Rede Nova Central, de um rapaz que, aos 28 anos, é dono de cinco mercadinhos na favela.
Clayton Medina, há cinco anos, pegou R$ 70 mil emprestados a um amigo e abriu a primeira loja.
“Já nos primeiros 30 dias tive lucro. Sete meses depois, contratava dez funcionários e comprava uma segunda loja. Continuei crescendo e comprei uma nova loja a cada ano”
Hoje ele tem aproximadamente cem funcionários – quase todos moradores de Paraisópolis, conta a repórter.
E não é para vender tubaína.
““Os moradores são humildes, sim, mas gostam de coisa boa. Antes, você só encontrava produtos de segunda ou terceira linha por aqui”, explica o micromegaempresário.
A matéria conta outras histórias, de imigrantes nordestinos que vão muito bem, obrigado, nos seus já nem tão pequenos negócios, que os grandes não quiseram. Há mazelas? Sim, muitas: segurança, informalidade, falta de serviços urbanos.
Mas eles estão mostrando o caminho que as elites brasileiras sempre recusaram: o crescimento da economia pela inclusão e o consumo, de um lado, enquanto o Estado (e porque só ele faz isso, no Brasil) investe na infraestrutura pesada.
Que nada, bom mesmo é uma taxa Selic, com um belo superávit para pagá-la e um câmbio “legal” para importar!
Os homens da Moody’s e a equipe da Standard & Poors que andaram por aqui nem sabem o que é Paraisópolis, muito menos o que se passa por lá.
É como a história que ouvi de Leonel Brizola sobre um diálogo com Samora Machel, o libertador de Moçambique, quando ele lhe perguntou quantos eram os moçambicanos. Samora respondeu que, nas (poucas) cidades, eram algo como seis ou sete milhões, sem contar os elefantes.
– Elefantes?
– É, Brizola, há milhões de moçambicanos que são como elefantes, vivem isolados na selva e só se percebe quando saem de lá e aparecem nas cidades, tocados pela fome e pela raiva.
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Ontem mesmo assisti um documentário sobre crianças que morriam de fome, no semiarido nordestino,antes do bolsa familia,triste ver que a elite brasileira,com milhões e milhões em paraísos fiscais,nunca olharam para isso,sabe eu senti uma mistura de vergonha e angustia na alma,esse legado do governo trabalhista não se apagará...
Nesta mesma linha vaia Piraquê. Está ampliando a produção.Multiplicando por 10.
Nesta mesma linha vai a Piraquê. Está ampliando a produção.Multiplicando por 10.
A vinda desses funcionários da Moodys ao Brasil e serem recebidos com salamaleques nos gabinetes oficiais em Brasília, traz à memoria os tempos do FMI e seus técnicos mandando na política econômica brasileira. Não é possível o Brasil dar valor a essa gente depois do fiasco do banco Leeman Brothers que faliu uma semana após receber avaliação máxima(AAA+) na famosa crise do subprime. É lamentável e ridículo os Ministros da área econômica ficarem bajulando esses espertalhões.
O fundamental é ter emprego e comida na mesa, e um dinheirinho para ir melhorando de vida, eles sabem que enquanto houver esses itens básicos, o governo se mantém, por isso tentam sabotar a economia e paralisar o país.
Esse é o Brasil de verdade: a população com mais emprego, salários maiores, consumidores novos, viajando, aumentando o turismo interno. Não é o que a mídia oligopolista mostra. Em varias comunidades do pais surgiram agencias de viagens que prosperam vendendo passagens aéreas atraves de prestações, com 2% de inadimplência. É isso que está incomodando à elite econômica. O brasileiro antes excluído está obtendo mais direitos, coisa que os governos anteriores nunca ofereceram além de desemprego e miséria.
Ainda hoje existe mercadinho que vende usando "caderneta !!!!!
Aqui no bairro de Vila Gomes[este bairro fica nas imediaçoes da USP/Butanta] há um mercadinho, que fica quase em frente a Praça Elis Regina], que ainda trabalha com a tal "caderneta". Como funciona ? A pessoa faz um cadastro no mercado, aí, se aprovado, recebe uma caderneta aonde serao lancadas as compras com pagamento previsto para o final de cada mes ou, entao, quinzenalmente, a escolha do cliente.
O mercadinho está aqui há mais de 30 anos e sobrevive sem maiores problemas. Há espaço para todos.
Fernando Brito,sigo o mesmo raciocínio dos otimistas do nosso Brasil que me antecederam, quando vejo até gente do governo falar da crise econômica,fico pensando com os meus botoes,é aqui no Brasil esta crise?No meado de fevereiro precisei fazer uma viaje pra São Paulo,tive dificuldade de conseguir uma passagem aérea para a data desejada.Sai de Ilhéus-BA,com conexões em Salvador e Belo Horizonte. Pasmem, a aeronave de 120 assentos chegou cheia em Ilhéus,em Salvador desembarcou quase todos passageiros,então falei pra um colega de protona ao lado, agora vamos escolher protona a vontade.Ledo engano,a aeronave lotou de novo.Assim foi também no aeroporto de Confins em BH.Onde está esta crise que não tem um aeroporto que não esteja superlotado? Chega de agorentos de plantão! VIVA o BRASIL.
Não dá pra tirar o todo por um. Infelizmente a prosperidade pode estar para uns, mas não para todos. Tenho alguns amigos e conhecidos que se não fecharam suas portas, estão passando por um mal bocado. Que passar pela rua da Constituição, no Rio de Janeiro, verá que muitas lojas (de instrumentos musicais) fecharam. Pouquíssimas se mantêm abertas. Passem no Mercado das Flores, em São Paulo, e conversem com os funcionários.
Claro que a Moods não tem um retrato fiel do Brasil - sem falar nos interesses ao redor do rebaixamento. Contudo, a economia NÃO vai bem. Entendo que há espaços a serem ocupados - como o caso das áreas mais carentes em serviços - mas não nos enganemos. O mar não está pra tomar banho.
Que pena. O povo tem preguiça de pensar. . Aceita tudo o que a midia lhe impõe.Vimos e ouvimos pessoas sem o minimo de discernimento, falando que o Governo precisa fazer isto ou aquilo... Pobres diabos não sabem tomar conta nem de suas casas e suas famílias. Falam como papagaios, porque ouviram falar.. É ai que entra a sujeira da mídia.Experimente ir em uma feira para ouvir a conversa do "Povinho". Se o Tomate está dez reais o quilo, É culpa do Governo; o tempo colabora com a produção, baixa para um real, não é mérito do governo.