Lira, ‘se achando’, corre risco de ‘assar-se’

O deputado Arthur Lira, depois da vitória por larguíssima margem na eleição para a presidência da Câmara, corre sérios riscos de ter se deixado possuir por uma sensação de ter a importância que não tem e estar metendo os pés pelas mãos.

A correria que promoveu para aprovar a “Emenda Brucutu” a partir da prisão do deputado Daniel Silveira, frustrada pela péssima repercussão que teve e que já a adiou para as calendas gregas, deveria ter-lhe servido de advertência.

Parece que não serviu e ele fez hoje um movimento que, certamente, fez seu patrono, Jair Bolsonaro ter descargas de adrenalina.

Publicar, nas redes sociais, um “convite” aos governadores dos estados “para contribuírem com sugestões na formulação do Orçamento Geral da União”.

E, mesmo com a ressalva de que estas devem respeitar “o teto de gastos”, dizer que isso vai ajudá-los quando “estão tendo que tomar a difícil decisão do lockdown“.

Lockdown? É o quanto basta para cair em desgraça com o “Mito”, que ainda ontem disse que o governador que decidir restringir as atividades econômicas “é que deve bancar o auxílio emergencial”.

Mas, em se tratando de um deputado do Centrão, deve-se admitir outra hipótese: a de ser um recado ao Planalto para entregar os cargos que, um mês depois da eleição no parlamento, ainda não chegaram às bocas vorazes dos deputados.

Afinal, a história das pautas-bomba criadas para chantagear Dilma estão bem frescas na memória do deputado Lira, um dos que mais tentou evitar a perda do mandato do bombeiro Eduardo Cunha, em 2016, depois de este ter feito o serviço sujo do impeachment.

 

Fernando Brito:
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